Auras e atmosferas afetivas como desdobramentos das paisagens
espacialidades de emanações sensoriais intercorporificadas
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2023.3445Palavras-chave:
afeto, atmosfera, aura, paisagem, geografias mais-que-representacionaisResumo
A paisagem, enquanto categoria de análise da geografia, possui diversas compreensões. Caminhando pela via das geografias culturais, o presente ensaio intenta compreender a paisagem por meio da aura, um dos principais conceitos de Walter Benjamin, e das atmosferas afetivas, amplamente discutidas nas teorias mais-que-representacionais anglófonas. Para tal, realizamos uma busca teórico-conceitual para tecer análises sobre a paisagem dentro dos conceitos adotados. Entende-se que o entrelace de auras dos sujeitos e objetos constroem a paisagem de maneira a construir atmosferas afetivas, as quais conectam diferentes relações espaço-temporais que reúnem corpos, emoções, sentidos e percepções. Nesse sentido, a paisagem formada por percepções intercorporificadas deve ser compreendida não apenas em sua concretude no material ou na subjetividade imaginativa, mas no emaranhado de significados que são provocados pelas suas conexões.
Downloads
Referências
AKIMUTU, T. What is Aura? A Study on Walter Benjamin’s Philosophy. Amazon Kindle, 2019. E-book, 9 p. ASIN B0838HGPW5. Mobi.
ANDERSON, B. Affective atmospheres. Emotion, space and society, v.2, p.77-81, 2009. DOI: https://doi.org/10.1016/j.emospa.2009.08.005
ANDERSON, B. Encountering Affect: capacities, apparatuses, conditions. London: Ashgate, 2014.
ANDERSON, B.; ASH, J. Atmospheric methods. In: VANNINI, P. (Org.) Non-representational methodologies: re-envisioning research. New York and London: Routledge, 2015, p.34-51.
ASH, J. Rethinking affective atmospheres: Technology, perturbation and space times of the non-human. Geoforum, v.49, p.20-28, 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.geoforum.2013.05.006
BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre-RS: L&PM, 2017.
BENJAMIN, W. On Hashish. Cambridge & London: The Belknap press of Harvard University Press, 2006.
BENJAMIN, W. Parque Central. In.: Obras escolhidas Volume III – Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989, p. 151-181.
BENJAMIN, W. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
BENJAMIN, W. Pequena história da fotografia. In.: BENJAMIN, W. Volume I - Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 81-107.
BENJAMIN, W. Sobre alguns temas em Baudelaire. In.: Obras escolhidas Volume III – Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989, p. 103-150).
BERQUE, A. Écoumène: Introduction à l’étude des milieux humains. Belin : Paris, 2000.
BERQUE, A. Histoire de l’habitat idéal : de l’Orient vers l’Occident. Paris : le félin, 2016.
BÖHME, G. Atmosphere as an aesthetic concept. In: THIBAUD, J. P. (Org.) The aesthetics of atmospheres. London: Routledge, 2017, p.25-27.
BÖHME, G. Atmosphere as the fundamental concept of a new aesthetics. Thesis Eleven, v.36, p.113-126, 1993. DOI: https://doi.org/10.1177/072551369303600107
BOON, M. Walter Benjamin and Drug Literature. In.: BENJAMIN, W. On Hashish. Cambridge & London: The Belknap press of Harvard University Press, 2006, p. 1-16.
CANTINHO, M. J. O voo suspenso do tempo: estudo sobre o conceito de imagem dialéctica na obra de Walter Benjamin. Imagem e Pensamento. pp 305-318.
DAMIÃO, C. M. Sonho, estetização e política em Walter Benjamin. Valise, v. 6, n. 12, pp. 129-144, 2016.
DARDEL, E. O Homem e a Terra. São Paulo: Perspectiva, 2011.
