Pensar o pensamento geográfico: reflexões por dentro dos Encontros Nacionais de Geógrafos (ENGs) – Brasil
Resumo
O presente artigo tem como propósito refletir sobre os discursos que vêm sendo tecidos nos Encontros Nacionais dos Geógrafos (ENGs), da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), no eixo temático História do Pensamento Geográfico, durante os dez anos desde o último Congresso Brasileiro de Geógrafos (CBG), em 2004. Questiona-se se estes vêm assumindo, em grau e qualidade, condição singular sobre a situação do pensar a sociedade e a geografia no Brasil. Nos estudos desenvolvidos, constata-se que há uma riqueza de polifonia trazida no discurso do lugar “de quem fala” e “sobre o que se fala”, observando-se que, embora possamos identificar conteúdos de discursos de crítica ao universalismo – e à ideia do homogêneo –, ao assumir os discursos do outro, não há descentralização dos sujeitos dos discursos, dos que falam. Afirmamos que há uma inovação no pensamento geográfico que se estabelece dentro da AGB, entretanto, este se ressente de estrutura teórica epistemológica que favoreça os tecidos teóricos sinalizadores de novos conceitos ou mesmo de uma nova teoria na produção do pensar e do fazer geografia. O que se pode constatar é uma diversificação de discursos que são nomeados por diversos sujeitos, agrupando-se conforme eletividade e afetividade. Acredita-se que a AGB, como instituição que se materializa e se estrutura no princípio da liberdade e da alteridade, tende a garantir um campo de debate aberto de validação das leituras plurais, o que indica que, apesar de a pesquisa aparentemente não se dar no âmbito dos eventos da AGB, é esta que permite evidenciar o debate de forma diversa, sem qualquer tipo de cerceamento ideológico, assumindo a responsabilidade de pensar e fazer mudar a sociedade e a geografia brasileiras.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Terra Livre pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Terra Livre.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.
A Terra Livre está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.