AS CIDADES E A URBANIZAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE. CRISE NAS CIDADES OU CRISE DAS CIDADES?
Resumo
A re-estruturação das forças produtivas é uma das
possibilidades encontradas pelo capital e seus empresários para o
enfrentamento das chamadas crises cíclicas ou estruturais do
capitalismo. Ocorre com o aprofundamento do processo de
concentração e centralização de capitais. A crise também é das
cidades, e pode ser vista no cotidiano de seus moradores pelo
recrudescimento da exclusão e da segregação sócioespacial. Há, no
entanto, uma articulação da diversidade de ações responsáveis pelos
usos do território, sendo, portanto, fundamental compreender o
significado dessas ações empreendidas pelos diversos agentes e
sujeitos e como as mesmas subordinam-se ou não às formas
hegemônicas de regulação contemporâneas. A dialética de
reestruturação das cidades compreende não apenas as formas
hegemônicas de produção do espaço urbano, mas, também outras
possibilidades, relacionadas aos agentes e sujeitos não-hegemônicos
e mesmo às subjetividades e que, embora subordinadas aos
processos estruturais, têm também um importante papel no
desenvolvimento de formas de uso e, portanto de reorganização
dos lugares, a partir das “cotidianidades” estabelecidas, muitas
vezes relacionadas ao surgimento dos chamados “contra-poderes”.