Reforma urbana pela lupa da Geografia:
um olhar para a Associação dos Geógrafos Brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.54446/bpg.v1i108.2367Palavras-chave:
Reforma urbana, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Planejamento, Geografia Urbana, Geografia CríticaResumo
Esse artigo apresenta a trajetória de transformações da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e do pensamento da geografia urbana que levaram à inserção e à participação da associação na luta pela reforma urbana, no contexto das discussões da Constituinte, do Movimento Nacional de Reforma Urbana e do Fórum Nacional de Reforma Urbana. Entendemos que o caminho que levou a AGB a atuar nesse movimento da sociedade do final da década de 1980 tem aspectos teóricos e práticos, entendidos em uma relação dialética. Nesse sentido, muitos geógrafos viram a necessidade de desenvolver uma ciência alinhada com a práxis social, o que não ocorreu sem embates internos e sem resistência em um contexto de ditadura militar. Para resgatar esse caminho teórico e prático buscamos relacionar a atuação da AGB às abordagens adotadas pela geografia urbana em diferentes momentos, além das atividades profissionais dos geógrafos ligadas ao urbano e as cidades. Por fim, entendemos que o envolvimento da AGB na luta pela reforma urbana apresentou limitações, pois a participação foi de alguns geógrafos que estavam dentro da AGB e não da Associação de forma coesa.
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