Pensar o pensamento geográfico: reflexões por dentro dos Encontros Nacionais de Geógrafos (ENGs) – Brasil
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2014.563Resumo
O presente artigo tem como propósito refletir sobre os discursos que vêm sendo tecidos nos Encontros Nacionais dos Geógrafos (ENGs), da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), no eixo temático História do Pensamento Geográfico, durante os dez anos desde o último Congresso Brasileiro de Geógrafos (CBG), em 2004. Questiona-se se estes vêm assumindo, em grau e qualidade, condição singular sobre a situação do pensar a sociedade e a geografia no Brasil. Nos estudos desenvolvidos, constata-se que há uma riqueza de polifonia trazida no discurso do lugar “de quem fala” e “sobre o que se fala”, observando-se que, embora possamos identificar conteúdos de discursos de crítica ao universalismo – e à ideia do homogêneo –, ao assumir os discursos do outro, não há descentralização dos sujeitos dos discursos, dos que falam. Afirmamos que há uma inovação no pensamento geográfico que se estabelece dentro da AGB, entretanto, este se ressente de estrutura teórica epistemológica que favoreça os tecidos teóricos sinalizadores de novos conceitos ou mesmo de uma nova teoria na produção do pensar e do fazer geografia. O que se pode constatar é uma diversificação de discursos que são nomeados por diversos sujeitos, agrupando-se conforme eletividade e afetividade. Acredita-se que a AGB, como instituição que se materializa e se estrutura no princípio da liberdade e da alteridade, tende a garantir um campo de debate aberto de validação das leituras plurais, o que indica que, apesar de a pesquisa aparentemente não se dar no âmbito dos eventos da AGB, é esta que permite evidenciar o debate de forma diversa, sem qualquer tipo de cerceamento ideológico, assumindo a responsabilidade de pensar e fazer mudar a sociedade e a geografia brasileiras.
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