A PERSPETIVA DO GÊNERO NA MUDANÇA CLIMÁTICA
MARCOS PARA O DEBATE
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2025.3825Palavras-chave:
Ecologia Política, Gênero, Ecofeminismo, mudanças climáticas, Meio ambienteResumo
A intersecção entre gênero e meio ambiente constitui um campo intelectual que entrelaça os processos simultâneos de produção da natureza e de produção dos sujeitos, prestando especial atenção à forma como estes sujeitos e a sua relação com o meio são mediados por processos de diferenciação e dominação baseados no gênero e no poder. Frente aos sentidos impactos dos desastres ambientais provocados pela mudança climática e que viralizam nas manchetes, mas sem um olhar crítico, esta reflexão faz um balanço da literatura que aborda gênero e meio ambiente. O objetivo é oferecer uma genealogia teórica a respeito dos papéis de gênero nas articulações entre o político e o ambiental, integrando um olhar interseccional sobre os efeitos das mudanças climáticas e na construção de políticas públicas para sua mitigação.
Downloads
Referências
ACSERALD, Henri. Justiça ambiental ação coletiva e estratégias argumentativas, in Henri Acserald, José Augusto Pádua e Selene Herculano, (orgs.), Justiça ambiental e cidadania. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004
ACSERALD, Henri. Ambientalização das lutas sociais – o caso do movimento por justiça ambiental Estudos Avançados 24 (68), 2010 DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142010000100010
AGARWAL, Bina. El género y el debate medioambiental: lecciones desde India, in AGRA, María Xosé (comp.) Ecología y Feminismo. Granada: Ediciones Comares, 1997 [1992].
BANIWA, BRAULINA. Mulheres e território: reflexão sobre o que afeta a vida das mulheres indígenas quando os direitos territoriais são ameaçados. Vukápanavo: Revista Terena, Campo Grande, v. 1, n. 1, p. 165-170, 2018.
BAKKER, Karen. Katrina: the public transcript of ‘disaster. Environment and Planning D: Society and Space 23, 2005, p. 795-802 DOI: https://doi.org/10.1068/d2306ed
BELMONT, Mariana. Racismo Ambiental e Emergências climáticas no Brasil, organizada por (2023) São Paulo: Instituto Clima e Sociedade e Climate and Land Use Alliance – CLUA, Instituto de Referência Negra Peregum, 2023
BLAIKIE, Piers; BROOKFIELD, Harold. Land Degradation and Society. Londres, New York: Meuthen, 1987
BUARQUE DE HOLLANDA, Heloisa. Presentação in Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020
BRÚ, Josepa. Spanish women against industrial waste. in ROCHELEAU, Dianne et al. (eds.) Feminist Political Ecology: Global Issues and Local Experiences. Nueva York: Routledge, 1996
CABNAL, Lorena. El relato de las violencias desde mi territorio cuerpo-tierra In: SOLANO, Xochitl Leyva; ICAZA, Rosalba (coord.). En tiempos de muerte: Cuerpos, rebeldías, resistencias. Tomo IV. Chiapas, Buenos Aires: La Haya: Cooperativa Editorial Retos: CLACSO, Institute of Social Studies, Erasmus University Rotterdam, 2019. p. 113-126
CRUZ HERNÁNDEZ Delmy Tania. Revisitando la Cartografía Cuerpo-Territorio desde la Autoetnografía Feminista. Política & Trabalho Revista de Ciências Sociais, nº 59, Julho/Dezembro de 2023, p. 64-82 DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2023v1n59.66769
CRUZ HERNÁNDEZ, Delmy Tania. La salud se camina. En busca de la salud del territorio en contextos de violencia lenta: Insurgencias de mujeres organizadas en la región fronteriza de Chiapas. In: HERNÁNEZ, Ana Luisa Sánches; MARTÍNEZ, Miguel Angel Martínez; ESTRADA, Francisco Díaz (ed.). Gender-based Violence in Mexico: Narratives, the State and Emancipations. Londres: Routledge, 2023. p. 39-55.
COLECTIVO MIRADAS CRITICAS DEL TERRITORIO DESDE EL FEMINISMO Mapeando el cuerpo-territorio. Guía metodológica para mujeres que defienden sus territorios Quito: CLACSO, 2017
DI CHIRO, Giovanna. Living environmentalisms: coalition politics, social reproduction, and environmental justice. Environmental Politics 17(2), 2008, p. 276-298 DOI: https://doi.org/10.1080/09644010801936230
BOMBARDI, Larissa Mies. Agrotóxicos e colonialismo químico. São Paulo: Editora Elefante, 2023.
