Uso Corporativo do Território e os Desdobramentos da Extração de Sal-gema em Maceió – Alagoas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61636/bpg.v1i113.3539

Palavras-chave:

território usado, subsidência geológica, opinião socioambiental

Resumo

O processo de extração de sal-gema na cidade de Maceió se configura em um uso corporativo do território, que se desdobrou, após longos anos de exploração de sal-gema, em um processo de subsidência geológica que atingiu cinco bairros da capital alagoana. Este evento impactou a vida de várias famílias na área afetada, que, de forma arbitrária, deixaram seus domicílios para viver em outras localidades da cidade, inclusive fora do município de Maceió. Foram de diversas ordens os impactos gerados, tanto para aqueles atingidos de maneira direta quanto para os moradores da cidade de Maceió. Posto isto, as finalidades do presente estudo consistiram em aprofundar a discussão sobre os usos corporativos do território a partir da extração mineral e avaliar a opinião da população de Maceió sobre os desdobramentos provocados pelo processo de subsidência e deslocamento forçado das famílias residentes na área afetada. Para tanto, em busca de solucionar os questionamentos relacionados ao evento, foram realizados os procedimentos metodológicos a seguir: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. Os resultados obtidos apontaram para um baixo interesse dos residentes entrevistados em assuntos relacionados ao meio ambiente, e, apenas 53,6% dos participantes da pesquisa que residiam fora da área afetada pela subsidência acreditaram ter sofrido algum tipo de impacto com a tragédia socioambiental.

Biografia do Autor

José Anderson Farias da Silva Bomfim, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Licenciado no Curso de Graduação em Geografia pelo Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (IGDEMA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - 2022 e possui Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (IGDEMA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - 2023. Atualmente é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Demografia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, faz parte do Laboratório de Estudos de Mobilidade Populacional Nordestina (LEMON) e do Observatório das Migrações no Estado do Ceará (OMEC) pesquisando os seguintes temas: Mobilidade Populacional, índicadores sociodemográficos, deslocamentos forçados e desastres socioambientais.

Melchior Carlos do Nascimento, Universidade Federal de Alagoas

Docente da Universidade Federal de Alagoas, do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG), do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente. Desenvolve atividades no Âmbito das geotecnologias, atuando principalmente em temas relacionados a Cartografia, Sensoriamento Remoto, Geoprocessamento, Geografia de Alagoas, Análise, Planejamento e Gestão Ambiental.

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Arquivos adicionais

Publicado

12-04-2025

Como Citar

Bomfim, J. A. F. da S., & Nascimento, M. C. do. (2025). Uso Corporativo do Território e os Desdobramentos da Extração de Sal-gema em Maceió – Alagoas. Boletim Paulista De Geografia, 1(113), 167–189. https://doi.org/10.61636/bpg.v1i113.3539

Edição

Seção

Artigos