Por uma leitura geográfica do Contestado: o território, a terra e o povo caboclo
Resumo
Este artigo tem por objetivo trazer para a geografia uma leitura do Contestado, enquanto um território marcado pelo processo de expansão capitalista que denota na degradação da natureza e do trabalho, por meio da transformação da terra de posse em propriedade privada. Entendemos que a terra negada ao povo caboclo se constitui enquanto elemento central da deflagração da Guerra do Contestado (1912-1916), de modo, que até hoje, apresenta importantes rebatimentos territoriais como aqueles analisados no município de Calmon e expressos nos significados e desdobramentos do monocultivo do Pinus, tais como, a pobreza e a concentração de terras. Por fim, consideramos que os processos de luta e resistência são fundantes para análise do Contestado, de modo, que a população trabalhadora de Calmon vê no acesso à terra a premissa para a mudança substancial das suas condições de vida e de trabalho.