O processo de patogenização espacial referente ao uso de agrotóxicos no Espírito Santo
DOI:
https://doi.org/10.62516/terra_livre.2021.2217Palavras-chave:
Espaço, Agrotóxicos, Patogenização espacial, Perigo.Resumo
O presente artigo fundamenta-se na representação do fenômeno epidemiológico em suas manifestações externas (intoxicações e mortes por agrotóxico), como ponto de partida para se compreender o processo de patogenização espacial. Para tanto, adota-se os pressupostos teóricometodológicos da vertente crítica da Geografia e da Epidemiologia, como referencial para se analisar os principais princípios ativos e grupos químicos, frequentemente vinculados aos adoecimentos, bem como seus perigos à saúde humana. Segundo dados do Toxcen (2007-2014), verifica-se um total de 5165 casos notificados de intoxicação por agrotóxico no Espírito Santo, os quais se ligam principalmente aos ingredientes ativos aldicarb – interferente endócrino e glifosato – provável cancerígeno, responsáveis por aproximadamente 50% das notificações no estado.
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