Sustentabilidade no movimento olímpico
entre discursos e práticas
DOI:
https://doi.org/10.54446/bcg.v12i1.2838Palavras-chave:
movimento olímpico, sustentabilidade, BRICS, megaeventos, práticasResumo
O artigo a seguir tem como objetivo esclarecer sobre a trajetória da questão da sustentabilidade no movimento olímpico e em certas cidades sedes apresentando a geohistória do que se entende enquanto desenvolvimento sustentável, como tal discurso é incorporado ao olimpismo e como se realiza na prática. Trabalhar-se-á com o argumento de que nos países emergentes a sustentabilidade se encontra mais como um discurso do que como uma prática. Para dar base a nossa argumentação utilizaremos os casos de Pequim, Sochi e Rio de Janeiro, tendo em vista que tais cidades se localizam em países considerados emergentes, China, Rússia e Brasil, e foram sedes das Olímpiadas de Verão, a primeira e a terceira, e Olímpiada de Inverno, a segunda, nos anos de 2008, 2014 e 2016. A partir deles veremos como que, na realidade, acabamos tendo degradação ambiental ao invés de preservação na produção destes megaeventos.
Referências
AGENDA 21 Sport for sustainable development. International Olympic Committee. 1999. Disponível em https://stillmed.olympic.org/Documents/Reports/EN/en_report_300.pdf Acesso em 08/09/2020
ALEKSEYEVA, Anna. Sochi 2014 and the rhetoric of a new Russia: Image construction through mega-events. East European Politics, v. 30, n. 2, p. 158-174, 2014.
AZEVEDO, Lena; FAULHABER, Lucas. SMH 2016: remoções no Rio de Janeiro Olímpico. Fotógrafo Luiz Baltar. Rio de Janeiro: 1ª Ed. Mórula, 2015.
AZZALI, Simona. The legacies of Sochi 2014 Winter Olympics: an evaluation of the Adler Olympic Park. Urban Research & Practice, v. 10, n. 3, p. 329-349, 2017.
BARRETO, Matheus. A reprodução dos megaeventos esportivos nos BRCS: espetáculo e exceção. 2022. Dissertação (Mestrado em Geografia) – UFMG, Belo Horizonte, 2022.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
BOYKOFF, Jules; MASCARENHAS, Gilmar. The Olympics, sustainability, and greenwashing: The Rio 2016 summer games. Capitalism nature socialism, v. 27, n. 2, p. 1-11, 2016.
BRAATHEN, Einar; SØRBØE, Celina Myrann; MASCARENHAS, Gilmar. BRICS, megaeventos esportivos e o Rio de Janeiro como" cidade de exceção". Tensões Mundiais, v. 10, n. 18, 19, p. 325-345, 2014.
BROUDEHOUX, Anne-Marie. Mega-events and urban image construction: Beijing and Rio de Janeiro. Taylor & Francis, 2017.
CASULA, Philipp. The 2014 Winter Olympics Bid Book as site of national identity constitution. In: MAKARYCHEV, A; YATSYK, A. (org.) Mega Events in Post-Soviet Eurasia. Palgrave Macmillan, New York, 2016. p. 39-57.
CMAD – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum, Rio de Janeiro: Ed. Da Fundação Getúlio Vargas, 1991.
COHRE (Centre on Housing Rights and Eviction). Fair Play for Housing Rights: MegaEvents. 2007. Geneva: COHRE.
COI – Comitê Olímpico Internacional. Olympic Agenda 2020: 20+20 recommendations. 2014. Disponível em https://stillmed.olympic.org/Documents/Olympic_Agenda_2020/Olympic_Agenda_2020-20-20_Recommendations-ENG.pdf Acesso em 06/09/2020
COI – Comitê Olímpico Internacional. Sustainability through sport. 2012. Disponível em https://stillmed.olympic.org/Documents/Commissions_PDFfiles/SportAndEnvironment/Sustainability_Through_Sport.pdf Acesso em 07/09/2020
CONSTRUCTING Sochi. Direção: Steffi Wurster. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível em: https://vimeo.com/163169503. Acesso em: 12 maio 2020.
COSTA, Heloísa. Desenvolvimento urbano sustentável: uma contradição em termos? Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, n. 2, p. 55-71, 1999.
COSTA, Heloísa. Mercado imobiliário, Estado e natureza na produção do espço metropolitano. In: COSTA, H. et al (orgs.) Novas periferias metropolitanas: a expansão metropolitana em Belo Horizonte: dinâmica e especificidades no Eixo Sul. Belo Horizonte: C/Arte, p. 101-124, 2006.
DOSSIÊ de candidatura do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Rio2016. Janeiro de 2009.
