Energia eólica e injustiça territorial
o avanço da acumulação do capital sob a retórica da sustentabilidade
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i114.3869Keywords:
Território, Transição energética, Política climática, ConflitosAbstract
A incontestável mudança climática tem orientado políticas em múltiplas escalas e dimensões, entre as quais se destaca a chamada transição energética, operacionalizada, em grande parte, por meio da territorialização de projetos eólicos. O Brasil, sexto país no ranking em capacidade instalada de energia eólica onshore, tem investido intensamente na expansão desse setor. No entanto, a conversão de metas estabelecidas em acordos internacionais na instalação de torres eólicas em territórios tradicionais e rurais tem gerado contradições, materializadas em impactos e injustiças territoriais, reforçando o caráter contraditório deste modelo. Este artigo tem como objetivo demonstrar como os projetos de energia eólica contribuem para a injustiça territorial ao favorecerem a expansão da acumulação de capital sob a retórica da sustentabilidade. Com base em metodologias quantitativas e qualitativas, em especial trabalhos de campo realizados nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, evidencia-se que tais projetos não promovem apenas a injustiça ambiental, como geralmente se reconhece, mas, sobretudo, a injustiça territorial, dada a distribuição desigual dos impactos sobre as múltiplas dimensões do território.
References
ABEEÓLICA. Boletim Anual 2023. São Paulo: Associação Brasileira de Energia Eólica, 2024. Disponível em: https://abeeolica.org.br/wp-content/uploads/2024/07/424_ABEEOLICA_BOLETIM-ANUAL-2024_DIGITAL_PT_V3.pdf. Acesso em: 06 mai. 2025.
ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecilia C. do A.; BEZERRA, Gustavo das N. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
ACSELRAD, Henri. Ambientalização das lutas sociais – o caso do movimento por justiça ambiental. Estudos Avançados, v. 24, n. 68, p. 103-119, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142010000100010.
AGÊNCIA PÚBLICA. Eólica e termelétrica tiraram as terras e o sustento de comunidade pesqueira em Sergipe. Agência Pública, publicado em 27 jul. 2023. Disponível em: https://apublica.org/2023/07/eolica-e-termeletrica-tiraram-as-terras-e-o-sustento-de-comunidade-pesqueira-em-sergipe/. Acesso em: 05 mai. 2025.
AMANOR, Kojo Sebastian. Global resources grabs, agribusiness concentration and smallholder: two west African case studies. The Journal of Peasant Studies, v. 39, n. 3-4, p. 731-749, 2012. https://doi.org/10.1080/03066150.2012.676543.
AMARANTE, Odilon A.; BROWER, Michael; ZACK, John; SÁ, Antonio Leite de. Atlas do potencial eólico brasileiro. Brasília: Ministério de Minas e Energia, 2001.
ANEEL. Sistema de Informações de Geração da ANEEL (SIGA). Brasília: Agência Nacional de Energia Elétrica, 2025. Disponível em: https://sigel.aneel.gov.br/portal/home/. Acesso em: 29 abr. 2025.
ANGUS, Ian. Enfrentando o antropoceno. São Paulo: Boitempo, 2023.
ARAÚJO, Aline; MILANEZ, Bruno. Ambientalismos minerários: a construção de narrativas de legitimação do setor extrativo. Revista Tamoios, v. 21, n. 1, p. 9-29, 2025. https://doi.org/10.12957/tamoios.2025.87400.
BARCELLA, Bruno L. S. A terra sob o ritmo das finanças: uma história de poder, rentismo e destruição dos direitos sociais. Marília: Lutas Anticapital, 2024.
BASTOS, Euziane; BIÉ, Rogério. Filhos do Vento: Energia Eólica e Impactos Socioambientais no Quilombo do Cumbe. Documentário lançado em 18 jan. 2025. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hNjRzGMewbI. Acesso: 07 mai. 2025.
BONNEUIL, Christophe; FRESSOZ, Jean-Baptiste. O acontecimento antropoceno: A Terra, a história e nós. São Paulo/Campinas: Quina/Editora UNICAMP, 2024.
