Estudo sobre as queimadas no município de Codó (MA), Brasil

Authors

Keywords:

Queimadas, MODIS, TRMM, Codó

Abstract

O município de Codó, situado no Cerrado maranhense, também é reconhecido por causa das queimadas que ocorrem todos os anos, com maior frequência, entre os meses de julho a novembro. A maior parte das queimadas se originam nas áreas já antropizadas, seja pela pecuária, seja pela agricultura. O objetivo geral deste estudo foi compreender as queimadas em Codó, a partir dos aspectos físicos (temperatura e precipitação) do município e dos elementos antrópicos (culturais) de uma comunidade rural que faz uso do fogo como forma de manejo. Adotou-se como procedimentos metodológicos os dados disponíveis no INPE sobre cicatrizes de queimadas, os dados do sensor MODIS (MOD11A2) para temperatura, o satélite TRMM para precipitação e o trabalho de campo junto à Comunidade Associação Boa União. Os resultados indicaram que há mais cicatrizes de queimadas na Classe 1 (< 6ha), destacando as pequenas propriedades rurais de agricultura de subsistência, e menor representação de cicatrizes na Classe 3 (> 16ha), porém com maior extensão em área queimada. Os dados de precipitação e temperatura da superfície destacaram o ano de 2015 como o mais seco dentre os anos analisados. A Comunidade Associação Boa União faz uso das queimadas como prática tipicamente cultural, baseada em saberes locais, mesmo havendo tímida participação do órgão municipal competente.

Author Biographies

Alex de Sousa Lima, Universidade Federal do Maranhão, Campus VII

Professor Adjunto IV da Universidade Federal do Maranhão, Campus de Codó. Docente do curso de Licenciatura em Ciências Humanas/História, atuando nas disciplinas da área de Geografia. Graduado em Licenciatura Plena em Geografia pela UFPI (2005), mestrado em Geografia pela UFS (2008) e doutorado em Geografia pela UFMG (2013). É líder do Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciências Humanas - PEnCiH, atuando na linha de pesquisa Análise Geográfica. Também colabora, como membro pesquisador, no Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências Naturais - GPECN, na linha de pesquisa Educação Ambiental. Tem atuado em temas relacionados à educação ambiental, dinâmica e análise ambiental e geomorfologia fluvial e análise geográfica. Endereço e-mail para contato profissional: alex.lima@ufma.br

Benedito Cavalcante Vieira Junior, Universidade Federal do Maranhão, Campus VII

Graduado em Licenciatura em Ciências Humanas/História pela Universidade Federal do Maranhão, Campus VII

References

ALMEIDA, C.T. et al. Avaliação das Estimativas de Precipitação do Produto 3B43‑TRMM do Estado do Amazonas. Floresta e Ambiente, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 279-286, jul./set. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/floram/v22n3/2179-8087-floram-22-3-279.pdf. Acesso em: 02 mar. 2020.

ASSUNÇÃO, R.G. Estudo do comportamento do fogo e de alguns efeitos da queima controlada em povoamentos de Eucalyptus viminalis Labill em Três Barras, Santa Catarina. 1997.163 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1997.

BARCELLOS, C. et al. Mudanças climáticas e ambientais e as doenças infecciosas: cenários e incertezas para o Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 18, n. 3, p. 285- 304, jul./set. 2009.

BOEIRA, S.F. Proteção ambiental: uma análise da prática agropecuária das queimadas. 2011. 77 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Programa de Pós-Graduação em Direito, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2011.

BONFIM, R.V. Diagnóstico do uso do fogo no entorno do parque estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), MG. 2001. 58 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2001.

BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965. Brasília, DF: Senado, 1988. Institui o Código Florestal. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 20 jan. 2019.

BRASIL. Constituição (1988). Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm. Acesso em: 11 out. 2018.

COSTA, F.A. et al. Roça no toco: uma realidade sustentável na Associação dos trabalhadores rurais Boa União no Munícipio de Codó-MA. In: II Semana Ambiente em Foco: a água nas discussões sobre educação ambiental e políticas públicas, 2015, Codó. Anais. Codó: UFMA, 2015, p. 53-55.

DIAS, G.F. Queimadas e incêndios florestais: cenários e desafios: subsídios para a educação ambiental. – Brasília: MMA, IBAMA, 2009. 32 p. Disponível em: http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/images/abook/pdf/1sem2015/marco/Mar.15.03.pdf. Acesso em: 29 mar. 2019.

FREIRE, A. T. G. et al. A zona de transição entre a Amazônia e o Cerrado no estado do Maranhão. Parte I: Caracterização preliminar dos dados focos de queimadas (produto MODIS MCD14ML). In: XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 2015, João Pessoa. Anais. João Pessoa, 2015, p. 7471-7477.

