COMPLEXIDADE DO ESPAÇO AGRÁRIO BRASILEIRO: O AGROHIDRONEGÓCIO E AS (RE)EXISTÊNCIAS DOS POVOS CERRADEIROS
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2010.318Abstract
O artigo pretende compreender a incorporação dos territórios cerradeiros a economia mundializada, analisando as transformações espaciais ocorridas nas últimas décadas. As áreas de Cerrado apropriadas pelo capital agroindustrial e financeiro, a partir da modernização do capital assegurou novos conteúdos na relação campo-cidade, destacando-se a mobilidade do capital e do trabalho e as novas configurações espaciais das pequenas e médias cidades, bem como, um novo (re)ordenamento do território. O cultivo de soja e, mais recentemente, da canade- açúcar são exemplos que expressam o movimento do capital a partir da modernização conservadora da agricultura, possibilitando uma reflexão sobre a complexidade da questão agrária no Brasil. As áreas de Cerrado vivenciam uma acelerada territorialização dos complexos agroindustriais e financeiros, inicialmente com o complexo grãos-carne e nos últimos anos com o setor sucroalcooleiro, combinados com a construção de dezenas de empreendimentos barrageiros. Aqui, são apresentadas algumas indagações sobre os impactos sociais e ambientais dessas atividades compreendidas no espectro do agrohidronegócio e, algumas considerações, já podem ser mencionadas: a cana-de-açúcar está ocupando áreas férteis e que produzem grãos; e os empreendimentos barrageiros inundam milhares de hectares de terras produtivas, predominantemente ocupada por camponeses, diferentemente do que dizem os apologetas do agrohidronegócio, firmados no discurso do progresso. Essas ações empreendidas ocasionam a desterritorialização de milhares de famílias camponesas, a redução na produção de alimentos, a precarização do trabalho e a destruição ambiental. Como contraponto ao modelo implantado, os Povos Cerradeiros constroem suas (Re)Existências, centradas na luta pela terra e pela reforma agrária e apontamas atividades agroecológicas enquanto contraponto à destruição ambiental e aosproblemas sociais decorrentes da adoção pelo capital de práticas (in)sustentáveis.
Downloads
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Esta Revista está licenciado sob uma licença
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Terra Livre pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Terra Livre.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.
A Terra Livre está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Você é livre para:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material
- O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Nos seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas . Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de qualquer forma que sugira que o licenciante endossa você ou seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais .
- ShareAlike — Se você remixar, transformar ou construir sobre o material, você deve distribuir suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outras pessoas de fazer qualquer coisa que a licença permita.