SOCIOBIODIVERSIDADE E CONHECIMENTOS TRADICIONAIS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MATA CAVALO - NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO – MT - BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2024.3312Palavras-chave:
comunidades, Comunidade tradicional, incêndios florestaisResumo
O uso de plantas medicinais é uma prática bastante antiga, difundida principalmente entre povos indígenas e comunidades tradicionais. Esta pesquisa foi concebida na Comunidade Quilombola Mata Cavalo, no município de Nossa Senhora do Livramento-MT, com o objetivo de compilar informações a respeito dos saberes tradicionais relacionados às plantas medicinais do cerrado, visando a identificar as espécies utilizadas pela comunidade. Por meio de pesquisa exploratória, foi feito o levantamento sobre uso de plantas medicinais do cerrado. O resultado mostrou que as espécies identificadas já foram estudadas anteriormente, algumas possuem propriedades anti-inflamatórias, citotóxicas, antioxidantes, antidiabéticas, cicatrizantes, entre outros usos. As entrevistas demonstraram que os moradores fazem uso das ervas medicinais do cerrado para tratar diversos problemas de saúde e obtiveram esses conhecimentos de forma empírica por meio das pessoas mais velhas da família. Portanto, conclui-se que o conhecimento local relacionado está ligado às suas raízes ancestrais e intimamente relacionado à sua identidade cultural.
Downloads
Referências
AB'SÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. Ateliê Editorial, 2003.
ANGELO, P. M.; JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos–Uma breve revisão. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 66, n. 1, p. 1-9, 2007.
ANTAR, G. M. Leonotis. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB17909. Acesso em: 04 jul. 2023.
ARAÚJO, E. O. Desempenho fenológico e caracterização anatômica de gervão-roxo Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl (Verbenaceae). 2020. Dissertação (Mestrado em Agronomia - Horticultura) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, 2020.
ÁRVORE DO BRASIL. Informações e estudos sobre árvores nativas brasileiras. Açoita cavalo - Luehea grandiflora. Disponível em: Açoita cavalo Luehea grandiflora (arvores.brasil.nom.br). Acesso em: 22 abr. 2023.
BATALINI, C. et al. Avaliações fitoquímica, fitotóxica e antifúngica da entrecasca do caule de Pterodon pubescens Benth (sucupira branca). Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 10, p. 77589-77607, 2020.
BIODIVERSITY4ALL. Disponível em: https://www.biodiversity4all.org/taxa/1101380-Vernonia-ferruginea. Acesso em: 01 maio 2023.
BIRAL, L.; LOMBARDI, J. A. Celastraceae. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB605053. Acesso em: 04 jul. 2023.
BORGES, S. G. V. et al. Análise de nutrientes em mudas de Nó-de-Cachorro (Heteropterys aphrodisiaca O. Mach.) cultivadas em diferentes substratos. Embrapa Pantanal. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 2007.
BRASIL. Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Diário Oficial da União, n. 28, p. 316-316, 2007.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. O Bioma Cerrado. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/biomas/cerrado.html. Acesso em: 16 mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (saude.gov.br). Acesso em: 27 jun. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Relação nacional de medicamentos essenciais: 2020. Brasília-DF, 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_medicamentos_rename_2020.pdf. Acesso em: 16 fev. 2023.
CASTRO, M. S.; MONGE, M.; SOARES, P. N.; RIVERA, V. L.; DEMATTEIS, M.; SEMIR, J. (in memoriam). Vernonanthura. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB27446. Acesso em: 04 jul. 2023.
CASTRO, T. G. R. Diversidade fitoterápica do cerrado: conhecimento passado entre gerações e o uso de plantas medicinais. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Instituto Federal Goiano, Ceres, 2022.
CAVALCANTI, T. B. Lafoensia. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB8784. Acesso em: 04 jul. 2023.
COELHO, M. F. B. et al. Nó-de-cachorro (Heteropterys tomentosa A. Juss.): espécie de uso medicinal em Mato Grosso, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 13, p. 475-485, 2011.
CONCEIÇÃO, G. M. et al. Plantas do cerrado: comercialização, uso e indicação terapêutica fornecida pelos raizeiros e vendedores, Teresina, Piauí. Scientia Plena, v. 7, n. 12, 2011.
CURSOS APRENDIZ. Terapêutica medicamentosa em odontologia. 2011. Disponível em: https://www.cursosaprendiz.com.br/terapeutica-medicamentosa-odontologia/. Acesso em: 04 jul. 2023.
