Análise histórica da (des)centralização da gestão ambiental no Brasil e no mundo (1930-2022)

evolução, conflitos e perspectivas

Autores

Palavras-chave:

Gestão ambiental, Políticas Públicas, Desenvolvimento Sustentável

Resumo

Este artigo contextualiza, historicamente, a gestão ambiental mundial e a nacional, que visa a contribuir com o desenvolvimento econômico sustentável. Abordando a evolução da legislação, os conflitos do mesmo período e suas perspectivas, buscam-se os acontecimentos que promoveram a mudança de percepção humana sobre a temática ambiental. Na etapa bibliográfica da pesquisa, deu-se a coleta de dados em publicações digitais específicas e sites governamentais; a seguir, procedeu-se à espacialização dos dados com o uso do software QGis. Apesar de o Brasil ter sido marcado por políticas públicas ambientais, ainda há uma ação depredatória que ignora a natureza esgotável de todo e qualquer recurso. A centralização e a autoridade das gestões políticas inibem a participação popular, geram desastres ambientais e desconsideram o conhecimento empírico da comunidade, fundamental à eficiência das políticas públicas junto aos órgãos competentes.

Biografia do Autor

Brenda Almeida Lima, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Pós- Graduanda em MBA em Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental no Centro Universitário Venda Nova do Imigrante, Pós- Graduada em Gestão de Riscos e Emergências Ambientais na Faculdade Unyleya, e Graduada em Bacharelado em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Trabalhou com prospecção, topografia e analise de relevância em cavidades subterrâneas em consultoria ambiental. Possui experiência em microbiologia e biotecnologia ambiental com enfase em microrganismos com potencial biotecnológico; prospecção de substâncias bioativas como enzimas e antimicrobianos; biorremediação aplicada a tolerância a metais pesados; degradação de fontes de carbono; analise fisico-quimica e bioindicadores de água e solo. Atualmente desenvolve pesquisa em bioprospecção de microrganismos que possuem potencial biotecnológico do solo de cavernas ferríferas na região de Carajás.

Dionel Barbosa Ferreira Júnior, UFT

Mestrando em Geografia no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Tocantins (UFT) no campus de Porto Nacional. Graduado em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) no campus I de Marabá

Felipe Fernando da Silva Siqueira , Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Possuo graduação em Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco/ Unidade Acadêmica de Serra Talhada (2010) onde realizei trabalhos sobre a biodiversidade de ácaros predadores e fitófagos na vegetação de Caatinga e na utilização de ácaros como bioindicadores da qualidade do meio ambiente. Realizei o mestrado em Produção Vegetal na mesma instituição (2013) onde trabalhei com a utilização de produtos naturais para o controle de ácaros pragas. O Doutorado foi realizado no Programa de Pós Graduação em Biologia Vegetal na Universidade Federal de Pernambuco (2017) atuando com os efeitos das perturbações antrópicas crônicas sobre a interação entre plantas e formigas. Atualmente é professor de Monitoramento, Gestão Ambiental e Biologia Vegetal na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA. Tenho experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia da Paisagem e Interações tróficas entre insetos e plantas, atuando principalmente nos seguintes temas: biodiversidade de Formicidae, ecologia de comunidades de plantas, ecologia de comunidades de formigas, ecologia de comunidade de ácaros, ecologia da paisagem e herbivoria.

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Publicado

2023-08-02

Como Citar

ALMEIDA LIMA, B.; BARBOSA FERREIRA JÚNIOR, D.; FERNANDO DA SILVA SIQUEIRA , F. Análise histórica da (des)centralização da gestão ambiental no Brasil e no mundo (1930-2022): evolução, conflitos e perspectivas. Terra Livre, [S. l.], v. 2, n. 59, p. 804–833, 2023. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/2894. Acesso em: 9 maio. 2024.