MORADIA, SEGREGAÇÃO E O LUGAR DE CADA UM NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i112.3041Palavras-chave:
São José do Rio Preto, Minha Casa Minha Vida, Habitação, Segregação, PeriferiasResumo
Nas cidades, a distribuição das moradias é um fator histórico que ajuda a compreender o lugar que cada um tem na cidade, ou seja, quem dispõe de maior poder aquisitivo opta por ocupar áreas bem servidas de infraestrutura, serviços variados etc.; por outro lado, os citadinos pobres se resignam a viver onde for possível arcar com uma moradia, geralmente em áreas onde a precariedade se mostra visível. O objetivo deste artigo é mostrar, a partir da consulta a diferentes fontes bibliográficas sobre o programa Minha Casa Minha Vida, as estratégias de produção do espaço dos agentes envolvidos com o referido programa habitacional em São José do Rio Preto, cuja paisagem urbana foi remodelada ao longo de uma década desde que a nova política habitacional foi colocada em prática. Nesse sentido, foi possível observar que o referido programa reforçou na cidade uma prática já comum de direcionar as famílias mais pobres para a zona Norte, predominantemente ocupada pelos segmentos menos abastados, agravando a segregação existente na cidade. Assim, a estratégia locacional do escolhida foi a de manter o distanciamento entre os conjuntos habitacionais populares e os bairros nobres. Na questão metodológica, realizamos trabalhos de campo e pesquisas para a coleta de dados, além de uma entrevista semi-diretiva com um vereador da cidade.
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