Precarização da educação e da atividade docente
notas sobre a experiência na rede pública estadual de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2023.3207Palavras-chave:
educação, crise, precarização do trabalho, Novo Ensino MédioResumo
O artigo discute o cenário de precarização da educação no Brasil, partindo da experiência cotidiana em escolas públicas paulistas, tanto em sala de aula como nos momentos de formação coletiva de professores. A implementação do Novo Ensino Médio marca a institucionalização da lógica neoliberal no ensino público, baseada na ideia de empreendedorismo. O Estado de São Paulo se torna a representação de um fenômeno nacional que encobre dos estudantes o contexto da crise econômica e a falta de perspectiva de trabalho. Nessa trama, podemos incluir os docentes que sofrem ataques à carreira por parte da Secretaria de Educação, num movimento de diferenciação salarial que beneficia os professores temporários, colocando efetivos e contratados uns contra os outros. Desse modo, a experiência docente se transforma à medida que os professores circulam entre as escolas e não conseguem ter estabilidade na profissão. A carreira vira destino de profissionais de outras áreas que não conseguem se inserir no mercado de trabalho, se tornando uma alternativa à demanda por emprego de toda a sociedade.
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