Cortina de fumaça: sujeitos ocultos e o desmonte da educação pública no Paraná e em São Paulo
Resumo
O presente texto busca problematizar o significado do movimento Escola sem Partido (EsP) em um contexto de avanços de políticas que atacam o sentido público da educação no país. Não seria tal movimento cortina de fumaça a desviar o foco dos sujeitos ocultos do desmonte da educação pública no Brasil? Posto isto, retomamos e aprofundamos argumentos utilizados em debates e discussões sobre a necessidade de compreender a função estratégica e ideológica que cumpre o movimento EsP, no processo de encobrimento das profundas reformas educacionais brasileiras. Procuramos demonstrar como algumas políticas educacionais realizadas, sobretudo, nos estados de São Paulo e Paraná, têm produzido nos últimos anos um intenso controle e precarização do trabalho docente, contribuindo, dentre outras coisas, à ampliação das desigualdades educacionais, com implicações também sobre outras desigualdades, dentre as quais, a espacial, uma vez que, essas ações são chanceladas por políticas de avaliação e currículo, pautadas em uma concepção que nega a complexa relação entre escola, sociedade e território.
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