A BARBÁRIE DE CRISE DO PROGRESSO CAPITALISTA E O INTERMINÁVEL TEMPO DO FIM
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2024.3671Palavras-chave:
análises espaciais da desigualdade, crítica do desenvolvimento capitalista, dinâmica temporal da reprodução do capital, crise, barbárie do progressoResumo
O texto foi escrito para atender ao convite para intervenção na mesa “A geografia histórica do capitalismo e o progresso da barbárie” do VIII CBG. Dialogamos inicialmente com a proposta de ementa para a mesa, que sugere a crítica devida dos fundamentos que conectam progresso e barbárie como lados da mesma moeda. A partir disso, enfrentamos de modo ensaístico a pergunta legada pela literatura de Joseph Conrad sobre a implicação da civilização na barbárie colonial: da promoção à representação. Desde aí, desdobramos uma leitura da geografia histórica do capitalismo, crítica a análises espaciais de extração dualista, desigual e combinada e/ou que sustentam a reprodução das condições de acumulação na eterna recriação da acumulação primitiva, territorialmente localizada como espaço de recriação da barbárie. A problematização sugere a necessidade de incluir a dinâmica temporal crítica da reprodução do capital como momento necessário para a crítica da análise espacial centrada apenas na desigualdade, do horizonte progressista de superação e da atual barbárie de crise do progresso do capitalismo mundial.
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