HIDRELÉTRICAS E REASSENTAMENTO: ENSAIO SOBRE A TEMPORALIZAÇÃO DOS IMPACTOS LIGADOS A (DES)TERRITORIALIZAÇÃO DAS FAMÍLIAS REASSENTADAS EM SANTA RITA, RONDÔNIA
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2020.2194Palavras-chave:
Amazônia, Território, Impactos Hidrelétricos, ReassentamentoResumo
O objetivo do artigo é identificar e temporalizar os impactos gerados aos moradores (des)territorializados do assentamento Joana D’arc I, II e III, reassentados em Santa Rita, devido à construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira/RO. A metodologia é composta pela pesquisa bibliográfica, documental e trabalho de campo. O conceito norteador é o território, pois auxilia no entendimento das relações de poder e na discussão do processo de territorialização, devido a apropriação de uma parte do rio Madeira, pela empresa Santo Antônio energia (SAE), com a finalidade de gerar energia elétrica. Os resultados apresentam que antes mesmo da usina ser implantada, ela causa mudanças, quanto a incerteza do futuro da população que será afetada, denominados de impactos especulativos. No momento de sua materialização tem-se o impacto imediato, o que significa a (des)territorialização das comunidades nas confluências do reservatório e, consequentemente, após a sua construção, ocorrem os impactos processuais, o que no caso em tela, as tentativa de (re)territorialização foco das observações e análises. Ao temporalizar os impactos, evidenciam-se sobreposições de interesses e conflitos referentes ao uso dos recursos naturais, os quais se estendem até os dias atuais.
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