Que tipo de geografia para que tipo de política pública?

Autores

  • David Harvey City University of New York

DOI:

https://doi.org/10.54446/bcg.v7i2.361

Resumo

Antes que os geógrafos se comprometam com as políticas públicas, devem fazer duas perguntas: que tipo de Geografia e que tipo de política pública. A evolução da disciplina, tanto em termos de seus objetivos quanto da organização profissional, deve ser vista como uma adaptação a condições externas, particularmente ao desenvolvimento do Estado corporativo com sua ênfase no “interesse nacional”. O Estado corporativo força que a Educação seja vista meramente como um investimento em mão de obra e a pesquisa acadêmica se torna subserviente ao Estado, sendo utilizada para preservar e fortalecer o status quo. Há aqui um conflito potencial entre o senso acadêmico de obrigação moral, mas na prática o conflito é resolvido pelo paroquialismo e o elitismo da tradição humanista. Para ajudar a se afastar do Estado corporativo em direção ao “Estado incorporado”, no qual os homens podem controlar as condições sociais de sua própria existência, os geógrafos precisam direcionar seus esforços para compreender a tensão entre a tradição humanista e as necessidades que permeiam o Estado corporativo e, assim, aprender como explorar as contradições do próprio Estado corporativo.

 

Texto originalmente intitulado “What kind of geography for what kind of public policy?”. Traduzido da versão publicada no periódico Transactions of the Institute of British Geographers, n. 63, novembro de 1974, pp. 18-24.

Tradução: Gustavo Teramatsu (Unicamp). Revisão: Melissa Steda (USP).

Biografia do Autor

David Harvey, City University of New York

Professor de antropologia na The City University of New York, nos Estados Unidos, desde 2001. Foi professor de geografia nas universidades Johns Hopkins e Oxford, na Inglaterra, e recebeu o prêmio Vautrin Lud em 1995.

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Publicado

31/12/2017

Como Citar

Harvey, D. (2017). Que tipo de geografia para que tipo de política pública?. Boletim Campineiro De Geografia, 7(2), 485–498. https://doi.org/10.54446/bcg.v7i2.361

Edição

Seção

Traduções