Panorama da organização do MST por meio de materiais formativos: reflexões à práxis da educação ambiental crítica

Autores

Palavras-chave:

Ambiente; Educação; Formação; Organização.

Resumo

Os movimentos sociais rurais desenvolvem seus próprios caminhos na preparação dos sujeitos para a ação, dentre os quais o mais conhecido é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A organização das atividades coletivas no referido movimento passa pela formação com materiais significativos aos seus propósitos. A partir do debate em torno da temática e da investigação de parte dessa produção do MST, com identificação e análise das metodologias formativas pertinentes, objetivamos realizar reflexões à práxis que envolve a Educação Ambiental Crítica. No percurso utilizado prepondera o método dialético, a abordagem qualitativa, e o procedimento da revisão bibliográfica, contando com importantes referências da academia e da militância. Como resultado, há convergências nos processos pedagógicos nos remetendo à possibilidade de diálogo com complementaridades, bem como à essência da Educação Popular. 

 

Biografia do Autor

Rodrigo da Costa Caetano, UENF

Graduação em Geografia (Licenciatura e Bacharelado) pela UFF, mestrado em Geografia pela UERJ e Doutorado em Geografia pela UFF. Professor Associado da UENF com orientações em diversas áreas na graduação e na pós em Políticas Sociais. Deixou o cargo de chefe do Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico (LEEA) para exercer o Cargo de Diretor do Centro de Ciências do Homem (CCH) a partir de 2020. Os principais esforços docentes estão nas temáticas sobre: Estado, políticas públicas, ambiente, questão agrária e saúde coletiva, assim como no desenvolvimento de estudos e reflexões a respeito de formação docente, Educação do Campo, Ambiental Crítica e Popular, Cartografias Sociais e impactos socioespaciais decorrentes da indústria petrolífera na Bacia de Campos.

Referências

BAUER, Carlos. Princípios Educacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais em Terra. In: _______. Educação, terra e liberdade: princípios educacionais do MST em perspectiva histórica. Jundiaí, Paco Editorial, 2016.

BOGO, Ademar. Trabalho de base e abrangência do método. In: MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Formação nº 35. Método de Organização. Construindo de um novo jeito. Setor de Formação. Novembro de 2000.

_______. O papel da transformação no trabalho de base. In: MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Formação nº 38. Método de trabalho de base e organização popular. Setor de Formação do MST. 1ª edição, 2009a. p. 121-130.

_______. Valores que deve cultivar um lutador do povo. In: MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Formação nº 06. Valores de uma práxis militante. Escola Nacional Florestan Fernandes, 1ª edição, outubro de 2009b. p. 49-72.

_______. Mística. In: CALDART, Roseli Salete; PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO, Paulo.; FRIGOTTO, Gaudêncio. Dicionário de educação do campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012. p. 473-477.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação popular. São Paulo: Brasiliense, 2012. (Coleção Primeiros Passos).

CALDART, Roseli Salete. O movimento social como sujeito pedagógico. In: CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra. 4ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2012a. p. 319-409.

_______. Pedagogia do Movimento. In: CALDART, R.S.; PEREIRA, I.B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. Dicionário de educação do campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012b. p. 546-553.

_______. Reforma agrária popular e pesquisa: desafios de conteúdo e forma da produção científica. In: CALDART, Rosali Salete; Alentejano, Paulo (Org.). MST, Universidade e Pesquisa. 1ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2014. p. 137-169.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Outra ecologia é possível: a ecologia do movimento ecológico. In: ______. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 43-62.

CHAYANOV, Aleksandr Vasilievich. Teoria dos sistemas econômicos não capitalistas (1924). In: CARVALHO, Horacio Martins de (Org.). Chayanov e o campesinato. 1ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2014. p. 99-137.

FERNANDES, Bernardo Mançano. Movimento social como categoria geográfica. Terra Livre, São Paulo, nº. 15, 2000. p. 59-85. Disponível em: https://www.agb.org.br/wp-content/uploads/2018/05/TL_N15.pdf. Acesso em: 06 de setembro de 2021.

______. Movimentos socioterritoriais e movimentos socioespaciais. OSAL - Observatorio Social de América Latina. Año VI, nº 16, 2005. p. 273-283. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/osal/20110310111117/osal16.pdf. Acesso em: 06 de setembro de 2021.

