Abastecimento da cidade de Sâo Paulo em produtos hortifrutícolas: problemas e métodos de um estudo

Abstract

Dentre as novas exigências criadas pelo grande aumento de população nos últimos cem anos, o abastecimento alimentar das grandes metrópoles apresenta notável interesse, envolvendo questões sobre organização do espaço abastecedor e abastecido. As modificações ocorridas no consumo alimentar de São Paulo, como de outras grandes cidades, decorre de fatores tais como: crescente população urbana, imigração estrangeira, desenvolvimento das comunicações, dos veículos de transporte de cargas, de técnicas de conservação e embalagem, de técnicas de produção agrícola e industrial, dos sistemas de comercialização e propaganda, Apesar disso, São Paulo possui peculiaridades de metrópole de país subdesenvolvido. O objetivo do presente artigo é apresentar alguns resultados a respeito de estudo efetuado sobre os produtos hortifrutícolas que foram agrupados em: verduras, legumes e raízes e frutas .Dois períodos foram levados em conta no estudo (1960/65 e 1968/72),tendo os dados sido coletados nos maiores entrepostos do gênero da cidade (Cantareira e Ceagesp, respectivamente), analisando as quantidades anuais e mensais através do ritmo de entrada e sua evolução, destacando a participação dos municípios remetedores com a finalidade de individualizar as zonas que abastecem a Capital e outros núcleos urbanos brasileiros, em especial do sudeste do país. A individualização das zonas hortifrutícolas foi definida como consta do mapa anexo, através de análises de tabelas, gráficos, mapas, mosaicos e valores atribuídos aos produtos remetidos. Podemos extrapolar o comportamento de o abastecimento alimentar em produtos hortifrutícolas para outros organismos urbanos imensos e em rápida expansão. Os arredores desses centros tornam-se cada vez mais especializados (os chamados cinturões verdes) devido à sua alta renda por área, à tendência do consumidor em preferir verduras frescas e aos elevados custos de transporte o conservação, localizando-se em locais mais distantes dos centros consumidores os produtos menos perecíveis (frutas e alguns legumes), mas sempre bem servidas por rodovias.