As águas e a modernização em Vitória (es): a paisagem como estética
Resumo
A forte presença hídrica no contexto urbano capixaba significou, historicamente, a construção de relações sócio-espaciais[1] peculiares, pautadas pela integração de diversas esferas da vida cotidiana. A passagem para o século XX marca o momento em que essa construção assume um novo caráter, a partir da idealização da paisagem como produto da modernidade. O trabalho procurou compreender de que modo o papel das águas no contexto capixaba, entre meados do século XIX e meados do século XX, é representativo do processo de modernização no qual a paisagem constitui uma das formas de expressão. As [possíveis] contribuições que aqui se fazem versam acerca dos novos significados atribuídos à relação homem-natureza, sobretudo pautados na estetização de tudo aquilo que um dia fora único e integrado, a cultura.
[1] O termo “sócio-espacial” é utilizado em diálogo com Souza (2015, p. 15-16), para quem a ausência do hífen faz com que o “social” meramente qualifique o espacial, não se referindo diretamente às relações sociais que produziram o espaço. Já a expressão sócio-espacial representa, “[...] para além de uma redução do adjetivo “social”, um indicativo de que se está falando, direta e plenamente, também das relações sociais.”