Reflexões teóricas da geografia feminista decolonial sobre as espacialidades coloniais reprodutoras do controle social do corpo feminino durante o parto
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2021.2290Palavras-chave:
gênero, geografias feministas, práticas feministas, partoResumo
O presente trabalho apresenta reflexões em torno das relações de gênero atrelado às feminilidades, vistas por meio das espacialidades coloniais que reproduzem o controle ao corpo feminino. De um lado o parto tradicional como um campo de significados e práticas que resistem as colonialidades e suas formas de controle, por outro lado, as reflexões sobre os corpos que fazem parte desse processo, em especial corpos femininos e com útero, respeitando a diversidade do ser mulher. A partir de uma revisão de literatura recente sobre a temática, nas geografias feministas, em especial, observamos que tanto as parteiras como o parto tradicional podem ser interpretados como um movimento de resistência às colonialidades e ao controle de corpos, sobretudo o de mulheres, que experimentam uma vivência a partir de complexas e múltiplas hierarquias.
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