A EFICIÊNCIA DA PRODUÇÃO CAMPONESA NO BRASIL: ESTUDO COMPARATIVO
Resumo
O monopólio da terra no Brasil tem motivado, além da insuficiência de ações políticas específicas à pequena propriedade, senão a ausência delas em determinadas conjunturas sociopolíticas, a disseminação de estigmas que reforçam a tese de ineficiência econômica e incapacidade política de seus sujeitos em construir um projeto de agricultura que contemple não só a soberania, mas também a segurança alimentar. Nesse contexto floresce o ideário de uma agricultura pujante, invariavelmente associada à grande propriedade. Mas os dados analisados nesse trabalho o refutam. Partindo de um recorte territorial em que são perscrutados dois estados, com situação fundiária bastante diversa: o Mato Grosso do Sul, ícone da pecuária extensiva e da grande propriedade, e o Paraná, maior produtor de grãos do Brasil, e também expressão da pequena propriedade, embora a concentração fundiária também esteja presente. Em ambos os casos, verifica-se que são exatamente os pequenos estabelecimentos que melhor respondem aos desafios da produção e geração de renda no campo, a despeito da escassez de terras ao seu dispor.