LETRAMENTO RACIAL E ENSINO DE GEOGRAFIA A PARTIR DOS VALORES CIVILIZATÓRIOS AFRO-BRASILEIROS:

RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DO CURSO NORMAL, PIBID E RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA

Autores

  • Simone Antunes Ferreira IEPIC

DOI:

https://doi.org/10.61636/bpg.v1i111.3084

Palavras-chave:

Educação Antirracista

Resumo

O presente trabalho tem o objetivo de reunir algumas experiências pedagógicas acerca da implementação da Lei 10.639/03 na educação básica, mais especificamente, na rede estadual do Rio de Janeiro durante as aulas de Geografia. Estas contribuições são frutos de esforços coletivos que partem de outros olhares, outras memórias sobre as experiências afrodiaspóricas no Rio de Janeiro. Os relatos de experiência aqui apresentados estão em curso desde 2015 até o final de 2022 e tem como objetivo principal contribuir para a formação de professores, tanto em nível médio quanto em nível de graduação com os bolsistas de PIBID e Residência Pedagógica-UFF. Nossas apostas teóricas representam um esforço em romper com a colonialidade em suas mais diversas esferas, sobretudo quanto às críticas feitas à universalização, hierarquização e subalternização de saberes, e propõem dialogar sobre mudança do eixo narrativo da História do mundo e da Humanidade. Nesse sentido, a luta por um ensino de geografia afrocentrado perpassa pela compreensão de novas interpretações espaço-temporais de fatos sociais; culturais; econômicos; políticos e ambientais que nos fazem transitar por outros horizontes ocultados pela imposição da racionalidade eurocêntrica. A partir dos pilares da Afrocentricidade e valores civilizatórios afro-brasileiros de Azoilda Loretto da Trindade, as formações com PIBID e Residência Pedagógica foram direcionadas para que pudéssemos ter falas coesas e ações contundentes de combate ao racismo, além de auxiliar na construção da consciência racial dos estudantes.

Referências

ADICHIE, C. N. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 64 p.

ALENTEJANO, P. R. R; ROCHA-LEÃO O. M. Trabalho de campo: uma ferramenta essencial para os Geógrafos ou um instrumento banalizado? Boletim Paulista de Geografia, N. 84, São Paulo SP, 2006.

Ani, M. Yurugu. An african – centered critique of european cultural thought and behavior. Traduzido por Esta hora real. Disponível: https://estahorareall.wordpress.com/2015/08/07/dr-marimba-ani-yurugu-uma-criticaafricanocentrada-do-pensamento-e-comportamento-cultural-europeu/. Africa World Press. Indianópolis, 1994.

ANJOS, R. S. A geografia do Brasil africano, o Congo e a Bélgica – uma aproximação. Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território, V.1, N.3. p. 1:24 ISSN: 2177-4366, 2010.

ASANTE, M. K. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. InEn: E. L. NASCIMENTO, E. L. (Org.)., Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. (pp. 92-110). São Paulo: Selo Negro, 2009.

BRASIL. Lei n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003.Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2003.

_______. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de Historia e Cultura afro-brasileira e Africana. Parecer CNE /CP 3 / 2004, de 10 de março de 2004.

CAMPOS, A. Do quilombo à favela: a produção do “espaço criminalizado” no Rio de Janeiro Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 208p, 2005.

CÉSARIE, A. O discurso sobre a negritude. Aimé Césarie; Carlos moore (organização) – Belo Horizonte: Nandyala, 2010.

De Luca, M. C. F. O curso normal em nível médio como espaço de formação do professor: processos de construção da identidade docente e experiências formativas. Niterói, 2019. 138 f.: il. Dissertação (mestrado)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.

Diop, C. A. The african origin of civilization: Mith or Reality? Westport: Lawrence Hill, 1974.

___________. Civilization or barbarism: an authentic anthropologic. Nova York, Westport, Laurence Hill & Company, 1981; 1991.

EVARISTO, C. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. In: Alexandre, Marcos A. (org.) Representações performáticas brasileiras: teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza Edições, p. 16-21, 2007.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Rio de Janeiro: Editora Fator, 1983.

FREIRE, P. Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1992.