DALLA-NORA, G.; SATO, M. Pontes nas securas das águas: reflexões sobre as mudanças climáticas e justiça climática em comunidades quilombolas. Ciência Geográfica, v. 23, n. 1, 2019.
DIAS, J. E. Farmacopéia popular do cerrado. Pacari, 2009.
FAO; FILAC. Los Pueblos Indígenas y Tribales y la Gobernanza de los Bosques: Una Oportunidad Para la Acción Climática en América Latina y el Caribe. 2021. Disponível em: https://www.fao.org/documents/card/en/c/cb2953es. Acesso em: 1 dez. 2022.
FERNANDES, J.; CRUZ, K.; LOPES, C. R. Morfologia de Senna occidentalis (Leguminosae): uma espécie medicinal em Alta Floresta, Mato Grosso. Enciclopédia Biosfera, v. 19, n. 39, 2022.
FIOCRUZ. Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil. 2020. Disponível em: https://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/. Acesso em: 23 maio 2023.
FREITAS, A. S. H. J.; GUARIM-NETO, G. O gênero Vernonia (Asteraceae) para a flora de Mato Grosso. In: 64º CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA. Belo Horizonte, 10-15 de novembro de 2013. Anais [...]. Belo Horizonte, 2013.
GAGLIOTI, A. L.; AGUIAR, D. P. P. Cecropia. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15041. Acesso em: 04 jul. 2023.
GERACE, S.; BOVINI, M. G. Luehea. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB9095. Acesso em: 04 jul. 2023.
GUARIM NETO, G.; MORAIS, R. G. de. Recursos medicinais de espécies do cerrado de Mato Grosso: um estudo bibliográfico. Acta Botanica Brasilica, v. 17, p. 561-584, 2003.
GUARINO, E. S. G.; MOLINA, A. R.; BARBIERI, R. L. Distribuição potencial de Espinheira-santa (Monteverdia ilicifolia e M. aquifolia) e sua relação com os bancos ativos de germoplasma da Embrapa. Embrapa 50 Anos. 2019.
HARLEY, R. M.; ANTAR, G. M. Hyptis dilatata Benth. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2023a. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB36539. Acesso em: 04 jul. 2023.
HARLEY, R. M.; ANTAR, G. M. Hyptis Jacq. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2023b. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB8183. Acesso em: 04 jul. 2023.
ICMBIO. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Biodiversidade do cerrado. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cbc/conservacao-da-biodiversidade/biodiversidade.html. Acesso em: 21 jan. 2022.
INaturalist. Disponível em: https://www.inaturalist.org/. Acesso em: 10 dez. 2022.
KORNIS, George E. M.; BRAGA, Maria Helena; PAULA, Patrícia A Braungratz de. Transformações recentes da indústria farmacêutica: um exame da experiência mundial e brasileira no século XXI. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 24, p. 885-908, 2014.
JIANG, Z. et al. Uma revisão sobre a fitoquímica e farmacologia da erva Scoparia dulcis L. para o potencial tratamento da síndrome metabólica. RSC Avanços, v. 11, n. 50, p. 31235-31259, 2021.
LOMBARDO, M. et al. Avaliação das propriedades biológicas in vitro de Senna occidentalis (L.) Link. Acta Scientiarum. Ciências Biológicas, Maringá, v. 37, n. 1, p. 9-13, 2015.
MAIER, F. S. C. Avaliação do efeito de extratos vegetais de plantas do cerrado e pantanal sobre o crescimento de trypanosoma cruzi. 2016. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2016.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.
MEDEIROS, J. de D. Guia de campo: vegetação do Cerrado 500 espécies. Brasília: MMA/SBF, 2011.
MISHRA, P.; SOHRAB, S.; MISHRA, S. K. Uma revisão sobre as propriedades fitoquímicas e farmacológicas de Hyptis suaveolens (L.) Poit. Revista Futura de Ciências Farmacêuticas, v. 7, n. 1, p. 1-11, 2021.
MONTEIRO, J. A. Infecções nosocomiais. Alguns aspectos. Acta Médica Portuguesa, v. 6, n. 3-4, p. 135-40, 1993.
MOREIRA, H. J. da C.; BRAGANÇA, H. B. N. Manual de identificação de plantas infestantes: hortifrúti. São Paulo: FMC Agricultural Produtos, 2011.
NEVES, P. R. et al. Pseudomonas aeruginosa multirresistente: um problema endêmico no Brasil. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 47, p. 409-420, 2011.