FREITAS, A. C. R. A crise ecológica na agricultura familiar do estado do Maranhão. Cadernos NAEA, v. 2, n. 2. dez./ 1999.

GONÇALVES, J.S. A prática da queimada no saber tradicional e na concepção científica de risco: estudo sobre o uso do fogo por pequenos produtores rurais do Norte do Estado de Minas Gerais. 2005. 139 f. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2005.

INPE. Instituto de Pesquisas Espaciais. Mapeamento do uso e cobertura da terra do Cerrado. Projeto TerraClass Cerrado 2013. Disponível em: https://www.mma.gov.br/biomas/cerrado/projeto-terraclass.html. Acesso em: 12 fev. 2019.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Malhas: municípios do Estado do Maranhão e Brasil administrativo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/15774-malhas.html?=&t=downloads. Acesso em: 17 jul. 2020.

INPE. Instituto de Pesquisas Espaciais. Comparação do total de focos ativos detectados pelo satélite de referência em cada mês, no período de 1998 até 19/10/2020. Disponível em: http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas_paises/. Acesso em: 20 out. 2020.

LEMOS, G.S.; RIZZE, R. Estimativa da temperatura média do ar a partir de dados

LST/MODIS. In: XIX Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, INPE, 2019, Santos/SP. Anais. Santos, 2015. Disponível em: http://marte2.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/marte2/2019/09.18.12.36/doc/97604.pdf. Acesso em: 23 jun. 2020.

MACHADO, C.A. Desmatamentos e queimadas na região norte do estado de Tocantins. Caminhos de Geografia, Uberlândia v. 13, n. 43, p. 217-229, out. 2012.

MATAVELI, G.A.V. et al. Análise das queimadas e da precipitação em áreas de Cerrado do Maranhão a partir de dados do sensor MODIS e do satélite TRMM para o período 2002-2015. Boletim Paulista de Geografia, v. 96, p. 11-30, 2017. Disponível em: http://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/boletim-paulista/article/view/663/558. Acesso em: 23 nov. 2019.

MÉLO, A.S.; JUSTINO, F.; LEMOS, C.F.; SEDIYAMA, G.; RIBEIRO, G. Suscetibilidade do ambiente a ocorrências de queimadas sob condições Climáticas atuais e de futuro aquecimento global. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 26, n. 3, p. 401-418, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbmet/v26n3/a07v26n3.pdf. Acesso em: 12 out. 2019.

MIRANDA, E.E; CAPUTI, E. Relatório do monitoramento orbital de queimadas no Brasil: base municipal 2001, Campinas SP, 2001.

PEREIRA JÚNIOR, A. C. Métodos de geoprocessamento na avaliação da susceptibilidade do cerrado ao fogo. 2002. 112 f. Tese (Doutorado em Ciências da Área de Concentração em Ecologia e Recursos Naturais) – Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2002.

PESSI, D.D. et al. Validação das estimativas de precipitação do satélite TRMM no Estado de Mato Grosso. Revista de Ciências Agrárias, v. 42, n. 1, p. 79-88, 2019. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/rca/v42n1/v42n1a09.pdf. Acesso em: 10 fev. 2020.

RIBEIRO, H.; ASSUNÇÃO, J.V. Efeitos das queimadas na saúde humana. Estudos Avançados, v. 16, n. 44, jan./abr. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000100008&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 10 fev. 2020.

SILVA, S. Queimadas: perguntas e respostas. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2007.

SILVA, A.S; SILVA, M.C. Prática de queimadas e as implicações sociais e ambientais na cidade de Araguaina-TO. Caminhos de Geografia v. , n. 18, p. 8-16, jun. 2006. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15412. Acesso em: 20 mar. 2019.

SILVA JUNIOR, C.H.L.; ANDERSON, L.O.; ARAGÃO, L.E.O.C.; RODRIGUES, B.D. Dinâmica das queimadas no Cerrado do Estado do Maranhão, Nordeste do Brasil. Revista do Departamento de Geografia, v. 35, p. 1-14, 2018. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rdg/article/view/142407/142003. Acesso em: 12 maio 2020.

Downloads

Published

2022-10-13

How to Cite

Lima, A. de S., & Vieira Junior, B. C. (2022). Estudo sobre as queimadas no município de Codó (MA), Brasil. Boletim Paulista De Geografia, 1(107), 1–20. Retrieved from https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/2055

Issue

Vol. 1 No. 107 (2022): Boletim Paulista de Geografia

Section

Artigos

License

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
 
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).