O pensamento geográfico e a realidade brasileira

Abstract

O objetivo deste artigo é analisar a formação do pensamento geográfico no Brasil e estabelecer suas vinculações com o pensamento geográfico dos países desenvolvidos e o seu grau de alienação ou de integração à realidade brasileira. Daí analisarmos a evolução do pensamento geográfico e a formação da Geografia como ciência autónoma nos fins do século XIX e sua repercussão no Brasil na primeira metade do século XX, procurando indicar a importância de certos fatos, como a introdução da Geografia nos currículos de cursos superiores e a contribuição de geógrafos ao desenvolvimento do pensamento geográfico no Brasil. Em seguida apontamos a influência de professores estrangeiros e a formação de uma escola influenciada pelos ensinamentos de Vidal de La Blache, ao mesmo tempo em que, com a fundação do IBGE, ligando a Geografia e a Estatística, se procurava utilizar o conhecimento geográfico com fins de melhor racionalizar a utilização do espaço brasileiro. Após estas considerações, analisamos a penetração, no pensamento geográfico nacional, da chamada escola quantitativista, ou da Nova Geografia, e a importância que ela teve nas transformações da Geografia dita Tradicional. Finalmente, procuramos demonstrar como uma preocupação de ordem geográfica é encontrada em obras de cientistas sociais não geógrafos e como uma grande corrente de geógrafos vem se preocupando com as implantações do processo de organização do espaço no desenvolvimento económico e social do país. Concluímos formulando o desejo de que o artigo, sendo polêmico, provoque debates que melhor aprofundem o conhecimento do pensamento geográfico no Brasil.