CULTURAS DESVIANTES: ESPACIALIDADES DOS POVOS RIBEIRINHOS DO VALE DO GUAPORÉ
Resumo
A compressão espaço-tempo é fenômeno natural? As consequências da modernidade são experiências universais? O cotidiano é tempo da mesmice? O lugar é espaço alienante? Este ensaio põe em xeque tais questões. Existem modos de viver não convenientes e nem convincentes as leis do mercado. Esses modos são encontrados nas cidades, vivências solitárias de práticas desviantes. Nas comunidades ribeirinhas amazônicas, a cultura desviante funda a existência. Caminhantes entre mundos: águas e florestas, os ribeirinhos do Vale do Guaporé vivenciam espacialidades fugitivas da concepção universal, totalizante e naturalizante do capital. Buscamos compreender a lógica das culturas desviantes no diálogo entre cotidiano, lugar, espaço percebido, concebido e vivido; assim, recorremos à abordagem cultural e ao exercício da hermenêutica dupla. Na lida cotidiana, conjugada com o sentido de pertença ao lugar, indivíduos e grupos se desviam das formas consumistas de espaço/tempo. Uma geografia desviante, construída na totalidade do viver, pensar e fazer geografia é o caminho proposto para nos envolvermosnessas vidas desviantes.
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