Rupturas de declive fluvial em basaltos hipoialinos: natureza e características

Authors

Keywords:

Perfil Longitudinal, Basaltos, Rupturas de Declive, Resistência Erosiva.

Abstract

A compreensão sobre a formação de rupturas de declive em perfis longitudinais de leito rochoso, em basaltos continentais ainda é incipiente. A formação de knickpoints e knickzones está atrelada a condições estruturais dos basaltos e de incidência de lineamentos estruturais. Nesta pesquisa foi analisado perfil longitudinal de rio de leito rochoso de basalto hipoialino. O objetivo foi caracterizar as zonas de ruptura do perfil longitudinal do rio Maracujá, que incide sobre os derrames superiores do Grupo Serra Geral localizado na cidade de Guarapuava (PR). A ideia é compreender quais são os controles essenciais desta litologia que embasa o leito do rio. Efetuou-se análise a partir do uso de base cartográfica digital manipulada em ambiente GIS, na escala 1:10.000, com levantamentos de campo e uso da relação declive-área para interpretação dos dados. O perfil do rio é escalonado devido a duas causas principais: lineamentos estruturais transversais ao leito fluvial e a diferença de resistência erosiva entre níveis de derrame dos basaltos. O índice de concavidade (0,5) reportou tendência de equilíbrio fluvial com baixa relação positiva do ajuste (R2 = 0,4) do modelo de regressão para o perfil integral. Contudo, a separação em segmento de rio mais homogêneo indica tendência de ajuste hidráulico para o índice de concavidade (1,2) e relação mais alta do modelo de regressão (R2 = 0,7). Os mesmos valores altos de ajustes dos subsegmentos discretizados permitiram interpretar que a potência de escoamento tem se sobressaindo em relação a resistência erosiva dos basaltos hipoialinos, mesmo com a incidência de lineamentos estruturais e diferenciação nos níveis de derrames basálticos.

Author Biographies

Diego Moraes Flores, Universidade de São Paulo - USP

Doutorando em Geografia Física do Programa de Pós Graduação da FFLCH - USP.

Adalto Gonçalves Lima, Universidade Estadual do centro Oeste - UNICENTRO (PR).

Prof. Dr. Departamento de Geografia - DEGEO

Déborah de Oliveira, Universidade de São Paulo - USP

Profa. Dra. Programa de Pós Graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.

Departamento de Geografia - FFLCH / USP

References

HACK, J.T. Stream profile analysis and stream gradient index. J. Res. US Geol. Survey, v.1, n.4, p.421-429, 1973.

HOWARD, A. D.; KERBY, G. Channel changes in badlands. Geol. Soc. Amer. Bull., New York, v. 94, p. 739-752, 1983.

HOWARD, A. D.; DIETRICH, W. E.; SEIDL, M. A. Modeling fluvial erosion on regional to continental scales. J. Geophys. Res., v. 99, no. B7, p. 13971-13986, 1994.

KIRBY, E.; WHIPPLE, K. X. Quantifying differential rock-uplift rates via stream profile analysis. Geology, Boulder, v. 29, p. 415-418, 2001.

KIRBY, E., WHIPPLE, K., TANG, W., CHEN, Z.,. Distribution of active rock uplift along the eastern margin of the Tibetan Plateau: inferences from bedrock channel longitudinal profiles. Journal of Geophysical Research 108(B4), 2217. 2003. http://dx.doi.org/10.1029/2001JB000861.

LIMA, A.G.; BINDA, A.L. Differential control in the formation of river potholes on basalts of the Paraná Volcanic Province . J. South Am. Earth Sci. v.59, p.86-94, 2015. doi:10.1016/j.jsames.2015.02.004

LIMA, A.G., BINDA, A.L. Lithologic and structural controls on fluvial knickzones in basalts of the Parana Basin, Brazil. J. South Am. Earth Sci. v. 48, p. 262-270, 2013. doi:10.1016/j.jsames.2013.10.004

LIMA, A. G. Controle geológico e hidráulico na morfologia do perfil longitudinal em rio sobre rochas vulcânicas básicas da Formação Serra Geral no Estado do Paraná. Tese de doutorado. UFSC. Florianópolis – SC. 2009.

