TEMPO GEOGRÁFICO E HISTÓRIA
O PAPEL DA RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E NATUREZA NO ESFACELAMENTO DA MEDIAÇÃO ENTRE O ESPAÇO DE EXPERIÊNCIAS E O HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i112.3242Keywords:
tempo geográfico, espaço de experiência, horizonte de expectativa, neoliberalismo, históriaAbstract
A ampliação do reconhecimento de que o neoliberalismo imprime uma aceleração sobre o movimento do real, bem como corrói a capacidade imaginativa e prospectiva do ser social sobre o futuro, tenciona à necessidade de adensamento do diálogo da ciência geográfica com a questão do tempo. Para tanto, recorreu-se ao expediente categorial do tempo geográfico, via as proposições de Pierre George, Milton Santos e Elvio Martins, pondo-o em diálogo com a filosofia da história, através das categorias de espaço de experiência e horizonte de expectativa, propostas por Reinhart Koselleck, mediando a intersecção prioritariamente através da questão urbana na modernidade, bem como na atual quadra histórica, e da economia política. Encaminhou-se o entendimento de que a geografia, enquanto dado da realidade organizado dentro da relação entre sociedade e natureza, possui papel central na constituição do espaço de experiência, participando assim ativamente da composição dos horizontes de expectativa – e sendo também por estes determinada. A análise das transformações da geografia, mediante o cabedal de categorias do tempo geográfico, permite apontar as determinações próprias do neoliberalismo sobre a relação entre sociedade e natureza, aparentes no processo de urbanização das metrópoles dentro do contexto da crise estrutural do capital, e sua função no esgarçamento das experiências e na dissolução das expectativas.
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