COMUNIDADES TRADICIONAIS, (RE)CONFIGURAÇÕES IDENTITÁRIAS E LUTAS SOCIAIS POR RECONHECIMENTO DE TERRITÓRIOS NA AMAZÔNIA
Keywords:
Comunidades Tradicionais, Identidades, Territorialidades, Lutas Sociais, Direitos Territoriais e AmazôniaAbstract
O modelo que orientou o processo de ocupação e apropriação da Amazônia nas últimas décadas esteve pautado na crença na modernização como a única força capaz de “desenvolver” a região, não importando o seu custo social, cultural e político. Esse projeto concebia as comunidades historicamente territorializadas na região e seus modos de vida como “tradicionais” e como obstáculos ao “desenvolvimento”. Essa ideologia pautada numa espécie de “fundamentalismo do progresso” justificou um conjunto de práticas e representações marcadas pela violência e pelo colonialismo que serviam e ainda servem para justificar a subalternização dessas comunidades. Em meio a esse processo, emerge no final dos anos 80 diversos movimentos sociais que lutam pela afirmação dos direitos dessas comunidades. Essas lutas estão ancoradas na afirmação das territorialidades e identidades territoriais como elemento de r-existência a esse projeto autoritário e excludente. Tais lutas apontam para uma politização e valorização da própria cultura e de modos de vida “tradicionais” na constituição de novos sujeitos políticos e nas lutas por direitos territoriais.
Downloads
References
ALMEIDA, Alfredo Wagner. B.(1994) universalização e localismo: movimentos sociais e crise dos padrões tradicionais de relação política na Amazônia: In D’INCAO Maria Angêla; SILVEIRA Isolda Maciel (Org) A Amazônia e a Crise da Modernização. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi.
_______ (2004a) Amazônia: a dimensão política dos “conhecimentos tradicionais” In: ACSELRAD, Henri. Conflitos Ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Heinrich Boll.
________ (2004b) Terras tradicionalmente ocupada: Processos de territorialização e movimentos sociais. In: Revista brasileira de Estudos Urbanos e Reginais. ANPUR, V6 Nº 1.
_______ (2005) Processos de territorialização e movimentos sociais na Amazônia In: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. MARQUES, Maria. Inês. O campo no século XXI: território de vida, de luta e de justiça social. São Paulo: Paz e terra/ Casa Amarela.
ACEVEDO MARIN, Rosa. CASTRO Edna. (1999) Mobilização política de Comunidades negras rurais. Domínio de um conhecimento praxiológico In: Novos Cadernos NAEA, V.2, N° 2, NAEA/UFPA.
ALVARES, Sônia; DAGNINO Evelina; ESCOBAR, Arturo. (Org) (2000). Cultura e Política nos Movimentos sociais Latino-Americanos. Belo Horizonte: UFMG.
BAUMAN, Zigmunt. Identidade. Rio e Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
BECKER, Bertha. (1990) Amazônia. São Paulo: Ática, . (Série Princípios).
_______(1996) Redefinindo a Amazônia: o vetor tecno-ecológico. In: CASTRO Iná Elias de et alii (Orgs). Brasil: questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
_______(2004)Amazônia: geopolítica na virada do III terceiro milênio, Rio de Janeiro: Garamond.
CASTELLS, Manuel. (1999) O poder da identidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
CASTRO Edna. (2007) Território, Biodiversidade e Saberes de Populações Tradicionais. In: CASTRO Edna; PINTON, Florence (Org) Faces do Trópico Úmido: Conceitos e Questões sobre Desenvolvimento e meio Ambiente. Belém: Cejup/NAEA/UFPA.
CRUZ, Valter. C. R-existências, territorialidades e identidades na Amazônia. In: Revista Terra livre. , v.1, p.63 - 89 (Goiânia: AGB. Jan-Junho, 2006.)
________ Territórios, identidades e lutas sociais na Amazônia. In: ARAÚJO, F, G, B; HAESBAERT, R. Identidades e Territórios: questões e Olhares Contemporâneos. Rio de Janeiro: Access, 2007.
DIEGUES, Antônio Carlos (1996) Mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec.
ESCOBAR, Arturo. (1998) La Invencíón del tercer mundo: construcción y desconstrucción del desarrolllo, Bogotá: Norma.
ESCOBAR, Arturo; GRUESO, Líbia; ROSERO, Carlos. (2000) O processo de Organização da Comunidade Negra na Costa meridional do Pacífico na Colômbia. In: ALVARES, Sônia; DAGNINO Evelina; ESCOBAR, Arturo. (Org) Cultura e Política nos Movimentos sociais Latino-Americanos. Belo Horizonte: UFMG.
