APLICAÇÃO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO RÁPIDA DA INTEGRIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARANGUÁ, SC
DOI:
https://doi.org/10.54446/bpg.v109i1.2974Keywords:
Qualidade ambiental, Diversidade de Habitats, Atividades antrópicas, Recursos HídricosAbstract
A ocupação do ambiente e o uso humano dos recursos hídricos levam a alterações químicas, físicas e biológicas dos corpos d’água, que refletem a qualidade ambiental das bacias hidrográficas. Este estudo objetivou avaliar a integridade ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (BHRA), localizada no sul de Santa Catarina, sul do Brasil. A coleta de dados se deu em escala local e em escala da paisagem, a partir da aplicação de Protocolo de Avaliação Rápida de Integridade Ambiental (PAR), para analisar as relações entre as atividades antrópicas, a estrutura física e biótica dos rios. Foram definidos seis locais de análise ao longo da BHRA, um no terço superior, dois no terço médio e três no terço inferior, os quais foram avaliados no mês de abril de 2022 por oito pesquisadores devidamente familiarizados com a aplicação do PAR. Os resultados evidenciaram que dois trechos foram classificados como impactados, três como alterados e um natural. Observou-se que os núcleos urbanos e a agricultura extensiva, representada pela cultura do arroz irrigado, são os principais detratores dos recursos hídricos principalmente por levarem a redução nas matas ciliares e a degradação na qualidade física, química e biótica da bacia. O PAR se mostrou como um instrumento de avaliação rápida eficiente, passível de ser aplicado, inclusive pelo público leigo, desde que devidamente treinado. Não obstante sugere-se a realização de estudos que envolvam maior número pontos de amostragem, para uma análise mais pormenorizada da integridade ambiental da bacia hidrográfica avaliada.
References
ALVARES, C.A., STARPE, J.L., SENTELHAS, P.C., GONÇALVES, J.L.M., SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorol Z 22, 711-728. 2014
BARBOUR, M.T. et al., Rapid bioassessment protocols for use in streams and wadeable rivers: peryphyton, benthic macroinvertebrates and fish. Second Edition. Washington: U. S. Environmental Protection Agency, office of water, 1999.
BITTENCOURT, C.; PAULA, M. A. S. Tratamento de água e efluentes: fundamentos de Saneamento Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos. São Paulo: Érica, 2014, 314 p.
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 10 jul. 2022.
BRASIL. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Brasília, DF: Presidência da República, 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm. Acesso em: 18 abr. 2022.
CALLISTO, M.; FERREIRA, W.; MORENO, P.; GOULART, M.D.C.; PETRUCIO M. Aplicação de um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em atividades de ensino e pesquisa (MG-RJ). Acta Limnologica Brasiliensia, 14:91-98, 2002.
CAMPOS, S. Netto. Uma biografia com um pouco de história do carvão catarinense. Florianópolis: Insular, 2001, 263 p.
DALL’ALBA, J.A. História do grande Araranguá, Araranguá, SC: Ed. Gráfica Orion, 1997, 520 p.
FARJALLA, Vinicius F.; PIRES, Aliny P. F.; AGOSTINHO, Angelo A.; AMADO, André M.; BOZELLI, Reinaldo L.; DIAS, Braulio F. S.; DIB, Viviane; FARIA, Bias M.; FIGUEIREDO, Andrea; GOMES, Eli A. T.. Turning Water Abundance Into Sustainability in Brazil. Frontiers In Environmental Science, [S.L.], v. 9, p. 1-12, 8 dez. 2021. Frontiers Media SA. http://dx.doi.org/10.3389/fenvs.2021.727051.
GABRIEL, A.P. Lugar de Passagem: uma história contada por Manoel Alves, 1.ed. Meleiro, SC. Ed. da Autora, 2021.
GAMA, Lucilene Umbelino. Diagnóstico ambiental nas Áreas de Preservação Permanente do córrego Lajeado, Uberlândia-MG. 2022. Dissertação (Mestrado em Qualidade Ambiental) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2022.
HANNAFORD, M. J.; BARBOUR, M. T.; RESH, V. H. Training reduces observer variability in visual-based assessments of stream habitat. J. N. Am. Benthol. Soc., v. 16, n. 4, p. 853-860, 1997.
HOBOLD, P. A História de Araranguá: reminiscências desde os primórdios até o ano de 1930. Porto Alegre: Editora Palmaringa, 1994. 255 p.
KREBS, Antônio Silvio Jornada. Contribuição ao conhecimento dos recursos hídricos subterrâneos da bacia hidrográfica do rio Araranguá, Sc. 2004. Tese (Doutorado em Geografia) - Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
KUMAR, Pankaj; LIU, Wei; CHU, XI; ZHANG, Yue; LI, Zhihui. Integrated water resources management for an inland river basin in China. Watershed Ecology And The Environment, [S.L.], v. 1, p. 33-38, 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.wsee.2019.10.002.
LANZER, Rosane Maria; RAMOS, Bernardo Villanueva de Castro; MARCHETT, Cassiano Alves. Impactos ambientais do turismo em lagoas costeiras do Rio Grande do Sul. Caderno Virtual de Turismo, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p.134-149, abr. 2013.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
LIMA, Paulo Adriano Catulé, et al., Análise macroscópica da qualidade ambiental do Ribeirão do Inferno, Grão Mogol (MG) In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AMBIENTAL, 9., 2017, Belo Horizonte.
