EXPERIÊNCIAS DO ENSINO DE GEOGRAFIA DA ÁFRICA NA LICENCIATURA INTERDISCIPLINAR EM ESTUDOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS DA UFMA
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i111.3087Palavras-chave:
Geografia da África, LIESAFRO, Territórios Negro, MaranhãoResumo
Objetivamos refletir sobre o ensino de Geografia da África, tomando por base a experiência da Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (LIESAFRO) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da compreensão de territórios negros. Destacamos a posicionalidade na qual está inserida a Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros, enquanto uma iniciativa inédita e inovadora. Caracterizada, sobretudo, por ser a primeira licenciatura em âmbito nacional estritamente voltada para os estudos relacionados às questões étnico-raciais no Brasil, além dos diálogos transversais estabelecidos com as temáticas das africanidades. Por conseguinte, no contexto da licenciatura, dentre as diversas disciplinas componentes da grade curricular do curso, enfatizamos o papel desenvolvido pela disciplina “Ensino de Geografia da África” podendo ser percebida em torno da aplicação da lei 10.639/2003, assim como reafirmação de uma formação socioterritorial negra do Brasil, contendo uma relação imbricada com o continente africano. O recorte no Estado do Maranhão concentra em sua formação socioterritorial características que remetem à cultura, religiosidade, arquitetura e diversos traços diaspóricos da comunidade negra, trazendo a importância de se compreender os territórios negros nesse estado. Além de revisão bibliográfica, utilizamos relatos de alunas e alunos do curso de Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA sobre trabalho de campo realizado em Cabo Verde no ano de 2018, que faz parte das atividades interdisciplinares dessa graduação, com participação da disciplina de Geografia da África.
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