LIMA, A.G. Rios de leito rochoso: aspectos geomorfológicos fundamentais. Ambiência. v.6, p.339 – 354. 2010.

LIMA, A. G. Erosão fluvial sobre rochas vulcânicas: algumas inferências a partir de segmentos côncavos de perfis longitudinais. Rev. Bras. Geocienc., São Paulo, v. 42, suppl. 1, p. 34-41, 2012.

LIMA, A.G. Uso da relação declive-área para avaliação de interferências neotectônicas em perfil longitudinal de rio. Boletim de Geografia, v. 32, n. 2, p. 158-172. 2014.

MARTIN, B.S.; PETCOVIC, H.L.; REIDEL, S.P. Goldschmidt Conference 2005: Field trip guide to the Columbia River Basalt Group. U.S. Department of Energy, Pacific Northwest National Laboratory, Richland (WA), May 2005, 62 p. 2005.

MINEROPAR. Serviço Geológico do Paraná. O Grupo Serra Geral no Estado do Paraná. Vol. 1 e 2, Curitiba: Mineropar, 2013.

PAZZAGLIA, F.J.; GARDNER, T.W.; MERRITS, D. J. Bedrock fluvial incision and longitudinal profile development over geologic time scales determined by fluvial terraces. In: TINKLER, K. & WOHL, E. E. (eds.). Rivers over rock: fluvial processes in bedrock channels. Washington: American Geophysical Union: Washington, DC, 1998, p. 207–235. (Geophysical monograph 107).

SEIDL, M.A.; DIETRICH, W.E. The problem of bedrock channel erosion. Catena Suppl. 23, p.101-124, 1992.

SEIDL, M.A.; DIETRICH, W.E.; KIRCHNER, J.W. Longitudinal profile development into bedrock: an analysis of Hawaiian channels. J. Geology, v. 102, p. 457-474, 1994. doi: 10.1086 /629686.

SKLAR, L.; DIETRICH, W. E. River longitudinal profiles and bedrock incision models: stream power and the influence of sediment supply. In: TINKLER, K. J.; WOHL, E.E., (eds.), Rivers over rock: fluvial processes in bedrock channels. American Geophysical Union: Washington, DC, p. 237-260. (Geophysical monograph 107). 1998.

SNYDER, N. P.; K. X. WHIPPLE; G. E. TUCKER; D. J. MERRITTS. Landscape response to tectonic forcing: Digital elevation model analysis of stream profiles in the Mendocino triple junction region, northern California, Geol. Soc. Am. Bull., 112, 1250–1263, 2000.

STOCK, J. D.; MONTGOMERY, D. R. Geologic constraints on bedrock river incision using stream power law. J. Geophys. Research, v.104, p. 4983-4993, 1999.

WHIPPLE, K.X.; HANCOCK, G.S.; ANDERSON, R.S. River incision into bedrock: mechanics and relative efficacy of plucking, abrasion, and cavitation. Geol. Soc. Am. Bull., v.112, n.3, p. 490–503, 2000.

WHIPPLE, K.X. TUCKER, G.E. Implications of sediment flux dependent river incision models for landscape evolution. J. Geophysical Research, v.107, n.B2, 2002. doi: 10.1029/2000JB000044.

WHIPPLE, K. X. Bedrock rivers and the geomorphology of active orogens. Annual Review Earth Planetary Science, Palo Alto, v. 32, p. 151-185, 2004.

WHIPPLE, K.X., DIBIASE, R.A., CROSBY, B.T., Bedrock rivers. In: Shroder, J. (Editor in Chief),

WOBUS, C.W., HODGES, K.V., WHIPPLE, K.X.. Has focused denudation sustained active thrusting at the Himalayan topographic front? Geology 31, 861–864. 2003.

Published

2017-03-13

How to Cite

Flores, D. M., Lima, A. G., & Oliveira, D. de. (2017). Rupturas de declive fluvial em basaltos hipoialinos: natureza e características. Boletim Paulista De Geografia, (96), 91–111. Retrieved from https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/670

Issue

Section

Artigos

Most read articles by the same author(s)