Fronteira e mobilidade do trabalho em Monte Alegre/PA: deslocamento e confinamento territorial

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Resumo

Este artigo tem por objetivo abordar modificações em áreas de fronteira de Monte Alegre, no noroeste do Pará, como momentos de formação da mobilidade do trabalho no Brasil. Tal processo, pois, é inserido na constituição de um território do Estado nacional como parte da reprodução global do capital. A partir de pesquisas de campo, recompomos a expansão da fronteira, inicialmente, pelo elo entre formas cooperativas de trabalho e repartição fundiária e o controle sobre tal trabalho, pelo comércio local, na produção de mercadorias. Enquanto a busca por caça justifica a ocupação de novas terras, a intensificação da venda de benfeitorias é estimulada por obras públicas e de loteamento tanto quanto pela maior circulação monetária e pela contratação de diárias. Por conseguinte, a diversificação nos meios de emprego da força de trabalho evidencia o aprofundamento da dependência de dinheiro e a gradual necessidade de investimento na terra, mesmo para quem detém os próprios meios de produção. A recente criação de um corredor de unidades de conservação e a profusão de programas de assistência, relativas às formas críticas da acumulação, expõem uma mobilização que tende do deslocamento, para exploração de trabalho, a um sentido de confinamento territorial.

Biografia do Autor

Daniel Nunes Leal, Universidade de São Paulo

Doutorando em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP).

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Publicado

2020-09-27

Como Citar

LEAL, D. N. Fronteira e mobilidade do trabalho em Monte Alegre/PA: deslocamento e confinamento territorial. Terra Livre, [S. l.], v. 1, n. 54, p. 954–685, 2020. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/1779. Acesso em: 19 abr. 2024.

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Artigos