Concessão rodoviária como plataforma de valorização financeira: expressão do uso corporativo do território

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Resumo

A ação de investidores institucionais, principalmente fundos de investimento e de pensão, que são atores-chave de nosso período histórico, tem expandido as fronteiras do capital, submetendo as mais diversas atividades econômicas à lógica de ganhos financeiros. Neste quadro, analisamos aqui o que consideramos ser uma manifestação deste processo. Passando em revista a atuação de fundo de investimento pioneiro no setor, propomos a compreensão de concessões rodoviárias como plataforma de valorização financeira. Para tanto, empregamos o conceito de financeirização como fio condutor da análise, mostrando como, através do estudo do caso em tela, este processo provoca reorganizações na dinâmica territorial. Sustentamos que as rodovias, na medida em que são pedagiadas e controladas por grandes agentes econômicos, engendram um fluxo de valor remetido do local para os circuitos financeiros, remunerando os investidores. Trata-se, portanto, de um uso do território alinhado ao processo de financeirização, predatório e corporativo, que reforça desigualdades socioespaciais e reafirma a posição de dependência ocupada pelo Brasil na dinâmica econômica global.

Biografia do Autor

Bruno Moreira Riani Costa, Unesp - Câmpus de Rio Claro

Discente do curso de graduação em Geografia da Unesp - Câmpus de Rio Claro

Fabricio Gallo, Professor Associado do DGPA - Depto. de Geografia e Planejamento Ambiental da Unesp - Câmpus de Rio Claro.

Professor Associado do IGCE - Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Câmpus de Rio Claro/SP, lotado no DGPA - Departamento de Geografia e Planejamento Ambiental. É docente do PPGG - Programa de Pós-graduação em Geografia da Unesp-Rio Claro.

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Publicado

2020-09-27

Como Citar

COSTA, B. M. R.; GALLO, F. Concessão rodoviária como plataforma de valorização financeira: expressão do uso corporativo do território. Terra Livre, [S. l.], v. 1, n. 54, p. 321–361, 2020. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/1814. Acesso em: 28 mar. 2024.

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Seção

Artigos