OLIVEIRA, S. S.; VANZELER, M. L. A.; CHIG, L. A. Plantas medicinales: el uso de barbatimao-stryphnodendron adstringens (mart.) coville. Uniciências, v. 18, n. 2, 2014.
PERALTA, C. O.; LATINI, A. O.; MENDONÇA, F. M. Prospecção Científica e Tecnológica de Espinheira Santa Maytenus Ilicifolia e Maytenus Aquifolium. Cadernos de Prospecção, v. 15, n. 3, p. 929-943, 2022.
PIPER, R. T. C.; DALLA NORA, G. A educação ambiental e as plantas medicinais do Parque Estadual Zé Bolo Flô em Cuiabá-MT: uma proposta pedagógica. Revista Outras Fronteiras, v. 6, n. 2, p. 42-64, 2019.
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas do Pantanal. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1994.
QUEMEL, G. K. C. et al. Propriedades medicinais do óleo da Copaifera Langsdorfii: uma revisão integrativa da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 3, p. 10490-10508, 2021.
REDE DOR. Resistência à insulina. 2023. Disponível em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/resistencia-a-insulina. Acesso em: 17 dez. 2022.
RIBEIRO, J. F. et al. Guia de plantas do Cerrado para recomposição da vegetação nativa. EMBRAPA: Brasília-DF, 2022.
SAMPAIO, T. H. S. Vochysiaceae A. St.-Hil. nos Parques Estaduais da Serra de Caldas Novas e da Serra Dourada e sua sinopse para o estado de Goiás. 2017. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade Vegetal – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017.
SANO, S. M.; BRITO, M. A.; RIBEIRO, J. F. Dipteryx alata. Brasil. Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade, 2018.
SHIMIZU, G. H.; SOUZA, L. F.; GONÇALVES, D. J. P.; FRANÇA, F. Vochysiaceae. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. [20?]. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB33324. Acesso em: 04 jul. 2023.
SHIMIZU, G. H.; SOUZA, L. F.; GONÇALVES, D. J. P.; FRANÇA, F. Vochysiaceae. In: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. [20?]. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15322. Acesso em: 04 jul. 2023.
SILVEIRA, A. Reflexões sobre a Propriedade: em foco a comunidade de Mata Cavalo. Territórios e Fronteiras, v. 2, n. 1, p. 153-181, 2009.
SOUZA, P. A. de et al. Estudo fitoquímico e farmacológico das espécies Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl (Verbenaceae) e Pleurothyrium bahiense (Meissnes) Barroso (Lauraceae). 2004.
TOLEDO, V. M. M.; BARRERA-BASSOLS, N. A etnoecologia: uma ciência pós-normal que estuda as sabedorias tradicionais. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 20, 2009.
VALENTINI, C. M. A.; RODRIGUEZ-ORTIZ, C. E.; COELHO, M. F. B. Siparuna guianensis Aublet (negramina): uma revisão. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 12, p. 96-104, 2010.
VANZELER, M. L. A. et al. Ensaios preliminares em ratas wistar com extrato hidroetanólico de calunga (Simaba ferruginea St. Hil.) vo, nas fases gestacionais de implantação, organogênese e período fetal: interferências na prole. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, p. 454-461, 2015.
VERNOOY, R. et al. Bancos comunitarios de semillas: orígenes, evolución y perspectivas. 2016.
VILA VERDE, G. M.; PAULA, J. R. de; CANEIRO, D. M. Levantamento etnobotânico das plantas medicinais do cerrado utilizadas pela população de Mossâmedes (GO). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 13, p. 64-66, 2003.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Conselhos sobre doença coronavírus (COVID-19) para o público. Disponível em: Conselhos para o público (who.int). Acesso em: 25 maio 2023.
ZULFIKER, A. H. M. et al. In vivo analgesic activity of ethanol extracts from two medicinal plants- Scoparia dulcis L. and Ficus racemosa Linn. Biol. Med., v. 2, n. 2, p. 42-48, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Giseli Dalla Nora, Maria Aparecida Matos Rios da Costa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Esta Revista está licenciado sob uma licença
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Terra Livre pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Terra Livre.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.
A Terra Livre está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Você é livre para:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material
- O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Nos seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas . Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de qualquer forma que sugira que o licenciante endossa você ou seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais .
- ShareAlike — Se você remixar, transformar ou construir sobre o material, você deve distribuir suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outras pessoas de fazer qualquer coisa que a licença permita.
Dados de financiamento
-
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Números do Financiamento R$35.000