CRESHAW Kimberlé. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence Against Women of Color, in FINEMAN Martha Albertson, MYKITIUK Rixanne (eds.) The Public Nature of Private Violence. New York: Routledge, 1994, p. 93-118.
DAVIS, Angela. Racismo, controle de natalidade e direitos reprodutivos. In: DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 205-223.
DAVIS, Mike. Los holocaustos de la era victoriana tardía: Las hambrunas de El Niño y la formación del Tercer Mundo. Valencia: Universitat de Valencia, 2006 [1991]
D’EAUBONNE, Françoise. Le féminisme ou la mort. Paris: Pierre Horay, 1974.
DESCOLA, Philippe & PALSSON, Gísli. Naturaleza y sociedad. Perspectivas antropológicas. México: Siglo Veintiuno, 2001.
ESCOBAR, Arturo. ¿Cómo pensar la relación entre el ser humano y la naturaleza?’ En ESCOBAR, Arturo. Más allá del Tercer Mundo: Globalización y diferencia. Bogotá, Popayán: ICANH-Universidad del Cauca, 2005
GALLINI, Stefania. Problemas de métodos en la historia ambiental de América Latina. Anuário IHES 19, 2004, p. 147-171.
GINSBURG, F.; RAPP, R. The politics of reproduction. Annual Review of Anthropology, [s. l.], v. 20, p. 311-343, 1991. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.an.20.100191.001523
GINSBURG, F.; RAPP, R. Conceiving the New World Order: the global politics of reproduction. Berkeley: University of California Press, 1995. DOI: https://doi.org/10.1525/9780520915442
FEDERICI Silvia. Beyond the Periphery of the Skin: Rethinking, Remaking, and Reclaiming the Body in Contemporary Capitalism. Oakland: PM Press, 2020
HARAWAY, Donna. Manifiesto Ciborg: El sueño irónico de un lenguaje común para las mujeres en el circuito integrado 1984. Disponível online: www.lkstro.com/docu/manifiesto_ ciborg.pdf.
HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial Cadernos Pagu (5) 1995: pp. 07-41.
HARTMANN, Betsy. Reproductive Rights and Wrongs: The global politics of population control and contraceptive choice. Nueva York: Harper and Row, 1987
HARCOURT, Wendy. Body Politics in Development: Critical Debates in Gender and Development. Londres: Zed Books, 2009 DOI: https://doi.org/10.5040/9781350218710
HARDING, Sandra. From the Woman Question in Science to the Science Question in Feminism. The Science Question in Feminism. Ithaca, NY: Cornell University Press, 1987
HARVEY, David. Populations, Resources and the Ideology of Science. Economic Geography 50 (3), 1974, p. 256-277 DOI: https://doi.org/10.2307/142863
HUBER, Matt. Gusher in the Gulf and the Despotism of Capital. Antipode 43(2), 2011, p. 195-198 DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-8330.2010.00806.x
INGOLD, Tim. The Perception of the Environment: Essays on livelihood, dwelling and skill. London, New York: Routledge, 2000.
KATZ, Cindi. Bad elements: Katrina and the scoured landscape of social reproduction. Gender, Place and Culture 15(1), 2008, p. 15-29. DOI: https://doi.org/10.1080/09663690701817485
KRENAK, A. A Vida Não é Útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
KERGOAT Daniele, Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: EMÍLIO, Marli et al. (Org.).Trabalho e Cidadania Ativa para as mulheres. São Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, 2003. p.55-63. Coleção Caderno da Coordenadoria Especial da Mulher, n.3D.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: Ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994, 152 p.
LANGSTON, Nancy. Toxic Bodies: Hormone Disruptors and the Legacy of DES. New Haven: Yale University Press, 2010
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabilidad, racionalidad, complejidad, poder. México: Siglo XXI, PNUMA, 1998
MERCHANT, Carolyn. The Death of Nature. Women, Ecology and the Scientific Revolution. New York: Harper Collins, 1980
MERCHANT, Carolyn. ‘Gender and Environmental History’. Journal of American History 76, 1990, p. 1117-1121. DOI: https://doi.org/10.2307/2936589
MENDOÇA Pedro, SILVA Fernanda BRITT, Gisele, Racismo ambiental e risco: um olhar sobre a produção de áreas de exclusividade brancas in BELMONT Mariana (org) Racismo Ambiental e Emergências climáticas no Brasil, organizada por (2023) São Paulo: Instituto Clima e Sociedade e Climate and Land Use Alliance – CLUA, Instituto de Referência Negra Peregum, 2023
MIES, Maria e SHIVA, Vandana. Ecofeminismo. Tradução Fernando Dias Antunes. Lisboa: Instituto Piaget, 1993. Coleção Epistemologia e Sociedade
MORGAN, L. M.; ROBERTS, E. F. S. Reproductive governance in Latin America. Anthropology & Medicine, [s. l.], v. 19, n. 2, p. 241-254, 2012. DOI: https://doi.org/10.1080/13648470.2012.675046
MULLINGS, Beverley; WERNER, Marion; PEAKE, Linda. Fear and Loathing in Haiti: Race and Politics of Humanitarian Dispossession. Acme 19, 2010, p. 282-300.
