O edifício tem nome
verticalização e toponímia no centro de Fortaleza (1931 - 1964)
DOI:
https://doi.org/10.54446/bcg.v14i2.3503Palavras-chave:
Espaço Urbano, Lugar, Toponímia, Edifício, CentroResumo
O presente trabalho tem por objetivo relacionar a verticalização no Centro de Fortaleza, capital do Ceará, a partir dos nomes dos edifícios, tendo como base uma série de taxonomias de natureza antropocultural. O recorte temporal compreende a partir de 1931, quando o primeiro “arranha-céu” da cidade foi inaugurado, o Excelsior Hotel, até 1964, ano de inauguração do edifício Palácio Progresso, estando compreendido num momento em que os eixos de verticalização estavam se especializando para além do núcleo central da cidade. Por meio de documentos, legislação urbanística, dados secundários, plantas e fotos antigas, foi possível escolher dez edifícios para analisar algumas características que pudessem exprimir no tempo e no espaço os motivos que levaram às suas respectivas denominações. A própria localização destes representa uma fase diferente da verticalização no Centro, sua importância histórica apresenta novas formas de morar e construir, novos usos e funções que lhes são atribuídas refletem o modo como a própria cidade fora construída ao longo do tempo e tudo isto pode ser analisado a partir da denominação. Dos nomes dos lugares para os edifícios, a formação de um topônimo cuja relação está ligada a fatores endógenos e exógenos, históricos, geográficos e tantos outros elementos, constrói um imaginário eivado de valores, crenças e olhares sobre o mundo. Assim sendo, a relação entre verticalização e Toponímia (estudo do nome dos lugares) permite uma leitura sobre o espaço urbano trazendo processos importantes para o entendimento das transformações ocorridas no Centro da capital.
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