BORRAS JR., Saturnino M.; FRANCO, Jennifer. Scholar-activism in agrarian and development studies and practice. World Development, v. 195, e107119, 2025. https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2025.107119.
BRASIL. Lei nº 15.097, de 10 de janeiro de 2025. Disciplina o aproveitamento de potencial energético offshore e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos, 2025.
BRASIL DE FATO. Licenciamento de parque eólico na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, é alvo de críticas. Brasil de Fato, Caderno Política, publicado em 28 nov. 2024. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/11/28/licenciamento-de-parque-eolico-na-serra-do-espinhaco-em-minas-gerais-e-alvo-de-criticas/. Acesso em: 05 mai. 2025.
BRINGEL, Breno; VARELLA, Renata Versiani S. A pesquisa militante na América Latina hoje: reflexões sobre as desigualdades e as possibilidades de produção de conhecimentos. Revista Digital de Direito Administrativo, v. 3, n. 3, p. 474-489, 2016.
CATAIA, Márcio. Neoliberalismo e território como meio de vida: crítica da razão antropocênica. Terra Livre, Associação dos Geógrafos Brasileiros, ano 39, v. 2, n. 63, p. 349-374, 2024. https://doi.org/10.62516/terra_livre.2024.3692.
CAVALCANTE, Leandro V.; SOUZA, Jackson A. de; ASSIS, Thiago M. F. de. As contradições da energia renovável no Semiárido: o caso da injustiça ambiental produzida por empreendimento de energia solar na Comunidade Quilombola Pitombeira (Paraíba-Brasil). Revista NERA, v. 28, n. 1, p. e10639, 2025. https://doi.org/10.47946/rnera.v28i1.10639.
CONAMA. Resolução nº 279, de 27 de junho de 2001. Os procedimentos e prazos estabelecidos nesta resolução, aplicam-se, em qualquer nível de competência, ao licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental. Brasília: Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2001.
CONAMA. Resolução nº 462, de 24 de julho de 2014. Estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia elétrica a partir de fonte eólica em superfície terrestre. Brasília: Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2014.
COTULA, Lorenzo. The international political economy of the global land rush: a critical appraisal of trends, scale, geography and drivers. The Journal of Peasant Studies, v. 39, n. 3-4, p. 649-680, 2012. https://doi.org/10.1080/03066150.2012.674940.
CHAVES, Leilane O. Modos de vida e conflitos pelo uso dos recursos naturais na Comunidade do Cumbe, Aracati, Ceará - Brasil. Fortaleza, 2019, 275 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.
DUNLAP, Alexander; FAIRHEAD, James. The Militarisation and Marketisation of Nature: An Alternative Lens to ‘Climate-Conflict’. Geopolitics, v. 19, n. 4, p. 937-961, 2014. https://doi.org/10.1080/14650045.2014.964864.
DUNLAP, Alexander. The ‘solution’ is now the ‘problem:’ wind energy, colonisation and the ‘genocide-ecocide nexus’ in the Isthmus of Tehuantepec, Oaxaca. The International Journal of Human Rights, v. 22, n. 4, p. 5505-573, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/13642987.2017.1397633.
EDELMAN, Marc; OYA, Carlos; BORRAS JR., Saturnino M. Global land Grabs: historical processes, theoretical and methodological implications and current trajectories. Third World Quarterly Journal, v. 34, n. 9, p. 1517-1531, 2013. https://doi.org/10.1080/01436597.2013.850190.
EVANGELISTA, Ana Carolina de Andrade, et al. Sustentabilidade para que(m)?: discussões em torno dos conflitos do projeto de instalação de parques eólicos na Lagoa dos Patos/RS na perspectiva da pesca artesanal. Revista IDeAS – Interfaces em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, v. 16, e022005, 2022.
FAIRHEAD, James; LEACH, Melissa; SCOONES, Ian. Green Grabbing: a new appropriation of nature? The Journal of Peasant Studies, v. 39, n. 02, 237-261, 2012. https://doi.org/10.1080/03066150.2012.671770.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Sobre a tipologia de territórios. In: SAQUET, Marco Aurélio; SPOSITO, Eliseu Savério (Org.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2009a, p. 197-215.
