Inovação e Geografia: Milton Santos e o olhar sobre os sistemas técnicos
DOI:
https://doi.org/10.54446/bcg.v7i1.331Resumo
A obra de Milton Santos se insere em um contexto de renovação da geografia ainda nas décadas de 1960 e 1970. Sua preocupação em relação a uma perspectiva crítica do conhecimento geográfico ficou cada vez mais evidente e as teorias quantitativas foram alvo de diversas considerações do autor. Em especial, as teorias da localização, dos polos de crescimento e da difusão das inovações, ganharam atenção em suas análises, sendo uma das principais referências o livro Economia Espacial, de 1979. No caso particular das ponderações sobre inovação e espaço, Milton Santos teceu uma crítica sobre o papel dessas análises, à época, observando a falta de uma perspectiva histórica e espacialmente contextualizada em relação a sua difusão nos países subdesenvolvidos. Com o desenvolvimento de sua obra, nota-se que a questão da inovação em si não permaneceu central em suas digressões, tendo sido a técnica e, em especial, o fenômeno técnico, o elemento fundamental para o entendimento do espaço geográfico, considerado na sua indissociabilidade entre sistemas de objetos e sistemas de ações. Por outro lado, teorizações sobre inovação e espaço foram sendo desenvolvidas por diferentes campos do conhecimento, sendo verificadas preocupações que versam desde seu caráter concentrador do ponto de vista espacial, até questionamentos sobre como se estruturam os sistemas nacionais de inovação. Deste ponto de vista, ainda que muitos estudos tenham se debruçado sobre essa temática, um olhar sobre as proposições de Milton Santos acerca dos sistemas técnicos pode contribuir para um entendimento do espaço geográfico que se atenha a uma perspectiva da totalidade e não somente aos processos particulares sobre o desenvolvimento tecnológico.
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