Os processos educativos vistos do lado de cá e de lá:
a confluência da educação formal e não formal na escola da periferia e seus múltiplos significados
DOI:
https://doi.org/10.54446/bpg.v1i108.2368Keywords:
Trabalho; Cotidiano; Escolas; Periferias; Território.Abstract
Artigo resultante de reflexões oriundas de pesquisas, levantamento de dados e de processos de investigação ação participativa no trabalho cotidiano em sala de aula sobre os vários significados da escola nas periferias. Evidencia-se neste processo, vínculos relevantes entre a educação formal e não formal, não raro desconsiderados nas reflexões sobre as escolas e seus papéis em uma sociedade excludente com amplas desigualdades sociais. Refletimos sobre a fundamentalidade dos conceitos trabalho, educação e cotidiano para a organização do trabalho docente nestas instituições e que auxiliam a adensar as relações escola-comunidades. Na sequência, evidenciamos como estas auxiliam a compreender os múltiplos significados da escola constituídos nas periferias na relação dialética entre os sujeitos das comunidades e os profissionais que atuam nas instituições escolares. Tais instituições em bairros periferizados não são meros locais de aprendizagem de conteúdos, constituem também lugares que auxiliam ou dão suporte para que os mesmos r-existam. Finalizamos o trabalho abordando o entrelaçamento entre educação formal e não formal, narrando o caso de uma organização de mulheres negras periferizadas da Cidade de Curitiba/PR e suas lutas para r-existirem com seus filhos em uma sociedade excludente, cujo fundamento se encontra na racialização das relações sociais, expressa nos conflitos por terras e territórios. Concluímos que considerar a escola das áreas periferizadas, das cidades e dos campos, apenas como local de aprendizagem de conhecimentos científicos acaba por ocultar e/ou negar as suas geografias, expressas nas relações sócio territoriais de solidariedade que se estabelecem entre tais comunidades e os profissionais que nela trabalham.
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