FRANCO, Jennifer; BORRAS JR., Saturnino M. Grey areas in green grabbing: subtle and indirect interconnections between climate change politics and land grabs and their implications for research. Land Use Policy, v. 84, p. 192–199, 2019. https://doi.org/10.1016/j.landusepol.2019.03.013.
FRANQUESA, Jaume. Power struggles: dignity, value, and the renewable energy frontier in Spain. Bloomington: Indiana University Press, 2018.
FURTADO, Fabrina; PAIM, Elisangela. Energia renovável e extrativismo verde: transição ou reconfiguração? Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 26, e202416pt, 2024. https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202416pt.
GWEC. Global wind Report 2025. Lisboa: Global Wind Energy Council, 2025.
GEM. Global Wind Power Tracker. San Francisco: Global Energy Monitor, 2025. Disponível em: https://globalenergymonitor.org/pt/projects/global-wind-power-tracker/. Acesso em: 06 mai. 2025.
GIRARD, Bérénice; SAREEN, Siddharth. Change everything so that (almost) nothing changes? Investigating the territorial distribution of solar energy subsidies in rural India. Environmental Sociology, v. 10, n. 4, p. 385-396, 2024. DOI: https://doi.org/10.1080/23251042.2024.2372890.
GORAYEB, Adryane et al. Wind-energy Development Causes Social Impacts in Coastal Ceará State, Brazil: The Case of the Xavier Community. Journal of Coastal Research, v. 75, p. 383-383, 2016. https://doi.org/10.2112/SI75-077.1.
GORAYEB, Adryane; BRANNSTROM, Christian. Licenciamento ambiental e oposição social à energia eólica: estudo de caso com foco no social gap em comunidade litorânea do Ceará, Brasil. Revista de Geografia, v. 37, n. 3, p. 65-92, 2020. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2020.244346.
HALL, Ruth; EDELMAN, Marc; BORRAS JR., Saturnino M.; SCOONES, Ian; WHITE, Ben; WOLFORD, Wendy. Resistance, acquiescence or incorporation? An introduction to land grabbing and political reactions ‘from below’. The Journal of Peasant Studies, v. 42, n. 3-4, p. 467-488, 2015. https://doi.org/10.1080/03066150.2015.1036746.
HARVEY, David. A loucura da razão econômica: Marx e o capital no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2018.
IBAMA. Complexos Eólicos Offshore - Projetos com processo de licenciamento ambiental abertos no IBAMA. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, atualizado em 10 mar. 2025.
IDEC. Mentira verde. São Paulo: Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, 2019.
INESC. Aspectos jurídicos da relação contratual entre empresas e comunidades do Nordeste brasileiro para a geração de energia renovável: o caso da energia eólica. Brasília: Instituto de Estudos Socioeconômicos, 2023.
JAKIMIU, Camila Campo de L. Injustiça ambiental e as lutas ecológicas no campo brasileiro. Campo-Território: revista de Geografia Agrária, v. 17, n. 46, p. 152-179, 2022. https://doi.org/10.14393/RCT174607.
KINTZI, Kendra. Deserts of wind: aeolian-pastoralism and the limits of climate finance in Jordan. Antipode: A Radical Journal of Geography, p. 1-23, publicado em 11 dez. 2024. https://doi.org/10.1111/anti.13125.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. São Paulo: Editora Vozes, 2014.
LI, Tania M. What is land? Assembling a resource for global investment. Transactions, v. 39, n. 4, p. 589-602, 2014. DOI: https://doi.org/10.1111/tran.12065.
LIMA, José Auricélio Gois. A natureza contraditória da geração de energia eólica no Nordeste do Brasil. Fortaleza: Ed. UECE, 2022.
MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. Campinas: Editora UNICAMP, 2015.
McCARTHY, James. To own the land is to own the sunlight: the significance of land tenure for solar power. Sustainability Science, publicado em 29 abr. 2025. DOI: https://doi.org/10.1007/s11625-025-01674-y.
MILANEZ, Bruno; DORN, Felix. Las políticas del litio en América Latina: ¿vino viejo en botellas nuevas? Extractivism Policy Brief, n. 8, 2024.
