ESTUDOS MIGRATÓRIOS NA MODERNIDADE E NA PÓS-MODERNIDADE: DO ECONÔMICO AO CULTURAL?
Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar estudos da migração da “modernidade” e da “pós-modernidade”. Na modernidade, os estudos migratórios tenderam a apresentar, no interior de uma racionalidade cientificista, modelos gerais e hegemonicamente com perfil macro-materialista. No contexto pós-moderno, a partir da “crise da modernidade”, aventa-se a possibilidade da incorporação de novos elementos nas análises dos estudos migratórios, tais como da subjetividade, identidade, da relação eu/outro, da memória e das representações, do duo ausência/presença; sobretudo, apresenta maior ênfase sobre os sujeitos apontando para a hegemonia dos estudos culturais. Contudo, modernidade e pós-modernidade devem ser apreendidos como momentos de um mesmo processo. Nesta dialética, é temeroso desconsiderar o elemento cultural em nome de um “objetivismo” economicista; igualmente, corre-se o risco em recusar os elementos conjunturais e estruturais em prol da centralidade “liberal” do indivíduo. A migração, como “fenômeno social completo” e multifacetado, deve ser analisada através de uma perspectiva teórico-metodológica que incorpore elementos culturais e econômicos, portanto, uma totalidade que se faz por entre subjetividade, estrutura e conjuntura.