Marcadores de gênero e raça na vida de mulheres negras do espaço urbano
do limitante direito à cidade às estratégias de resistência
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2022.2942Palavras-chave:
Interseccionalidade, Espaço Urbano, Segregação Socioespacial, Economia SolidáriaResumo
A partir da revisão bibliográfica sobre temas como: gênero, raça, direito à cidade e segregação urbana, e da análise de dados de âmbito nacional fornecidos por institutos de pesquisa, pretende-se incitar uma discussão sobre a realidade das mulheres negras nas periferias das cidades brasileiras. Partimos de teorias epistemológicas de geógrafas cujas ideias foram denunciadoras da suposta neutralidade do espaço geográfico, que por muito tempo reproduziu análises androcêntricas, racistas, machistas e heteronormativas. Acreditamos que a plena experiência da urbanidade é condição privilegiada apenas para alguns segmentos sociais, enquanto grande parte da população sobrevive em meio a uma série de dificuldades sociais, econômicas, culturais e ambientais, que as impedem de usufruir do direito à cidade. Dentre este grupo, destacamos as mulheres negras, que sofrem intensa exclusão em virtude da interseccionalidade de sua condição, mas que apesar da pobreza, preconceitos e violências, por meio de sua capacidade de resistência, do apoio de agentes e da formação de grupos de economia solidária, entre outros, têm alcançado conquistas, por vezes pontuais, porém significativas, nestes espaços.
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