ESCOBAR, Arturo; PARDO, Maurício. (2005) Movimentos Sociais e Biodiversidade no Pacífico ColombianoIn. SOUSA SANTOS, Boaventura. (org). Semear outras Soluções: Os Caminhos da Biodiversidade e dos Conhecimentos Rivais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. (Reinventar a Emancipação Social: Para Novos Manifestos; v.4).
FRASER, N. Da Redistribuição ao Reconhecimento? Dilemas da Justiça na Era Pós-Socialista. In. SOUZA, J. (org). Democracia Hoje: Novos Desafios para Teoria Democrática Contemporânea. Brasília: Ed. da UNB, 2001.
GONÇALVEZ, Carlos Walter Porto (1999). A territorialidade seringueira. Geographia. Ano 1, n.2 (67-88). Niterói: UFF/EGG.
________ (2000) Amazônia, Amazonias. São Paulo: contexto.
________.(2002) O latifúndio genético e a r-existência indígeno-camponesa. Geographia, Niterói, ano IV, n. ° 8.
_______(2004) .Geografando nos varadouros do mundo. Brasília: IBAMA
_______ (2005) Apresentação da edição em português In: LANDER, E. E. A Colonialidade do Saber: Eurocentrismo e Ciências Sociais, perspectivas Latino americanas. Bueno Aires CLACSO.
HAESBAERT, Rogério. (1999) Identidades Territoriais. In: RODENDHAL, Zeny. CORRÊA, Roberto. Lobato. (Orgs.). Manifestações Culturais no Espaço. Rio de Janeiro: EDUERJ.
_______. (2001) Território, Cultura e Des-Territorialização. In: RODENDHAL, Zeny. CORRÊA, Roberto. Lobato. (Orgs.) Religião, Identidade e Território. Rio de Janeiro: EDUERJ.
_______. (2002) Territórios Alternativos. Niterói-RJ: Contexto.
_______. (2004) O Mito da Desterritorialização: do fim dos territórios a multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
HALL, Stuart. (2003) Da diáspora: identidades e mediações culturais: Belo Horizonte: UFMG.
_______ (1997) Identidade Cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A.
_______ (2004) Quem precisa da identidade? In: SILVA, T. T (org) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes.
HÉBETE, Jean; MAGALHÃES, Sônia; MANESCHY Cristina. (2002) (Org) No mar, nos Rios e na Fronteira: Faces do campesinato no Pará. Belém: EDUFPA.
LANDER, Edgardo. (2005) Ciências Sociais: Saberes Coloniais e Eurocêntricos In: LANDER, Edgardo. A Colonialidade do Saber: Eurocentrismo e Ciências Sociais, perspectivas Latino americanas. Bueno Aires: CLACSO.
LEFEBVRE, Henri. (1972) Espacio y política. Barcelona: Península..
_______ (1986) La production de L´espace. Paris: anthropos.
LEFF, H. Ecologia, Capital e Cultura: Racionalidade Ambiental, Democracia Participativa e Desenvolvimento Sustentável. Blumenau: Ed. FURB, 2000.
LITTLE Paul.E. (2002) Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma Antropologia da territorialidade. Série antropologia Nº. 322: UNB (Digital).
MASSEY, Doren. (2004) filosofia e política da espacialidade: algumas considerações In: Geographia, Niterói, ano VI, n. ° 12.
SOUZA SANTOS, Boaventura (2003) Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
_______ (2004) Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. In: SOUZA SANTOS, Boaventura. (Org) Conhecimento Prudente para uma vida decente: um discurso sobre as ciências revistado. São Paulo: Cortês.
SILVA, Tomás Tadeu. (2004) A produção social da identidade e da diferença In SILVA, Tomás, Tadeu (org) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes.
THOMPSON, E. P. (1979) Tradicion, Revuelta y Consciencia de Clase, Editoria Crítica, Barcelona.
___________ (1998). Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras.
WOLKMER, a.C. (2000) Pluralismo jurídico: Nuevo marco emancipatório em América Latina .
Disponible en la World Wide Web: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/derecho/wolk.rtf
________(2003) Pluralismo jurídico: novo paradigma de legitimação. Disponível em http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo=646
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Fluminense de Geografia pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Tamoios.
Os artigos publicados são de acesso público, de uso gratuito, com atribuição de autoria obrigatória, para aplicações de finalidade educacional e não-comercial, de acordo com o modelo de licenciamento Creative Commons 3.0 adotado pela revista.