FERRAZ, C. B. O; NUNES, F. G. O horizonte não é linear: paisagem e espaço na Perspectiva Audiovisual Linear de Anton Corbijn. Ateliê Geográfico. v. 8, n. 1, p. 166-180, 2014. DOI: https://doi.org/10.5216/ag.v8i1.28153
GREGORY, T. Reading Pornhub’s authentication system and deleted archive through Walter Benjamin’s aura. Porn Studies, 2024, p. 1-18. DOI: https://doi.org/10.1080/23268743.2023.2278766
HANSEN, M. B. Benjamin’s Aura. Critical Inquiry, v. 34, n. 2, 2008, p. 336-375. DOI: https://doi.org/10.1086/529060
INGOLD, T. The temporality of the landscape. World Archaeology. London: Routledge, v. 25, n. 2 1993, pp. 152-174. DOI: https://doi.org/10.1080/00438243.1993.9980235
LUGINBÜHL, Y. Landscape iconography and perception. The international encyclopedia of Geography. 2017, p. 1-8. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118786352.wbieg0551
MASON, O.; RIDING, J. Reimagining landscape: Materiality, decoloniality, and creativity. Progress in human geography, v.47, n.6, p.1-21, 2023. DOI: https://doi.org/10.1177/03091325231205093
MCCORMACK, D. P. Atmospheric things: on the allure of elemental envelopment. Durham and London: Duke University Press, 2018. DOI: https://doi.org/10.1215/9780822371731
MICHELS, C. Researching affective atmospheres. Geographica Helvetica, v.70, p.255-263, 2015. DOI: https://doi.org/10.5194/gh-70-255-2015
NOMEIKAITE, L. Street art, heritage and affective atmospheres. Cultural Geographies, v.30, n.4, p.596-588, 2023. DOI: https://doi.org/10.1177/14744740231161556
ROSE, M.; WYLIE, J. Animating landscape. Environment and Planning D: Society and Space, 2006, v. 24, pp. 475-479 DOI: https://doi.org/10.1068/d2404ed
SCHIER, R. A. Trajetórias do conceito de paisagem na geografia. Ra’ega’. N. 7, 2003, pp. 79-85. DOI: https://doi.org/10.5380/raega.v7i0.3353
SCHILITTE, A. Lines made by walking – On the aesthetic experience of landscape. Continental Philosophy Review, v.55, p.503-518, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s11007-022-09572-1
SERPA, A. Paisagem, lugar e região: perspectivas teórico-metodológicas para uma geografia humana dos espaços vividos. GEOUSP – Espaço e Tempo. São Paulo, n. 33, 2013. pp. 168-185. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2013.74309
SILVA, L. L. S. A excepcionalidade da paisagem e do lugar: a transcendência da (i)materialidade por meio da mediação de subjetividades. Belo Horizonte: Letramento, 2023.
SILVA, L. O. S.; COSTA, A. Teorias não-representacionais e Geografia: reflexões e perspectivas. Geograficidade, v.12, n.2, p.23-42, 2022.
SILVA, M. A. S.; ARRUDA, C. Movimento como convite para fazer geografias: corpo, espaço e emoções. Geografares, v.32, p.1-17, 2021. DOI: https://doi.org/10.47456/geo.v1i32.35557
THRIFT, N. Non-representational Theory: space, politics, affect. New York: Routledge, 2008. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203946565
TRIGG, D. The role of atmosphere in shared emotion. Emotion, Space and Society, v. 35, p.1-7, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.emospa.2020.100658
VANNINI, P. Non-representational research methodologies: an introduction In: VANNINI, P. (Org.) Non-representational methodologies: re-envisioning research. New York and London: Routledge, 2015, p.1-18. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315883540
WILIE, J. Landscape. New York: Routledge, 2007.
WYLIE, J. A landscape cannot be a homeland. Landscape Research. London: Routledge, 2016. DOI: https://doi.org/10.1080/01426397.2016.1156067
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Jéssica Soares de Freitas, Carlos Roberto Bernardes de Souza Jr
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Esta Revista está licenciado sob uma licença
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Terra Livre pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Terra Livre.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.
A Terra Livre está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Você é livre para:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material
- O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Nos seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas . Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de qualquer forma que sugira que o licenciante endossa você ou seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais .
- ShareAlike — Se você remixar, transformar ou construir sobre o material, você deve distribuir suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outras pessoas de fazer qualquer coisa que a licença permita.