Povos indígenas, comunidades tradicionais e meio ambiente a "questão territorial" e o novo desenvolvimentismo no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62516/terra_livre.2019.1552

Resumo

Este trabalho analisa as consequências da "nova era do desenvolvimentismo" introduzida pelo governo brasileiro de centro-esquerda (2003-2016) nos povos indígenas e comunidades tradicionais. Destaca-se que a re-primatização da economia, ainda que no contexto da redemocratização e governança ambiental, levou ao aumento dos conflitos fundiários e reforçou o papel subalterno do Brasil na divisão global do trabalho. Chama-se a atenção para visões eurocêntricos sobre o desenvolvimento permeiam não apenas posições conservadoras  mas também estratégias progressistas que percebem as comunidades tradicionais como meros pobres rurais a serem integrados nos mercados de trabalho urbanos. Dada a luta desses grupos pela autonomia e pelas respostas políticas que ameaçam seus direitos constitucionais e a sociobiodiversidade brasileira, os autores desenvolvem uma complexa "questão territorial" entre os metabolismos territoriais urbano-capitalistas e não-urbanos que desafiam as visões de uma luta de classe unida.

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Biografia do Autor

Klemens Augustinus Laschefski, Programa de Pos-Graduação em Geografia Instituto de geociências Universidade federal de Minas Gerais

Possuí títulos de mestre (1992) e de doutor em Geografia (2002, bolsista CAPES/DAAD), ambos da Universidade de Heidelberg, Alemanha. Atualmente é professor associado com enfase em Ecologia política no Programa de Geografia do Instituto de Geociências/Universidade Federal de Minas Gerais (CAPES 6). Anteriormente era professor efetivo para a área da Geografia Política e Agrária na Universidade Federal de Viçosa - UFV. Foi Pesquisador Visitante/Pós-Doutor sênior no Centro de Pesquisa "Forschungszentrum Jülich" no Departamento de Geografia da Universidade Heidelberg na Alemanha ( (bolsista CAPES, modalidade Estágio Sênior, 2017), Pesquisador do CNPq (bolsa PQ, 2013-2016), e Pesquisador/Professor Visitante na Pontifíca Universidade Católica de Minas Gerais (Bolsista PV, FAPEMIG, 2007/2008) e na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (Bolsista PV, CNPq, 2003 -2006). Tem experiência em pesquisas com respeito ao Desenvolvimento Sustentável e ao Meio Ambiente, atuando principalmente como os seguintes temas: conflitos socioambientais em torno de mineração, hidrelétricas, agrocombustiveis (cana-de-açúcar), certificação florestal em plantações de eucalipto e na floresta primária da Amazônia, Mecanismo do Desenvolvimento Limpo e políticas ambientais nacionais e internacionais, urbanização, empreendimentos imobiliários e ocupações urbanas, saneamento e sustentabilidade nos espaços rurais e urbanos no geral. 

Andréa Zhouri, Departamento de Antropologia e Arqueologia Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Universidade Federal de minas Gerais

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1984), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1992) e doutorado em Sociologia pela Universidade de Essex, Inglaterra (1998). Atualmente é professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais onde criou as linhas de pesquisa Meio Ambiente e Sociedade na pós-graduação em Sociologia (1999-2012) e Território, Poder e Ambiente na pós-graduação em Antropologia. Em 2002 criou o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA-UFMG) e coordenou a equipe de criação do curso de graduação em Ciências Socioambientais pelo REUNI. Atua em ensino, pesquisa e extensão abordando os temas dos Conflitos Socioambientais, Justiça Ambiental, Grandes projetos como mineração e hidrelétricas, Organizações Não-Governamentais, Ecologia Política. Foi membro da diretoria da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciências Sociais (ANPOCS gestão 2011-2012) e da Associação Brasileira de Antropologia (ABA gestão 2011-2012) onde coordenou ainda o Comitê Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos (gestão 2011-2012). Foi fellow do projeto desiguALdade.net do Instituto Iberoamericano de Berlim em conjunto com o Instituto Latinoamericano da Universidade Livre de Berlim (dezembro de 2013). É assessora da presidência da ABA para assuntos de Meio Ambiente. Foi bolsista Estágio Senior da CAPES na FU Berlin e na Universität Kassel, Alemanha (2017).

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Publicado

2019-08-26

Como Citar

LASCHEFSKI, K. A.; ZHOURI, A. Povos indígenas, comunidades tradicionais e meio ambiente a "questão territorial" e o novo desenvolvimentismo no Brasil. Terra Livre, [S. l.], v. 1, n. 52, p. 278–322, 2019. DOI: 10.62516/terra_livre.2019.1552. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/1552. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos