ESPAÇO, POLÍTICA E PERIFERIA: AS POLÍTICAS SOCIAIS NA RE-PRODUÇÃO DE RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
Resumo
Partindo da constatação de que as periferias metropolitanas têm se conformado como espacialidades privilegiadas das intervenções do Estado, sobretudo através das políticas sociais, entendemos que a compreensão mais acurada desse fenômeno só pode se dar pela sua articulação com a re-produção das relações sociais de produção. Nosso objetivo não é “inventariar” ou realizar um “balanço” das políticas sociais no Brasil, seja em que instância de governo for, mas enfatizálas como o modo pelo qual o Estado vem se fazendo presente no espaço social. Assim sendo, além de interrogarmos as estratégias e as ideologias subjacentes a tais intervenções, procuramos compreender a cadeia de tensões entre o desejo, as necessidades sociais e as carências, estas duas últimas como representações mediadoras da realização da vida no mundo moderno. No seio dessas tensões podem estar os traços presentes e potenciais de reflexão individual e/ou coletiva acerca do modus operandi do Estado na satisfação dessas necessidades e carências, bem como as (im)possibilidades da irrupção da política nessas espacialidadesperiféricas.