ENSINO DE GEOGRAFIA INCLUSIVO
PERCEPÇÕES, EXPERIÊNCIAS E DEMANDAS
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i112.3272Palavras-chave:
Educação Inclusiva, Ensino de Geografia, Formação Docente, Inclusão Escolar, Público-alvo da Educação EspecialResumo
O intento do presente artigo foi analisar experiências, percepções e demandas de docentes de Geografia e de alunos com deficiência do município de Restinga Sêca, RS, e de licenciandos do Curso de Geografia da UFSM, sobre os desdobramentos do Ensino de Geografia Inclusivo. Para alcançar tal objetivo, aplicou-se entrevistas com os três públicos e utilizou-se da abordagem qualitativa e, em certos momentos, quantitativa, para dar condução a pesquisa e análise dos resultados. Assim, averiguou-se que houve avanços no processo de inclusão de discentes com deficiência, tanto nas escolas do Município de Restinga Sêca como no Curso de Geografia da UFSM. Contudo, a inclusão é interpretada como desafio. Existe um contexto de precarização nas instituições do Município em estudo que impede a efetiva inclusão, com qualidade, de todos. Embora muitos entrevistados discutam sobre a importância das parcerias, as escolas públicas ainda não conseguem trabalhar na perspectiva do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) e de coensino, principalmente por causa das condições de trabalho e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) extraclasse, que faz perpetuar o sistema integracionista na escola de ensino regular. Em alguns casos, há uma justificativa da não aprendizagem pela situação biológica do estudante. É preciso uma formação de professores que possa qualificar o sujeito. Entretanto, os Cursos não devem ser vistos como única solução, pois o futuro docente ou aquele em exercício precisam trabalhar nas suas (auto)formações, para que possam corroborar, adequadamente, nos processos de ensino e aprendizagem e inclusão do público-alvo da educação especial no ensino de Geografia.
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