MMA. Contribuição Nacionalmente Determinada: quarta atualização. Brasília: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, 2024.
MONDRAGÓN, Claudia. Energías limpias pero turbias: casos de despojos de tierra en la Península de Yucatán. In: SEGHEZZO, Gabriel. (orgs.). Metodología de incidencia política sobre acaparamiento de tierras en América Latina. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Land Matrix, 2024. p. 191-204.
MÜLLER, Franziska. Energy colonialism. Grassroots: Journal of Political Ecology, v. 31, p. 701-717, 2024. DOI: https://doi.org/10.2458/jpe.5659.
MÜLLER, Ktja; PAMPUS, Mareike. The solar rush: invisible land grabbing in East Germany. International Journal of Sustainable Energy, v. 42, n. 1, p. 1264-1277, 2023. DOI: https://doi.org/10.1080/14786451.2023.2260009.
MULVANEY, Justin. Embodied energy injustice and the political ecology of solar power. Energy Research & Social Science, v. 115, 103607, 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.erss.2024.103607.
PAPROCKI, Kasia; McCARTHY, James. The agrarian question of climate change. Progress in Human Geography, v. 48, n. 6, p. 691-715, 2024. DOI: https://doi.org/10.1177/03091325241269701.
PELUSO, Nancy Lee; LUND, Christian. News frontiers of land control: introduction. The Journal of Peasant Studies, v. 38, n. 4, p. 667-681, 2011. DOI: https://doi.org/10.1080/03066150.2011.607692.
PEREIRA, Lorena Izá. "A Tríplice Aliança continua sendo um grande êxito": os regimes de controle do território paraguaio (1870-2019). Presidente Prudente, 2019, 523 f. Tese (doutorado em geografia), Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2019.
PEREIRA, Lorena Izá. A acumulação por despossessão na análise do land grabbing. Caderno Prudentino de Geografia, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Local Presidente Prudente, n. 41, v. 1, p. 3-20, 2019b.
PEREIRA, Lorena Izá. A instalação de projetos de energia eólica no Brasil: uma análise a partir do papel do Estado. GeoUECE, v. 12, n. 23, e202300, 2023. DOI: https://doi.org/10.59040/GEOUECE.2317-028X.v12.n23.e2023002.
PEREIRA, Lorena Izá. A expansão de projetos eólicos no Brasil: uma análise a partir dos estados da região Nordeste. Revista GeoNordeste, v. 35, n. 1, p. 87-107, 2024.
PEREIRA, Lorena Izá; VITAL, Miriam Moura; FONSECA, Roberta O. da. Impactos territoriais e a instalação de projetos eólicos na comunidade tradicional pesqueira de Enxu Queimado (Pedra Grande/RN): transição energética ou uma nova fronteira para a acumulação do capital? Revista NERA, v. 27, n. 3, e10314, 2024. https://doi.org/10.47946/rnera.v27i3.10314.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2006.
RIBEIRO, Carolina S.; OLIVEIRA, Gilca G. de. Terras públicas, comunidades tradicionais e corredores de vento: caminhos da energia eólica na Bahia. In: MARQUES, Juracy et al. (org.). O cárcere dos ventos: destruição das serras pelos complexos eólicos, volume 3. Paulo Afonso: SABEH, 2021. p. 23-57.
SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
SÁNCHEZ-CONTRERAS, Josefa; MATARÁN RUIZ, Alberto; CAMPOS, Álvaro; FJELLHEIM, Eva. A modo de introducción: los límites y las contradicciones de la transición energética corporativa. In: SÁNCHEZ CONTRERAS, Josefa; MATARÁN RUIZ, Alberto. (Orgs.). Colonialismo energético: Territorios de sacrificio para la transición energética corporativa en España, México, Noruega y el Sáhara Occidental. Barcelona: Icaria editorial, 2023. p. 19-26.
SANTANA, Amanda O. de; SILVA, Tarcísio Augusto A. da. Produção de energia eólica em Pernambuco e a injustiça ambiental sobre comunidades rurais. R. Katál., v. 24, n. 1, p. 245-254, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e73663%20link.
