Discurso geográfico e autoritarismo
O Estrangeiro de Plínio Salgado
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2022.2896Palavras-chave:
Fascismo, Discurso Geográfico, Autoritarismo, Plínio Salgado, São PauloResumo
O Discurso Geográfico contido na obra O Estrangeiro (1926) de Plínio Salgado, pode estar alinhado às mais diversas demandas sociais e políticas entre 1920-1930. Por isso mesmo, esse artigo visa compreender como as discussões sobre raça e meio atingiram o autor e, por consequência, a temática da sua obra, cujo espaço representado traduz um autoritarismo territorial, algo recorrente na cultura brasileira. O espaço representado é o paulista. O tempo, as décadas de 1920-1930. E o grupo social, a intelectualidade reacionária paulista, na figura de Plínio Salgado. O procedimento metodológico segue a orientação de não separar autor, obra e contexto da análise discursiva. O trabalho literário de Salgado carrega um conjunto de signos que transcende a estética ou crítica do romance, e desemboca num flerte claro com postulados fascistas.
Downloads
Referências
ADDUCI, C.C. A Pátria Paulista: o separatismo como resposta à crise final do império brasileiro. São Paulo: Arquivo do Estado/Imprensa Oficial, 2000.
BAKHITIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 16º edição. São Paulo: Hucitec, 2014.
BAKHITIN, M. Estética da criação verbal. 6º edição. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
BEIRED, J.L.B. Sob o signo da nova ordem: intelectuais autoritários no Brasil e na Argentina. São Paulo: edições Loyola. 1999.
BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. 4ºedição. São Paulo: Cultrix. 2006
CARVALHO, M.B. “Geografia: Ciência da Complexidade (ou da reconciliação entre natureza e cultura)”. Boletim Paulista de Geografia. n 83, pp. 139-160. 2005.
CHASIN, J. O integralismo de Plínio Salgado (forma de regressividade no capitalismo hiper-tardio). São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, 1978.
CAMPOS, M.J. “Cassiano Ricardo e o “mito da democracia racial”: uma versão modernista em movimento”. Revista USP, São Paulo, n.68, p.140-155, dezembro/fevereiro 2005. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i68p140-155
COSTA, W. M. Geografia política e geopolítica: discurso sobre o território e o poder. São Paulo: HUCITEC: editora da USP, 1992, p. 183-230.
ELIADE, M. Aspectos do mito. Lisboa: Edições 70, 1989.
GONÇALVES, L.P. Entre Brasil e Portugal: trajetória e pensamento de Plínio Salgado e a influência do conservadorismo português. 669f. Tese (Doutorado em História Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo. 2012.
ESCOLAR, M. Crítica do Discurso Geográfico. Trad: Shirley Morales Gonçalves. Ed: HUCITEC. São Paulo, 1996.
HAESBAERT R. “Território, poesia e identidade”. Revista Espaço e Cultura, n1, janeiro de 1997, p. 21-32.
HOLANDA, S. B. Visão de paraíso: os motivos endêmicos no descobrimento e colonização do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.
GOLDMANN, L. A sociologia do romance. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990
GOLDMANN. L. La Creacion Cultural en la Sociedad Moderna. Barcelona: Editorial Fontamara. 1980.
IGLÉSIAS, F. Modernismo: “Uma reverificação da Inteligência Nacional”. In: ÁVILA, Afonso. O Modernismo (Org.) . 2ºedição. São Paulo. 2002.
LÉVI-STRAUSS, C, - O pensamento selvagem. Tradução: Tânia Pellegrini - Campinas, SP: Papirus, 1989.
MACHADO, L. O. “Origens no pensamento geográfico no Brasil: meio tropical, espaços vazios e a ideia de ordem (1870-1930)” In: GOMES, CORREA e MACHADO. Geografia: conceitos e temas – 15ºed – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
MATOS, M.I.S; GOLÇALVES, L.P. O Estrangeiro na obra de Plínio Salgado: matrizes, representações e propostas. São Paulo, Unesp, v.1, p.157-182, janeiro-junho, 2014.
MICELI, S. Intelectuais e Classe Dirigente no Brasil (1920 – 1945). São Paulo – Rio de Janeiro: DIFEL/ Difusão Cultural S.A., 1979.
MONTEIRO, CAF. “O real e o mítico na paisagem do grande sertão”. In: MARANDOLA JR, Eduardo e GRATÃO, Lucia Helena. Geografia e Literatura: ensaios sobre a geograficidade, poética e imaginação. Londrina: EDUEL, 2010.
MORAES, A.C.R. Geografia: Pequena História Crítica – 21º ed – São Paulo: annblume, 2007.
MORAES, A.C.R. Ideologias geográficas: espaço, cultura e política no Brasil. São Paulo: HUCITEC, 1991.
MORAES, A.C.R. Território e história do Brasil. São Paulo: HUCITEC, 2002.
PIMENTEL, B.A.F. “Micea Eliade e o mito”. Kalíope, São Paulo. ano 1, número 1, 2005, p.66-79.
RAIMUNDO, S.L. Terra Conquistada; a pátria de alma bandeirante. Terra Brasilis [online] 2/2000. DOI: https://doi.org/10.4000/terrabrasilis.303
SACARDO, V.A. O Integralismo pliniano: autoritarismo e ordem na defesa da nação. 182f. Tese (Doutorado em Geografia). Instituto de Geociências e Ciências Exatas do câmpus de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. São Paulo. 2011.
SALGADO, P. Geografia Sentimental. Editora José Olympio: Rio de Janeiro, 1937.
SALGADO, P. O extrangeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1926.
SANTOS, B. S. S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade -14ed. - São Paulo: Cortez, 2013.
SANTIAGO, S. “Vanguarda: Um Conceito e Possivelmente um Método”. In: ÁVILA, Afonso. O Modernismo (Org.) 2ºedição. São Paulo. 2002.
SOUZA, C.V. “Brasileiros e Brasileiras: gênero, raça e espaço para a construção da nacionalidade em Cassiano Ricardo e Alfredo Ellis Jr”. Cadernos. 1996: pp 83-108.
TRINDADE, H. Integralismo: o fascismo brasileiro da década de 30. 2.ed. Porto Alegre: Difel/UFRGS, 1979.
VASCONCELLOS, G. F. Ideologia curupira: análise do discurso integralista. São Paulo: brasiliense, 1979.
VELLOSO, M.P. História & Modernismo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.
VELLOSO, M.P. “A brasilidade verde-amarela: nacionalismo e regionalismo paulista”. Estudos históricos: Rio de Janeiro. Vol.6, n.11, 1993, p.89-112.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta Revista está licenciado sob uma licença
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Terra Livre pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Terra Livre.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.
A Terra Livre está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
Você é livre para:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material
- O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Nos seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , fornecer um link para a licença e indicar se as alterações foram feitas . Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de qualquer forma que sugira que o licenciante endossa você ou seu uso.
- Não Comercial — Você não pode usar o material para fins comerciais .
- ShareAlike — Se você remixar, transformar ou construir sobre o material, você deve distribuir suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outras pessoas de fazer qualquer coisa que a licença permita.