Organização espacial e necropolítica: uma análise da mortalidade negra no Rio de Janeiro

Autores

  • Thainá Guerra Lins Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

População negra, Mortalidade, Necropolítica, COVID-19.

Resumo

No presente artigo buscamos realizar uma análise da relação entre raça, organização do território e necropolítica, tendo como base a mortalidade da população negra na cidade do Rio de Janeiro. A metodologia utilizada foi levantamento bibliográfico, com o objetivo de entender como o negro foi historicamente destituído de humanidade e concebido enquanto uma ameaça à segurança da sociedade, e a utilização de dados secundários sobre a mortalidade da população negra por diferentes motivos, com ênfase para a COVID-19. Como maior receptor de escravizados do mundo, o Rio de Janeiro teve a sua organização espacial marcada pela raça. Nesse sentido, a proposta é um entendimento da organização do território enquanto uma estratégia e um dispositivo para a exposição de corpos negros à morte.

Biografia do Autor

Thainá Guerra Lins, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora do Grupo de Estudos Espaço e População (GEPOP).

Referências

ABREU, M. A. A evolução urbana do Rio de Janeiro. 4 ed. Rio de Janeiro: Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, 2011.

ALMEIDA, S. Racismo Estrutural. 1. ed. São Paulo/ Brasil: Pólen Livros, 2019. 256p

BAUMAN, Z. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

CARNEIRO, S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 340f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

FLORENTINO, M. Em costas negras: uma história do tráfico atlântico de escravos entre a África e o Rio de Janeiro: séculos XVIII e XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

___________. Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

FREYRE, G. Casa-grande & Senzala. Rio de Janeiro: Record, 2001.

GONZALEZ, L.; HASENBALG, C. A. Lugar de negro. Editora Marco Zero, 1982.

HAESBAERT, R. O Mito da Desterritorialização: do “Fim dos Territórios” à Multiterritorialidade. 2.

ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

LEFEBVRE, H. O Direito à Cidade. São Paulo: Moraes, 1991.

MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona, 2014.

_________. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Artes e Ensaios UFRJ, 2016.

_________. Políticas da inimizade. Tradução Marta Lança. Editora Antígona, Portugal, 2017b. 250p.

NASCIMENTO, A. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectivas, 2016.

NORA, P. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, v. 10, n. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP, dez 1993. Tradução Yara AunKhoury.

OLIVEIRA, D. A. Gestão racista e necropolítica do espaço urbano: apontamento teórico e político sobre o genocídio da juventude negra na cidade do Rio de Janeiro. In: I COPENE SUDESTE, 2015, NOVA IGUAÇU. I CONGRESSO DE PESQUISADORAS(ES) NEGRAS(OS) DO SUDESTE, 2015.

____________. Questões acerca do genocídio negro no Brasil. Revista ABPN, v. 12, p. 312-335, 2020.

OLIVEIRA, N. N. AGÔ ALAFIJU, ODARA! A presença de Clyde Wesley Morgan na escola de Dança da UFBA, de 1971 a 1978. Salvador: Fundação Pedro Calmon, 2007. v. 300. 165 p.

PACHECO DE OLIVEIRA, J. Pacificação e tutela militar na gestão de populações e territórios. In: Mana: Estudos de Antropologia Social, n.20. Rio de Janeiro: PPGAS-Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.

RUIZ, C. M. M. B. A sacralidade da vida na exceção soberana, a testemunha e sua linguagem: (re)leituras biopolíticas da obra de Giorgio Agamben. Cadernos IHU, no 39. São Leopoldo: Instituto Humanitas Unisinos, 2012.

SOUZA, J. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.

SOUZA, M. L. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2016.

Downloads

Publicado

2020-12-31

Como Citar

Lins, T. G. (2020). Organização espacial e necropolítica: uma análise da mortalidade negra no Rio de Janeiro. Boletim Paulista De Geografia, 1(104), 187–204. Recuperado de https://publicacoes.agb.org.br/boletim-paulista/article/view/2022