ESCOBAR, Arturo. Constructing Nature: Elements for a poststructural political ecology. In: PEET, R.; WATTS, M. (eds). Liberation ecologies: Environment, development, social movements. London; New York: Routledge, 1996, p. 46-68.
GOLUBCHIKOV, Oleg; SLEPUKHINA, Irina. Russia–Showcasing a ‘Re-Emerging’State?. In: GRIX, J. (ed.) Leveraging legacies from sports mega-events: Concepts and cases. Palgrave Pivot, London, 2014. p. 166-177.
GU, Haoyan. The Development of Winter Games in China: The Case of the Beijing 2022 Winter Olympics. Masters of Education in Human Movement, Sport, and Leisure Studies Graduate Projects. v. 58. 2017.
HARVEY, David. Do Administrativismo ao Empreendedorismo: a transformação da governança urbana no capitalismo tardio. In.: HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume Editora, 2006 (2a edição) p. 163-190.
LUZ, Cícero Krupp da; LEITE, Robson Soares. O estado de exceção nos Jogos Olímpicos Rio-2016: a violação de direitos ambientais no caso do campo de golfe. Revista Direitos Emergentes na Sociedade Global, v. 4, n. 2, p. 88-112, 2015.
MARIOTTI, Júlia. Tóquio 2020: uma olimpíada pautada em sustentabilidade. Consumidor moderno. 09 de janeiro de 2020. Disponível em <https://www.consumidormoderno.com.br/2020/01/09/olimpiada-2020-sustentabilidade/>, Acesso em 07/09/2020
MASCARENHAS, Gilmar; OLIVEIRA, Leandro Dias de. CRISE OLÍMPICA, CRISE AMBIENTAL. Mercator (Fortaleza), v. 17, 2018.
MEDEIROS, Mariana. Parque Olímpico 2016: irregularidades no processo de concessão administrativa. In: Carlos Vainer ... [et al.]. (Org.). Megaeventos e Cidades: perspectivas críticas. Rio de Janeiro: Letra Capital, p. 186, 2016.
MOL, Arthur PJ; ZHANG, Lei. Sustainability as global norm: The greening of mega-events in China. In: Olympic Games, Mega-Events and Civil Societies. Palgrave Macmillan, London, 2012. p. 126- 150.
MÜLLER, Martin. (Im-) Mobile policies: Why sustainability went wrong in the 2014 Olympics in Sochi. European Urban and Regional Studies, v. 22, n. 2, p. 191-209, 2015b.
MÜLLER, Martin. What makes an event a mega-event? Definitions and sizes. Leisure studies, v. 34, n. 6, p. 627-642, 2015a.
OLIVEIRA, Nelma. O poder dos jogos e os jogos de poder: os interesses em campo na produção de uma cidade para o espetáculo esportivo. 2012. Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional) – UFRJ, Rio de Janeiro, 2012.
PEET, Richard; WATTS, Michael. Liberating ecology: development, sustainability, and environment in an age of market triumphalism. In: PEET, R.; WATTS, M. (eds). Liberation ecologies: environment, development, social movement. London; New York: Routledge, 1996, p. 1-45.
PERSSON, Emil; PETERSSON, Bo. Political mythmaking and the 2014 Winter Olympics in Sochi: Olympism and the Russian great power myth. East European Politics, v. 30, n. 2, p. 192-209, 2014.
PETERSSON, Bo; VAMLING, Karina. Vanished in the Haze: White Elephants, Environmental Degradation and Circassian Marginalization in Post-Olympics Sochi. In: MAKARYCHEV, A; YATSYK, A. (org.) Mega Events in Post-Soviet Eurasia. Palgrave Macmillan, New York, 2016. p. 59-76.
SHIN, Hyun Bang. Unequal cities of spectacle and mega-events in China. City, v. 16, n. 6, p. 728- 744, 2012.
SHIN, Hyun Bang; LI, Bingqin. Whose games? The costs of being “Olympic citizens” in Beijing. Environment and Urbanization, v. 25, n. 2, p. 559-576, 2013.
WANG, Mei; BAO, Helen XH. Mega-event effects on the housing market: Evidence from the Beijing 2008 Olympic Games. Cities, v. 72, p. 207-216, 2018.
WITTE, J. C. et al. Satellite observations of changes in air quality during the 2008 Beijing Olympics and Paralympics. Geophysical Research Letters, v. 36, n. 17, 2009.
ZHANG, Li; ZHAO, Simon Xiaobin. City branding and the Olympic effect: A case study of Beijing. Cities, v. 26, n. 5, p. 245-254, 2009.
ZIMBALIST, Andrew. Circus maximus: The economic gamble behind hosting the Olympics and the World Cup. Brookings Institution Press, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Boletim Campineiro de Geografia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista é regida pela licença Creative Commons - Atribuição 4.0.