OS SISTEMAS SIMBÓLICOS E AS REPRESENTAÇÕES SOCIOESPACIAIS NO CONTEXTO DO IMAGINÁRIO INSTITUÍDO DA SOCIEDADE

Autores

  • Andrelino de Oliveira Campos Faculdade de Formação de Professores da UERJ

Palavras-chave:

Sistemas Simbólicos, Representações Socioespacias, Sociedade

Resumo

O estudo das representações no campo disciplinar da Geografia não é tão novo. Porém o esforço vem sendo feito, sobretudo, por aqueles que têm como base a Geografia Cultural, em que espaço e cultura, às vezes, são tratados de maneira visceral, outras vezes, ocasionalmente ligados entre si. O campo do conhecimento onde o estudo avançou mais foi no interior da Psicologia, na qual recebeu a denominação de “representação social”, de certa maneira é por onde a Geografia Cultural vem talhando. Por outro lado, os estudos das representações em sua vertente espacial têm em Henri Lefebvre e alguns geógrafos que não pertencem às correntes culturalistas os seus maiores expoentes, quando trabalham o tema através das representações espaciais. Estas incorporam, perifericamente, a dimensão social das representações, mas tem a sua base teórica descolada do que foi produzido pela Psicologia Social. Então, como fazer estas duas teorias convergirem para o mesmo sentido?
Entre tantas possibilidades possíveis, acredita-se que o desenvolvimento sócio-espacial, parametrizado pela autonomia, seja uma das teorias que possam contribuir para criar um ponto de convergência entre espaço e sociedade no âmbito das representações. Neste sentido, pensar o indivíduo, ou grupo de indivíduos, não pode ser feito de maneira independente, nem no mundo material dos objetos, nem nas subjetividades da imaterialidade das relações sociais. O espaço, via materialidade dos objetos geográficos, não pode se constituir em sistemas distintos, gerando as suas próprias representações independentes; mas também as representações sociais não podem e não devem ser apreendidas sem a dimensão espacial. Portanto, propomos examiná-los como um único sistema, ou seja, como representações sócio-espaciais. Os limites deste trabalho são óbvios: um artigo é um espaço importante, porém muitos pontos que poderiam ser melhor explorados, aqui não foi possível fazê-lo. Além deste fato, gostaria de informar que a pesquisa ainda está em andamento, não permitindo que esteja com todos os seus pontos consolidados.

Referências

ABRIC, Jean-Claude. A abordagem estrutural das representações sociais. In: MOREIRA, Antonia Paredes & OLIVEIRA, Denise Cristina (orgs.). Estudos interdisciplinares de representação social. Goiânia: AB Editora, pp. 27-38, 2000.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro/Lisboa: Difel/Bertrand Brasil, 1989.

CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

_____________. As encruzilhadas do Labirinto/1. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987a.

_____________. As encruzilhadas do Labirinto/2: os domínios do homem. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987b.

CHAUI, Marilena. Mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço, um conceito-chave de Geografia. In: CASTRO, Ina Elias et alli (orgs.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Negros, estrangeiros: os escravos libertos e sua volta à África. São Paulo: Brasiliense, 1985.

FERDOZZI, Luciano. Orçamento participativo: reflexões sobre a experiência de Porto Alegre. Porto Alegre: Tomo Editorial, 1997.

FRANKLIN, John Hope. Raça e História. Ensaios selecionados (1938-1988). Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

GITTUS, Elizabeth. Deprived areas and social planning. In: Herbet, D. T. & Johnston, R. J. (orgs.). Spatial perspectives on problems and polices. London, New York, Sidney e Toronto: John Wiles & Sons, pp. 209-233, 1976

HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993.

LEFEBVRE, Henri. The production of space. Oxford (UK) & Cambridge (USA): Blackwell, 1991

LYNCH, Kevin. La buena forma de la ciudad. Barcelona: Gustavo Gili S.A, 1985

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia. das letras, 1996.

ROUQUETTE, Michel-Louis. Representações e Práticas sociais: alguns elementos teóricos. In: MOREIRA, Antonia Paredes & OLIVEIRA, Denise Cristina (orgs.). Estudos interdisciplinares de representação social. Goiânia: AB Editora, 2000.

SANTOS, Milton. A natureza do Espaço: técnica e tempo / razão e emoção. São Paulo: HUCITEC, 1996

SENNETT, Richard. Carne e Pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. Rio de Janeiro: Record, 1997.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Petrópolis: Vozes, 1988.

SOUZA, Marcelo Lopes de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias et alli (orgs.). Geografia; conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

________. Algumas considerações sobre a importância do espaço para o desenvolvimento social. In: Revista Território (2) 3. Rio de Janeiro: LAGET/UFRJ – Garamond, 1997, pp. 14-35.

________. O planejamento e a gestão das cidades em uma perspectiva autonomista. In: Revista Território (5) 8. Rio de Janeiro: LAGET/UFRJ/CNPq, 2000a, pp. 67-100.

________. O desafio metropolitano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000b.

________. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

TODOROV, Tzvetan. Teorias do símbolo. São Paulo: Papirus, 1996.

WAGNER, Wolfgang. Sócio-gênese e características das representações sociais. In: MOREIRA, Antonia Paredes & OLIVEIRA, Denise Cristina (orgs.). Estudos interdisciplinares de representação social. Goiânia: AB Editora, 2000.

Downloads

Publicado

2021-07-10

Como Citar

Campos, A. de O. (2021). OS SISTEMAS SIMBÓLICOS E AS REPRESENTAÇÕES SOCIOESPACIAIS NO CONTEXTO DO IMAGINÁRIO INSTITUÍDO DA SOCIEDADE. Revista Fluminense De Geografia, 2(3). Recuperado de https://publicacoes.agb.org.br/revista-fluminense/article/view/2183

Edição

Seção

Artigos