PLUMWOOD, Val. Feminism and the Mastery of Nature. Londres: Routledge, 1993.
PULIDO, Laura.‘Rethinking Environmental Racism: White Privilege and Urban Development in Southern California. Annals of the Association of American Geographers 90(1), 2000, p. 12-40. DOI: https://doi.org/10.1111/0004-5608.00182
RIVERA CUSICANQUI, Silvia. ‘La noción de “derecho” o las paradojas de la modernidad postcolonial: indígenas y mujeres en Bolivia’. Aportes Andinos 20, 2004 [1997], s.p.
ROCHELEAU, Dianne. Ecología Política Feminista: Poder en redes y poderes enredados. En POATS, Susan et al. (eds.) Tejiendo redes entre género y ambiente en los Andes. Quito: Corporación Grupo Randi Randi, Ediciones Abya-Yala, 2007
ROCHELEAU, Dianne et al. (eds.) Feminist Political Ecology: Global Issues and Local Experiences. Nueva York: Routledge, 1996
SCOTT, J. (1988). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, v. 16, n. 2, pp. 5-22.
SIDAWAY, James. ‘The dissemination of banal geopolitics: webs of extremism and insecurity’. Antipode 40 (1), 2008, p. 2-8 DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-8330.2008.00568.x
SHIVA, Vandana. Abrazar la vida: mujer, ecología y desarrollo. Madrid: Editorial Horas y Horas, 1995 [1988];
SHIVA, Vandana. Monoculturas da mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003. 240 p.
SMITH, Neil. There is no such thing as a natural disaster. Understanding Katrina: Perspectives from the Social Sciences. [S.l.: s.n.], 2006. Disponível em https://items.ssrc.org/understanding-katrina/theres-no-such-thing-as-a-natural-disaster/
SVAMPA Maristella, Extrativismo neodesenvolvimentista e movimentos sociais: Um giro ecoterritorial rumo a novas alternativas? In LANG, Miriam (org) Descolonizar o imaginário. Debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento Editora Elefante: 2016
TURQUET Laura, TABBUSH Constanza, STAAB Silke, WILLIAMS Loui, Feminist Climate Justice: A Framework for Action. Conceptual framework prepared for Progress of the World’s Women series. New York: UN-Women 2023.
ULLOA, Astrid. Feminismos territoriales en América Latina: defensas de la vida frente a los extractivismos. Nómadas, Universidad Central, v. 45, p. 123-139, 2016. DOI: https://doi.org/10.30578/nomadas.n45a8
WATTS, Michael. Hazards and Crisis: A Political Economy of Drought and Famine in Northern Nigeria. Antipode 15 (1), 1983, p. 24-34. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-8330.1983.tb00320.x
ZHOURI, Andréa. Violência, memória e novas gramáticas da resistência: o desastre da Samarco no Rio Doce. Revista Pós Ciências Sociais, v. 16, n. 32, p. 51–68, 12 Jan 2020 DOI: https://doi.org/10.18764/2236-9473.v16n32p51-68
ZHOURI, Andréa. Crise como criticidade e cronicidade: a recorrência dos desastres da mineração em Minas Gerais Horiz. antropol., Porto Alegre, ano 29, n. 66, e660601, maio/ago. 2023 DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9983e660601
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 LUZ STELLA RODRÍGUEZ CÁCERES

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Esta Revista está licenciado sob uma licença 
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Terra Livre pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Terra Livre.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.

A Terra Livre está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Você é livre para:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material
- O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Nos seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas . Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de qualquer forma que sugira que o licenciante endossa você ou seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais .
- ShareAlike — Se você remixar, transformar ou construir sobre o material, você deve distribuir suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outras pessoas de fazer qualquer coisa que a licença permita.







