Colonialidade, exceção-espoliação e etnocídio: o caso dos atingidos à jusante da barragem de Belo Monte

Autores

  • Kena Azevedo Chaves Universidade Estadual Paulista (UNESP/RC)

DOI:

https://doi.org/10.62516/terra_livre.2018.1525

Resumo

A interação de povos indígenas e tradicionais com grandes projetos de investimento é historicamente marcada pela violação de direitos e invisibilidade dos grupos sociais atingidos, e culmina na perda dos territórios e desaparecimento dos modos de vida. O avanço da fronteira econômica sobre a Amazônia reproduz padrões de colinialidade (QUIJANO, 2009), promovendo etnocídio (CLASTRES, 1982) dos povos para expropriação dos recursos sob seu controle. Desta forma, operando através de necropolíticas (MBEMBE, 2016), apoiada na exceção (AGAMBEN, 2002; 2004), a acumulação por espoliação (HARVEY, 2012) mostra sua importância para manutenção do modo de produção. O trabalho debruça-se sobre o caso dos atingidos à jusante da barragem UHE Belo Monte, argumentando, à partir de relatos, que os atingidos são tratados como desimportantes ou matáveis pelo empreendedor e Estado, cuja atuação ameaça os modos de vida na região.

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Biografia do Autor

Kena Azevedo Chaves, Universidade Estadual Paulista (UNESP/RC)

Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Geografia - Unesp/Rio Claro. Pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV.

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Publicado

2019-05-22

Como Citar

CHAVES, K. A. Colonialidade, exceção-espoliação e etnocídio: o caso dos atingidos à jusante da barragem de Belo Monte. Terra Livre, [S. l.], v. 2, n. 51, p. 120–152, 2019. DOI: 10.62516/terra_livre.2018.1525. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/1525. Acesso em: 5 dez. 2024.