GONZALEZ, L. Primavera para as rodas negras – Lélia Gonzalez em primeira pessoa. Coletânea organizada e editada pela UCPA – União dos Coletivos Pan-Africanistas. Diáspora Africana. São Paulo, 2018.

GOMES. N. L. O movimento negro educador: Saberes construídos nas lutas por emancipação. Nilma Lino Gomes. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

JESUS, C. M. Quarto de despejo. Edição Popular. Coleção Sinal Aberto. São Paulo: Editora Ática, 1960. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2019.

LEFEBVRE, H. A produção do espaço. Trad. Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins (do original: La production de l’espace. 4e éd. Paris: Éditions Anthropos, 2000). Primeira versão : início - fev.2006.

MAZAMA, A. A afrocentricidade como um paradigma. In: NASCIMENTO, E. L. (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 111-128.

Moreira, C.E.; GOMES, F.S. Carlos Soares; C.E.L; Eduardo Faria, J.B. Cidades negras: africanos, crioulos e espaços urbanos no Brasil escravista do século XIX. São Paulo, Alameda, 2006.

NASCIMENTO, A. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. – I. ed. – São Paulo: Perspectivas, 2016.

______________. O quilombismo. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. Trad. Carlos Alberto Medeiros. São Paulo: Selo Negro, 2009, pp. 197–218.

NASCIMENTO, A. Quilombismo: um conceito emergente do processo históri-co-cultural da população afro-brasileira. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 197-218. (Sankofa: matrizes africanas da cultura brasileira, vol.

NASCIMENTO, M. B. Beatriz Nascimento, quilombola e intelectual: possibilidade nos dias da destruição. In: Diáspora Africana: Editora Filhos da África. 1° edição, 2018.

NASCIMENTO, M. B. O conceito de quilombo e a resistência cultural negra. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza; Imprensa oficial, 2006. p. 117-125.

_________________. Textos e narração de Ori. Transcrição (mimeo). s.l.: s.n, 1989. In: RATTS, Alex (Org.). Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Bea-triz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza; Imprensa Oficial, 2006

NOGUERA, R. Afrocentricidade e Educação: os princípios gerais para um currículo afrocentrado. Revista África de Africanidades, ano 3, n. 11, novembro, 2010. - ISSN 1983- 2354. Disponível em: www.africaeafricanidades.com/documentos/01112010 02.pdf. Acesso em: 22 de maio de 2023.

NÓVOA, A. O regresso dos professores. In: CONFERÊNCIA DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES PARA A QUALIDADE E PARA A EQUIDADE DA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA, 2007, Lisboa. Repositório da Universidade de Lisboa. Portugal: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, 2007. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/687/1/21238_rp_antonio_novoa.pdf. Acesso em 13 de abril de 2023.

TRINDADE, A.L. Valores Civilizatórios Afro-brasileiros na educação. MEC− Valores afro-brasileiros na Educação. Boletim, v. 22, 2005.

OLIVEIRA, D. A. Possibilidade de leitura do Continente Africano a partir do ensino de Geografia: Uma avaliação preliminar dos impactos da Lei 10.639/03. ENPEG – Goiânia, 2009.

SANTOS, R.E.N. Rediscutindo o ensino de Geografia: temas da Lei 10.639/ Renato Emerson dos Santos – 1 ed. – Rio de Janeiro: CEAP, 2009.

_____________. A Lei 10.639 e o Ensino de Geografia: Construindo uma agenda de pesquisa-ação. Revista Tamoios - Ano VII. Nº 1, 2011 - ISSN 1980-4490 – Rj.

SANTOS, Y.L. História da África e do Brasil afrodescendente -1.ed. – Rio de Janeiro: Pallas, 408p. 2017.

SODRÉ, M. Santugri: histórias de ma

Downloads

Publicado

2023-11-18

Como Citar

Antunes Ferreira, S. (2023). LETRAMENTO RACIAL E ENSINO DE GEOGRAFIA A PARTIR DOS VALORES CIVILIZATÓRIOS AFRO-BRASILEIROS: : RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DO CURSO NORMAL, PIBID E RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA. Boletim Paulista De Geografia, 1(111), 125–145. https://doi.org/10.61636/bpg.v1i111.3084