MARCON, Luciléia; ZOCCHE, Jairo José; LADWIG, Nilzo Ivo. A expansão urbana da cidade de Araranguá, Santa Catarina, no período de 1957 a 2010 e suas implicações ambientais. Revista Brasileira de Ciências Ambientais (Online), [S.L.], n. 43, p. 32-48, mar. 2017. Zeppelini Editorial e Comunicacao. http://dx.doi.org/10.5327/z2176-947820170078.
MARCON, Luciléia. Análise da expansão urbana de Araranguá, SC e suas implicações ambientais: uma abordagem interdisciplinar. 2014. 92 p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2014.
MENEGASSO, Juliana Debiasi. MAPEAMENTO DO RISCO DE INUNDAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BELO, ORLEANS, SC. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciências Ambientais, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 148 f., 2019.
NUNES, A. S. et al., Ligustrum lucidum como uma espécie invasora oportunista em uma Floresta com Araucária no sul do Brasil. Rodriguésia 69(2): 351-362. 2018.
OLIVEIRA-FILHO, E.C.; LIMA, J. E. F. W. Potencial de impacto da agricultura sobre os recursos hídricos na região do Cerrado. Documento n. 56, EMBRAPA, Planaltina-DF, p.50, 2002.
PLAFKIN, J.L. et al.,
Rapid Bioassessment Protocols for use in Streams and Rivers: Benthic Macroinvertebrates and Fish. Washington: U.S. Environmental Protection Agency, 1989.
PORTO, Monica F. A.; PORTO, Rubem La Laina. Gestão de bacias hidrográficas. Estudos Avançados, [s.l.], v. 22, n. 63, p.43-60, 2008.
PRESA, Juliana Brocca. “O arroz no espigão e o milho no banhado”: programa Provárzeas – O desenvolvimento de uma política pública e o cultivo do arroz em municípios da bacia do rio Araranguá. UFSC. Florianópolis, 2011.
REIS, Lúcia Vidor de Sousa. Cobertura florestal e custo do tratamento de águas em bacias hidrográficas de abastecimento público: caso do manancial do município de Piracicaba. Tese (Doutorado em Recursos Florestais) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2004.
RIGHETTO, Antonio Marozzi; GOMES, Kaline Muriel; FREITAS, Francisco Rafael Sousa. Poluição difusa nas águas pluviais de uma bacia de drenagem urbana. Engenharia Sanitária e ambiental [online]. 2017, v. 22, n. 06 [Acessado 20 Maio 2022], pp. 1109-1120. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-41522017162357.
RODRIGUES, A. S. L. Adequação de um Protocolo de Avaliação Rápida para o Monitoramento e Avaliação Ambiental de Cursos D’Água Inseridos em Campos Rupestres. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto, 2008. 104p.
RODRIGUES, A. S. L.; CASTRO, P. T. A. Protocolos de Avaliação Rápida: Instrumentos Complementares no Monitoramento dos Recursos Hídricos. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v.13, n.1, p.161-170, jan./mar. 2008.
SANTA CATARINA. Fundação do Meio Ambiente (FATMA). Lista comentada de espécies exóticas invasoras no estado de Santa Catarina: espécies que ameaçam a diversidade biológica / Sílvia R. Ziller (consultora). - Florianópolis: FATMA, 2016.
SANTA CATARINA. Lei n. 10.949, de 09 de novembro de 1998, dispõe sobre a caracterização do Estado em 10 (dez) Regiões Hidrográficas. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.aguas.sc.gov.br/jsmallfib_top/DHRI/Legislacao/Lei-Estadual-10949-1998.pdf.
SCHUSSEL, Zulma; NASCIMENTO NETO, Paulo. GESTÃO POR BACIAS HIDROGRÁFICAS: DO DEBATE TEÓRICO À GESTÃO MUNICIPAL. Ambiente & Sociedade, [s.l.], v. 18, n. 3, p.137-152, set. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1809-4422asoc838v1832015.
SILVA, José Gustavo Santos da. Cobertura e uso da terra na Bacia Hidrográfica do rio Araranguá, Santa Catarina, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais), 164 f. Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2021.
SILVA, L. N. M. Estrutura de uma turfeira de altitude no município de São José dos Ausentes (RS-Brasil). Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002. 96p. (Dissertação de Mestrado) 2002.
SILVA, V. F. et al., Análise da degradação da vegetação nativa em Área de Preservação Permanente na Paraíba. Revista Brasileira de Geografia Física, Recife, v. 13, n. 1, p. 121-130, 2020. DOI: https://doi.org/10.26848/rbgf.v13.1.p121-130.
SIMÕES, L. B. Integração entre um modelo de simulação hidrológica e sistema de informação geográfica na delimitação de zonas tampão ripárias. 2001. 168 f. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura) –Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2001.
SOS MATA ATLÂNTICA; Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE (São Paulo). Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: período 2019/2020. São Paulo: Fundação Sos Mata Atlântica, 2021. 72 p.
VAZ, L.; ORLANDO, P. H. K. Importância das matas ciliares para manutenção da qualidade das águas de nascentes: Diagnóstico do ribeirão Vai-Vem de IpameriGO. Encontro Nacional de Geografia Agrária, Uberlândia, out. 2012. Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
VEIGA, Marcelo Motta et al., Análise da contaminação dos sistemas hídricos por agrotóxicos numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública [online]. 2006, v. 22, n. 11 [Acessado 20 Maio 2022] , pp. 2391-2399. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102.
VOGEL, H. F.; ZAWADZKI, C. H.; METRI, R. FLORESTAS RIPÁRIAS: IMPORTÂNCIA E PRINCIPAIS AMEAÇAS. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, [S. l.], v. 4, n. 1, 2009.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.