AMAZÔNIA:
A CONDIÇÃO COLONIAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO MONOPÓLIO DA TERRA, POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO E CONFLITOS
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i112.3113Palavras-chave:
Amazônia, Desenvolvimento, Estado, ViolênciaResumo
O presente trabalho intenta refletir de forma crítica sobre a condição colonial da Amazônia, tendo como baliza o debate que engloba a geopolítica, a construção de sentidos sobre vazio demográfico e as tensões junto às populações locais. Busca ainda realçar o constituinte étnico racial nas disputas pela terra, no sentido em problematizar a questão da expropriação nas arenas das disputas pela terra, para além dos debates circunscritos às classes sociais. Ianni (1978) e Fernandes (1989), entre outros autores, servem de baliza nesta direção. Enquanto na segunda parte investimos em analisar a condição de subalternização da Amazônia neste complexo emaranhado de poder, onde, a partir de reflexões de Bertha Becker (2005), Ariovaldo Umbelino (1995), Carlos Walter Porto Gonçalves (2001 e 2017), trataremos sobre as políticas desenvolvimentistas, bem como sobre a representação simbólica da região como vazio demográfico, o que tem servido de âncora legitimadora de ocupação de seus territórios por grandes empreendimentos.
Referências
ALMEIDA, Rogerio. Luta pela terra na Amazônia: Dantas, Mutran e afins. Revista Sem Terra. Ano XII, maio/junho, edição 50, 2009.
ARBEX, Jose Junior. “TERRA SEM POVO”, CRIME SEM CASTIGO: Pouco ou nada sabemos de concreto sobre a Amazônia. In. TOREES, Maurício (org). Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília: CNPq, 2005. p.21-66
BECKER, B. Gestão do território e territorialidade na Amazônia: a CVRD e os garimpeiros em Carajás. In. LÉNA, Philippe e OLIVERIA, Adélia E (orgs.). Amazônia: a fronteira 20 anos depois. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém, 1991. p. 333-351.
---------------------Geopolítica da Amazônia. Estudos Avançados, São Paulo, v. 19, n.53, p. 71-86, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142005000100005
----------------------- A Geografia e o Resgate da Geopolítica. Espaço Aberto, PPGG - UFRJ, v. 2, N.1, p. 117-150, 2012 DOI: https://doi.org/10.36403/espacoaberto.2012.2079
.........................Geopolitica na Virada no Milênio: logística e desenvolvimento sustentável. In CASTRO, Iná Elias, GOMES, Paulo César da Costa e CORRÊA, Roberto Lobato (org). Geografia: Conceitos e Temas. Bertran Brasil. Rio de Janeiro, 2017. p.271-308
CHESNAIS, François. A Mundialização do Capital. Editora Xamã, São Paulo, 1996
COELHO, M.C. A CVRD e o Processo de (RE) Estruturação e Mudança na Área de Carajás (Pará). In: COELHO, M.C. & COTA, R. (org.). 10 anos da Estrada de Ferro Carajás. Belém. UFPA/ NAEA,1997, p.51-78
DUTRA, M. A redescoberta midiática da Amazônia: sedutoras reiterações dos discursos sobre a natureza. Tese. Universidade Federal do Pará/NAEA, 2005
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. 3. ed. São Paulo: Ática, 1978
HARVEY, David. The new imperialism: accumulation by dispossession. In: Socialist Register, v.40, The New Imperial Challenge, 2004, p.63-87. Disponível em com/index.php/srv/article/view/5811/2707#.WZ8S8yiGO00>. Acesso em 29 ago 2022.
HÉBETTE, J. Cruzando a Fronteira: 30 anos de estudo do campesinato na Amazônia. EDUFPA, Belém, 2004, Vol. III.
IANNI, OCTAVIO. Escravidão e racismo. Editora Hucitec, São Paulo, 1978.
................................A luta pela terra: história social da terra e da luta pela terra numa área da Amazônia. Petrópolis, Vozes. 1979.
................................A sociologia no século XXI, Humanas. Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Porto Alegre, v-18, n.º 1/2, jun/dez,1995.
MARTINS, José de Souza. A chegada do Estranho, USP, 1993
........................................ O Cativeiro da Terra [9ª edição]. Editora Contexto, São Paulo, 2013
MORAES, Antonio Carlos Robert. Bases da Formação Territorial do Brasil. GEOGRAFARES, Vitória, Nº 2, jun. 2001. p. 105-112 DOI: https://doi.org/10.7147/GEO2.1145
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. A Geografia das Lutas do Campo. São Paulo, Contexto, 1994.
...............................................................Amazônia: monopólio, expropriação e conflitos. Campinas – SP, Papirus, [5ªedição] 1995.
--------------------------------------------Geografia Agrária: perspectivas no início do Século XXI. In. O Campo no Século XXI: Território de Vida, de Luta e de Construção da Justiça Social. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino e MARQUES, Marta Inez Medeiros (org). Casa Amarela, São Paulo, 2004, p-29-70
..........................................................BR 163 Cuiabá-Santarém: Geopolítica, grilagem, violência e mundialização. In. TORRES, Maurício (org). Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília: CNPq, 2005. p.67-185
--------------------------------------------Camponeses, indígenas e quilombolas em luta no campo: a barbárie aumenta. p.28-42. Conflitos no Campo/Relatório da Comissão Pastoral da Terra/CPT, Goiânia, 2015.
PEREIRA, Edir Augusto Dias. Ensaios de Amazônia. UFF, Niterói/RJ, 2016
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2001.
-----------------------------------------------A Ecologia Política na América Latina: Reapropriação Social da Natureza e Reinvenção dos Territórios. R. Inter. Interdisc. INTERthesis, Florianópolis, v.9, n.1, p.16-50, Jan./Jul. 2012 DOI: https://doi.org/10.5007/1807-1384.2012v9n1p16
------------------------------------------------Amazônia- encruzilhada civilizatória: tensões territoriais em curso. Editora Consequência, Rio de Janeiro, 2017
----------------------------------------------- Geografia e Natureza: Entre Ciência, Saberes e Política, a Reapropriação Social da Natureza. p. 19 – 42. In Perspectivas de Natureza- epistemologia, negócios de natureza e América Latina, VOL II. MARQUES, Marta Inez Medeiros et al. Annablume, São Paulo, 2018
PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. Editora Brasiliense. São Paulo, 1963
RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Ática, 1993.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. São Paulo: Record, 2000
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.