Espaço público, lazer e qualidade de vida em Maputo, Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.54446/bcg.v7i2.323Resumen
Praças, parques, jardins públicos, ruas, passeios, entre outros, constituem equipamentos colectivos com grande importância para o lazer e a qualidade de vida das pessoas onde eles estão instalados. O aumento do tempo fora do trabalho e a crescente mobilidade dos cidadãos contribuem para a valorização destes elementos. Assim, a sua ausência ou precariedade tem implicações negativas nas formas de convivência social, na mobilidade e consequentemente na qualidade de vida das pessoas. Em Moçambique em geral e na cidade de Maputo, em particular, assiste-se a um processo acelerado de apropriação desses espaços públicos. Trata-se de apropriações formais e informais. Constituem objetivos deste trabalho, por um lado, analisar a importância dos espaços públicos no lazer e na qualidade de vida das pessoas e, por outro lado, refletir sobre as consequências da apropriação desses equipamentos coletivos na qualidade de vida dos seus usuários. Para o desenvolvimento da pesquisa, trabalhou-se segundo uma metodologia flexível, que alguns autores denominam de “modelo artesanal de ciência”. Assim, consistiu na produção de métodos necessários para o trabalho, numa espécie de “costura de diversos tipos de pesquisa disponíveis e públicos”. Os resultados da pesquisa, ainda que não definitivos, indicam que a apropriação ou privatização dos espaços públicos na cidade de Maputo, por um lado, é uma consequência da mercantilização do lazer, processo com anuência ou mesmo incentivado pelo poder público; por outro lado, agora com ausência ou com repressão do poder público, constitui uma apropriação que é consequência da pobreza ou da luta pela sobrevivência.
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