SANTOS, Milton. O dinheiro e o território. In: SANTOS, Milton, et al. Território, territórios: ensaios sobre o ordenamento territorial. Niterói: Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense; Associação dos Geógrafos Brasileiros, 2002.
SASSEN, Saskia. Expulsões - Brutalidade e complexidade na economia global. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz&Terra, 2016.
SAUER, Sérgio; BORRAS JR., Saturnino. Land Grabbing e Green Grabbing: uma leitura da ‘corrida na produção acadêmica’ sobre a apropriação global de terras. Campo-Território: revista de Geografia Agrária, v. 11, n. 23, p. 6-42, 2016. DOI: https://doi.org/10.14393/RCT112301.
SEVÁ FILHO, Arsênio O. Capitalismo e Energia: alguns mecanismos básicos dos conflitos e das injustiças sofridas pelo povo brasileiro. In: PORTO, Marcelo F. et al. (orgs.). Injustiça ambiental e saúde no Brasil: o Mapa de Conflitos. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013. p. 207-253.
SIAMANTA, Zoi C. Wind parks in post-crisis Greece: neoliberalisation vis-à-vis green grabbing. Nature and Space, v. 2, n. 2, p. 274-303, 2019. https://doi.org/10.1177/2514848619835156.
SILVA, Tarcísio Augusto Alves da. Energia limpa para quem? Impactos da produção de energia eólica sobre pequenos agricultores do agreste pernambucano. Mediações, v. 28, n. 3, p. 1-14, 2023. DOI: https://doi.org/10.5433/2176-6665.2023v28n3e47247.
SOUZA, Wallason Farias de. Implicações socioambientais dos estudos ambientais (RAS) utilizados no licenciamento ambiental de parques eólicos no Ceará - Brasil. Fortaleza, 2020, 269 f. Tese (Doutorado em Geografia), Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2020.
STOCK, Ryan; BIRKENHOLTZ, Trevor. The sun and the scythe: energy dispossessions and the agrarian question of labor in solar parks. The Journal of Peasant Studies, v. 48, n. 5, p. 984-1007, 2021. https://doi.org/10.1080/03066150.2019.1683002.
SUERTEGARAY, Dirce M. A. Espaço geográfico uno e múltiplo. Scripta Nova, n. 93, s.p., 2001.
SVAMPA, Maristella; VIALE, Enrique. El colapso ya llegó: una brújula para salir del (mal)desarrollo. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2022.
TRALDI, Mariana; RODRIGUES, Arlete M. Acumulação por despossessão: a privatização dos ventos para a produção de energia eólica no semiárido brasileiro. Curitiba: Appris Editora, 2022.
ULLOA, Astrid. Aesthetics of green dispossession: from coal to wind extraction in La Guajira, Colombia. Journal of Political Ecology, v. 30, p. 743-764, 2023. https://doi.org/10.2458/jpe.5475.
VITAL, Miriam Moura. As resistências socioterritoriais em uma comunidade tradicional pesqueira: as marés de conflitos e as disputas em Enxu Queimado/RN. Natal, 2023, 180 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Urbanos e Regionais), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, 2023.
ZHOURI, A. Justiça ambiental, diversidade cultural e accountability: desafios para a governança ambiental. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 23, n. 68, p. 97-194, 2008.
ZOOMERS, Annelies; OTSUKI, Kei. Seven reasons why climate-induced land grabbing requires significant changes in land governance. The Journal of Peasant Studies, p. 1-21, publicado em 21 mar. 2025. https://doi.org/10.1080/03066150.2025.2474523.
WOODHOUSE, Philip. New investment, old challenges. Land deals and the water constraint in African agriculture. The Journal of Peasant Studies, v. 39, n. 3-4, p. 777-794, 2012. https://doi.org/10.1080/03066150.2012.660481.
YORK, Richard; BELL, Shannon E. Energy transitions or additions? Why a transition from fossil fuels requires more than the growth of renewable energy. Energy Research & Social Science, v. 51, p. 40-43, 2019.
Additional Files
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Lorena Izá Pereira

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.


