Uso Corporativo do Território e os Desdobramentos da Extração de Sal-gema em Maceió – Alagoas
DOI:
https://doi.org/10.61636/bpg.v1i113.3539Palavras-chave:
território usado, subsidência geológica, opinião socioambientalResumo
O processo de extração de sal-gema na cidade de Maceió se configura em um uso corporativo do território, que se desdobrou, após longos anos de exploração de sal-gema, em um processo de subsidência geológica que atingiu cinco bairros da capital alagoana. Este evento impactou a vida de várias famílias na área afetada, que, de forma arbitrária, deixaram seus domicílios para viver em outras localidades da cidade, inclusive fora do município de Maceió. Foram de diversas ordens os impactos gerados, tanto para aqueles atingidos de maneira direta quanto para os moradores da cidade de Maceió. Posto isto, as finalidades do presente estudo consistiram em aprofundar a discussão sobre os usos corporativos do território a partir da extração mineral e avaliar a opinião da população de Maceió sobre os desdobramentos provocados pelo processo de subsidência e deslocamento forçado das famílias residentes na área afetada. Para tanto, em busca de solucionar os questionamentos relacionados ao evento, foram realizados os procedimentos metodológicos a seguir: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. Os resultados obtidos apontaram para um baixo interesse dos residentes entrevistados em assuntos relacionados ao meio ambiente, e, apenas 53,6% dos participantes da pesquisa que residiam fora da área afetada pela subsidência acreditaram ter sofrido algum tipo de impacto com a tragédia socioambiental.
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