FREIRE, Paulo.; NOGUEIRA, Adriano. Que fazer: teoria e prática em educação popular. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

GRZYBOWSKI, Cândido. Caminhos e Descaminhos dos Movimentos Sociais no Campo. Editora Vozes Ltda.; FASE - Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional. Petrópolis, 1987.

HAESBAERT, Rogério. Território e multiterritorialidade: um debate. GEOgraphia, Ano 9, nº 17, 2010. p. 19-45. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13531/8731. Acesso em 20 ago. 2021.

KNIJNIK, Gelsa. A contribuição do MST para a educação popular: o novo na luta pela terra. In: STÉDILE, João Pedro (Org.). A reforma agrária e a luta do MST. 2ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. p. 263-270.

LEROY, Jean-Pierre; PACHECO, Tania. Dilemas de uma educação em tempo de crise. In: LOUREIRO, Carlos Frederico; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza de. (Orgs.). Pensamento Complexo, dialética e educação ambiental. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 30-71.

LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Educação ambiental e movimentos sociais na construção da cidadania ecológica e planetária. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza de. (Orgs.). Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 73-103.

______. Fundamentos da Educação Ambiental: retomando o debate. In: LOUREIRO, Carlos Frederico B. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 23-66.

MORAIS, Clodomir Santos de. Caderno de Formação nº 11. Elementos sobre a Teoria da Organização do Campo. MST/ SPCMA. Secretaria Nacional. 2ª edição. São Paulo, 2015.

MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Debates nº 1. Os desafios da luta pela reforma agrária popular e do MST no atual contexto. Outubro de 2009.

_______. Boletim da Educação nº 12. Edição Especial. II Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária. Textos para estudo e debate - Lutar, Construir Reforma Agrária Popular! 1ª edição. São Paulo - Dezembro de 2014a.

______. Como construir a Reforma Agrária Popular em nossos assentamentos. Coordenação Nacional do MST. Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente. São Paulo. Outubro de 2014b.

______. Programa Agrário do MST - Texto em construção para o VI congresso Nacional. VI Congresso Nacional do MST. 4ª edição. Dezembro de 2015.

______. Normas Gerais e Princípios Organizativos do MST. Edição revisada e ampliada. Janeiro de 2016.

PELOSO, Ranulfo (2009a). Sobre a Metodologia Popular: Princípios do trabalho popular. In: MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Formação nº 38. Método de trabalho de base e organização popular. Setor de Formação do MST. 1ª edição, 2009. p. 11-21.

______. (2009b). A Luta e a Organização Popular. In: MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Formação nº 38. Método de trabalho de base e organização popular. Setor de Formação do MST. 1ª edição, 2009. p. 53-65.

PISTRAK, Moisey Mikhaylovick. M. O conteúdo do trabalho. As formas de organização. In:______. Fundamentos da escola do trabalho. Trad. Luiz Carlos de Freitas. 1ª edição. São Paulo: Expressão Popular, 2018. p. 247- 259.

PIZETTA, Adelar João. Os vícios e desvios político-organizativos: origens, implicações e mecanismos para combatê-los. In: MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA. Caderno de Formação nº 38. Método de trabalho de base e organização popular. Setor de Formação do MST. 1ª edição, 2009. p. 131-1148.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A Nova Questão Agrária e a Reinvenção do Campesinato: o caso do MST. OSAL - Observatorio Social de América Latina. Año VI, nº 16, 2005. p. 23-34. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/osal/20110310111117/osal16.pdf. Acesso em 06 de setembro de 2021.

SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em educação ambiental. In: SATO, Michèle; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura (Orgs.). Educação ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 17-44.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Práticas espaciais. In: _______. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. 1ª edição. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013. p. 235-260.

______. Ambiente e território, dois conceitos cruciais. In: SOUZA, Marcelo Lopes de. Ambientes e territórios: uma introdução à ecologia política. 1ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019. p. 35-96.

Downloads

Publicado

2022-12-29

Como Citar

DA COSTA CAETANO, R. Panorama da organização do MST por meio de materiais formativos: reflexões à práxis da educação ambiental crítica . Terra Livre, [S. l.], v. 1, n. 58, p. 442–469, 2022. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/2272. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos