Cartografia inclusiva: reflexões e propostas
Palavras-chave:
Inclusão, Cartografia Escolar, Interativa e Tátil, Etnocartografia.Resumo
Cada vez mais, nesta sociedade digital vivendo a era da informação móvel, os mapas são vitais e onipresentes, estão em toda parte. Recursos inovadores, dispositivos como os celulares e seus aplicativos ampliaram o potencial da Cartografia, agora com novos mapeadores e usuários. Espera-se que os mapas sejam acessíveis a todas as pessoas, respeitando a ideia dos direitos e oportunidades iguais. Para Introduzir esta temática, são analisados os conceitos de igualdade e inclusão, o que justificaria uma cartografia para todos. O presente texto tem como principal objetivo discutir diferentes abordagens cartográficas, apresentando algumas experiências de Cartografia Inclusiva: a Cartografia tátil, a Etnocartografia na Comissão Pró-Índio do Acre e os mapeamentos participativos em escolas de periferia da cidade de São Paulo. Um dos maiores desafios apontados está centrado na educação cartográfica, na formação de professores e na sua contínua atualização. Ao final, é proposta uma Agenda para a Cartografia Escolar Inclusiva, de acordo com seus novos desafios, explorando outros caminhos para a criação e uso dos mapas, em formatos multissensorais, interativos, multiculturais com uma diversidade de bases teóricas, métodos, técnicas e métricas. Um quadro teórico atual e abrangente para a Cartografia, conforme apresentado neste artigo, contempla os novos cenários da Cartografia onipresente com mapas podendo ser criados e utilizados por qualquer pessoa com pouco conhecimento de computação e virtualmente de qualquer local da superfície da Terra, com quase qualquer finalidade e a qualquer momento.Referências
ALMEIDA, R. A. Ethnocartography in the Amazon Region Experiences with map production and use in Acre, Brazil. In Symposium on Atlases, Toponymy and the History of Cartography; 2015, RJ. Eds. Resende, A.C.; Jeney J. ICA International Cartographic Association, 2017. p.91-111.
_________. Tactile Maps In International Encyclopedia of Social & Behavioral Sciences, Elsevier, UK. (Internet and printed version). 2015. Volume 24, p. 9-13.
__________. Inclusive Cartography: Theoretical and Applied Issues in Brazil. In: Taylor, D.R.F., Lauriault, T.P. (Eds.), Developments in the Theory and Practice of Cybercartography. Elsevier Science, capítulo 8, 2014, 107-128.
__________. Bertin graphic semiology and its relevant contributions for research and teaching in Brazil. 25th International Cartographic Conference - ICA. Anais, artigo CO-017. Paris, 2011a.
__________. Cartografia Tátil na USP: duas décadas de pesquisa e ensino. In: FREITAS, M. I. C.; VENTORINI, S. E. Cartografia Tátil: orientação e mobilidade às pessoas com deficiência visual. Jundiaí – SP, Paco Editorial, 2011b.
__________. Ensino de Cartografia para Populações Minoritárias. In: Boletim Paulista de Geografia. AGB, São Paulo, p.111-129, 2007.
__________. Cartography and Indigenous Populations: A Case Study with Brazilian Indians from the Amazon Region. 20th International Cartographic Conference – ICA. Anais, Beijing, China. 2001.
ALMEIDA, R. A. A. e GAVAZZI, R. A. Ethnocartography and native people in the Amazon Region – experiences with map production and use in Acre, Brazil. Anais do 25th International - Cartographic Congress- ICA. Paris, 2011.
ALMEIDA, R. A.; CARMO, W. R. e SENA, C. C. R. G. Técnicas Inclusivas de Ensino de Geografia (capítulo 16), In: VENTURI, L. A. B. Geografia – Práticas de Campo, Laboratório e Sala de Aula. Editora Sarandi, São Paulo, 2011.
ALMEIDA (Vasconcellos), R., TSUJI, B. Interactive mapping for people who are blind or visually impaired. In: Taylor, D.R.F. (Ed.), Cybercartography: Theory and Practice, Elsevier, 2005, p. 411–431.
BASARANER, M. Revisiting cartography: towards identifying and developing a modern and comprehensive framework Geocarto International, 2016, Vol. 31, No. 1, 71–91, http://dx.doi.org/10.1080/10106049.2015.1041560 Acesso em setembro de 2018.
BERTIN, J. La Graphique et le Traitment Graphique de l'Information. França: Flamarion, 1977, 277p.
BITTENCOURT, A. A. A linguagem cartográfica e a mediação da aprendizagem pelo processo de desenvolvimento de materiais didáticos táteis: experiências com professores em formação continuada. Dissertação de Mestrado. Departamento de Geografia. FFLCH-USP. São Paulo, 2011.
__________. Proposta de representação tátil do relevo: construção e aplicação de materiais didáticos inclusivos. Trabalho de Graduação Individual. Departamento de Geografia, FFLCH-USP. São Paulo, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular. Brasília, 2016. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base (Acesso em setembro de 2018)
CARMO, W. R. A Cartografia Tátil na Formação de Professores de Geografia: da teoria à prática. Tese de Doutorado. Departamento de Geografia, FFLCH – USP. São Paulo, 2016.
_______. Cartografia tátil escolar: experiências com a construção de materiais didáticos e com a formação continuada de professores. Dissertação de Mestrado, Departamento de Geografia, FFLCH-USP. São Paulo, 2010.
CHAPIN, M. Mapping Indigenous Lands: Issues & Considerations, Center for the Support of Native Lands, 2016. 19p. at: http://globetrotter.berkeley.edu/bwep/colloquium/papers/Chapin2006.pdf, (acesso em Fevereiro de 2013).
FERNANDES, W. Mapas: entre narrativas pela dominação e dissertativas pela contestação. Dissertação de Mestrado, USP.2017. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-24022017-150348/pt-br.php. Acesso em setembro de 2018.
GARTNER, G. & A. BENNETT, DAVID & MORITA, TAKASHI. Towards Ubiquitous Cartography. Cartography and Geographic Information Science. 34. 247-257. 10.1559/152304007782382963. 2007.
GAVAZZI, R. A. Agrofloresta e Cartografia Indígena: a gestão territorial e ambiental nas mãos dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre. Dissertação de Mestrado. FFLCH-USP. São Paulo, 2012.
GIMENEZ, C. Transposições de representações cartográficas utilizadas no tema “Geografia da população brasileira” para a Cartografia Tátil. Dissertação de Mestrado, Departamento de Geografia, FFLCH-USP. São Paulo, 2017.
HARLEY, J.B. Deconstructing the Map. Cartographica, 26(2), 1-20. 1989.
HUANG H., GARTNER G., KRISP J., RAUBAL M. & WEGHE, N. Location based services: ongoing evolution and research agenda, Journal of Location Based Services, 12:2, 63-93, UK, Agosto 2018. https://doi.org/10.1080/17489725.2018.1508763 Acesso em setembro de 2018.
ICA. Associação Cartográfica Internacional. ICC Paris, 2011. Disponível em: https://icaci.org/files/documents/reference_docs/ICA_Strategic_Plan_2011-2019.pdf
Acesso em outubro de 2018.
INEP. Censo Escolar 2017. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, http://inep.gov.br/ acesso em setembro de 2018.
JORDÃO, B. G. F. Cartografia tátil na educação básica: os cadernos de geografia e a inclusão de estudantes com deficiência visual na rede estadual de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Departamento de Geografia, FFLCH-USP, 2015.
NAÇÕES UNIDAS, 1948. The Universal Declaration of Human Rights. Disponível em:
http://www.un.org/en/documents/udhr/ Acesso em setembro de 2018.
OMS, 2011. World Report on Disability by WHO and World Bank. Disponível em:
http://www.who.int/disabilities/world_report/2011/report.pdf. Acesso em outubro de 2018.
PRIETO, R. G. Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. In: ARANTES, V. A. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. Summus, São Paulo, 2006.
SENA, Carla C. R. G de. Cartografia tátil no ensino de Geografia: uma proposta metodológica de desenvolvimento e associação de recursos didáticos adaptados a pessoas com deficiência visual. Tese de Doutorado. Departamento de Geografia, FFLCH – USP. São Paulo, 2008.
__________. O Estudo do Meio como Instrumento de Ensino de Geografia: desvendando o Pico do Jaraguá para deficientes visuais. Dissertação de Mestrado. FFLCH-USP. São Paulo, 2002.
SENA, C.C. R. G.; CARMO, W. R. Cartografia Tátil: o papel das tecnologias na Educação Inclusiva. Boletim Paulista de Geografia Nº 99. AGB, São Paulo, 2018.
TAYLOR, D.R.F. (Ed.). Cybercartography: Theory and Practice, Elsevier Science. 594p. 2005.
TAYLOR, D.R.F. & LAURIAULT, T. P. Developments in the Theory and Practice of Cybercartography: Applications and Indigenous Mapping, Elsevier Science. 380p. 2014.
UNESCO, 2008. UN Declaration on the Rights of Indigenous Peoples. Disponível em: http://www.un.org/esa/socdev/unpfii/documents/DRIPS_en.pdf. Acesso em agosto de 2018.
UNESCO, 1994. Salamanca Declaration. Disponível em:
http://www.unesco.org/education/pdf/SALAMA_E.PDF. Acesso em setembro de 2018.
VASCONCELLOS, Regina. Tactile Mapping Design and the Visually Impaired User. In: WOOD, C. & KELLER, P. (Eds.) CARTOGRAPHIC DESIGN: THEORETICAL AND PRACTICAL PERSPECTIVES. John Wiley & Sons, Inglaterra. 306 p. 1996.
VASCONCELLOS, Regina. A Cartografia Tátil e o Deficiente Visual: uma avaliação das etapas de produção e uso do mapa. Tese de Doutorado, 2 volumes. FFLCH-USP. São Paulo. 1993.
VIRRANTAUS, Kirsi; Fairbairn, David; Kraak, Menno-Jan. ICA Research Agenda In: The Cartographic Journal, Volume 46, Number 2, May 2009, pp. 63-75 (13), Maney Publishing.
WOODWARD, D., Lewis, M.L. The History of Cartography. Cartography in the traditional African. American, Arctic and Pacific societies, vol. 2. Book 3. 1998.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.